Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

20 de setembro de 2012






Pinacoteca apresenta: Carlos Cruz-Diez em A Cor no Espaço e no Tempo


A Pinacoteca do Estado de São Paulo apresenta a exposição Carlos Cruz-Diez: A cor no espaço e no tempo, com cerca de 150 obras, entre pinturas, gravuras, ambientes cromáticos, desenhos e vídeo. Há mais de cinco décadas, Carlos Cruz-Diez (Venezuela, 1923) vem pesquisando ativamente as origens e a ótica das cores. Sua extensa obra inclui estruturas não-convencionais de cor, ambientes de luz, intervenções em via pública, projetos de integração arquitetônica e até trabalhos experimentais.

A exposição refaz a trajetória do artista, desde suas pinturas figurativas a óleo, raramente vistas, realizadas quando Cruz-Diez ainda era um estudante (1940), até explorações plenas de cor em movimento (2000). Entre os trabalhos apresentados na mostra está a série cores físicas - que consiste em uma sequência de linhas coloridas alinhadas verticalmente e de filtros refletores que são modificados conforme o ângulo da luz ambiente e da posição do observador, projetando, assim, a cor no espaço e criando um efeito que evolui continuamente, dependendo do deslocamento do observador.

 


Metámorfoses cromáticas - pintura a óleo

 
Série Cores Físicas
 
Para Cruz-Diez, "as cores não precisam de formas para acontecer, elas simplesmente existem", diz o venezuelano, que trabalha há pelo menos 40 anos estudando a percepção cromática do olho.
 


Cromosaturação
 
Cerca de 50 fisicromias serão expostas pela primeira vez, revelando os oito estágios que marcam a evolução conceitual e tecnológica da série: desde madeira cortada e pintada à mão e peças de papelão, até o emprego de tiras de alumínio e tecnologia de impressão digital. Cor aditiva e Indução cromática, ambas de 1963, são duas séries de trabalhos que estão inter-relacionadas e que leva a retina do observador a produzir uma terceira cor virtual quando confrontada com duas cores complementares em um plano.
 
 
Indução Cromática
 
As peças que dão título à mostra, cor no espaço e no tempo, serão exibidas em três ambientes diferentes. No espaço central do museu, Octógono, os visitantes encontrarão Cromointerferência, 1964-2012. Trata-se de um grande espaço branco no qual dois planos de cor ondulam constantemente em faixas projetadas nas paredes e no piso, dissolvendo em cor os volumes ao redor – inclusive os corpos dos observadores. Ainda fora das salas de exposição, será apresentado Transcromia, 1965-2010, formada por conjuntos de lâminas que estarão dispostos em quatro vãos dos corredores que dão acesso à entrada da mostra. A última, Cromosaturação, 1965-2004, consiste em uma sequência de três espaços independentes em que Cruz-Diez isola a cor “crua” e cria um display com efeitos de puro cromatismo.
 
Completando a exposição, serão exibidos os projetos arquitetônicos de Cruz-Diez e suas intervenções no cenário urbano, calçadas para pedestres, usinas hidroelétricas, silos de trigo e dois vídeos sobre o processo do artista.
 
A mostra Carlos Cruz-Diez: A cor no espaço e no tempo traz uma seleção de obras que pertencem ao acervo da Cruz-Diez Foundation no MFAH, e ao Atelier Cruz-Diez em Paris e no Panamá, além de coleções públicas e particulares na Alemanha, Espanha, França, Inglaterra, Itália e nos Estados Unidos.

Até: 23 de setembro
Endereço: Pinacoteca do Estado de São Paulo - Praça da Luz, 2, Bom Retiro – São Paulo
Horário: 3ª a dom, das 10 às 18h


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