Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

30 de março de 2016

A arte expressionista de Die Brücke - "A Ponte"







Die Brücke (A ponte), refere-se a um grupo artístico alemão inserido no movimento expressionista. Fundado em 1905, em Dresden, por um grupo de estudantes de arquitetura, com pouco mais de 20 anos, da Escola Técnica de Dresden. Participavam Ernst Ludwig Kirchner, Fritz Bleyl, Erich Heckel, e Karl Schmidt-Rottluff. Mais tarde uniram-se ao grupo Max Pechstein e Emil Nolde que permaneceu por pouco tempo no grupo.


"Street, Dresden" - 1908 - óleo s canvas - 1,50 x 2,00 m - Ernst Ludwig Kirchner

Karl Schmidt-Rottluft, definiu certa vez as intenções da associação de jovens artistas com a frase. "De onde queríamos nos afastar, nos era claro; aonde nós iríamos chegar, estava porém pouco definido."



"Manhã Cedo" - 1911 - óleo s. tela - 75 x 100cm - Max Pechstein - Coleção Peter Selinka

Em 1910 o grupo estende a sua atuação a Berlim por meio de Otto Mueller, terminando a sua existência em 1913 como consequência de algumas discussões internas e dos diferentes desenvolvimentos artísticos de cada artista.




"Duas irmãs" -  sem data - tinta de cola sobre estopa - 90 x 71cm - Otto Mueller

O nome do grupo, Die Brücke (A Ponte), escolhido por Rottluff com base numa passagem de Also sprach Zarathustra (Assim Falou Zaratustra), de Nietzsche (filólogo, filósofo, crítico cultural, poeta e compositor alemão do século XIX), é representativo dos seus objetivos artísticos no campo da pintura. A intenção prática é estabelecer uma passagem (ponte) entre a sua arte contemporânea e a arte do futuro, renegando os cânones existentes na arte alemã neo-romântica e estabelecendo, para isso, um contato íntimo com a natureza e a realidade.


"Ruptura de Dique" - 1910 - óleo s tela - 16 x 84cm - Karl Schmidt-Ruttluff - Brücke-Museum, Berlim.

O grupo queria se afastar da arte de salão vigente à época, das "bem-estabelecidas velhas forças", como dizia seu manifesto. Pregavam um retorno à vida. Para isso, valorizavam os contornos simplificados, as formas reduzidas e as cores vivas, brilhantes e contrastadas. Era uma arte do imediato, do impulso, do arrebatamento, da emoção. No centro não estava mais a reprodução exata da realidade pelo artista, mas do que ele sentia ao contemplá-la.



"Cristo entre as crianças" - 1910 - óleo s. tela - 87 x 106cm - Emil Nolde - MoMA, NY

Os conflitos que resultavam deste contato com a realidade eram assimilados e transpostos expressivamente para a tela negando a preocupação pela representação exata e fiel do objeto observado. Os artistas buscam o inalterado, o não-falsificado (autêntico), a alma das coisas, o que não se vê, mas se sente. Assim, o que é representado na tela é o resultado da emoção do observador/pintor, o objeto observado altera-se conforme os seus sentimentos. Em primeiro plano fica evidente o como e não a coisa representada.



"Moinho Perto de Dangast" - 1909 - óleo s. tela - 70 x 80cm - Erich Heckel - Wilhelm-Lehmbruck-Museum, Duisburgo.

Características: Opção figurativa e utilização de cores fortes com a intencionalidade de acentuar o carácter subjetivo das composições e imprimir-lhes maior expressividade. Temáticas centradas nas questões sociais e com propósitos claros de denúncia e crítica, intervenção social. A 1ª Guerra Mundial tornou-se uma forte temática .

A figura humana é o elemento de destaque, especialmente o tema do nu em ambientes naturais (cenas de banhos), embora também a cidade, local onde podem encontrar dinâmica e intensidade, surja em algumas cenas. Das muitas influências a obra do grupo as principais são: Gauguin, Van Gogh, Munch, os Nabis, os Fauves e o "Primitivismo", que vão incutir na obra do grupo o gosto pelas cores fortes e pelo traçado violento e emocional.
De modo a realçar o efeito e a intensidade da pintura, o vocabulário estético é intencionalmente reduzido ao essencial e as formas simples e deformadas, sem indício de perspectiva, são evidenciadas pelo contraste de cores saturadas e complementares e por uma linha forte de contorno.




"A Ponte" - Straight lines - Fritz Bleyl

Origens remetem a Van Gogh e Gauguin

Os artistas da Brücke localizavam suas influências nas artes primitivas não europeias oriundas da África e da Oceania, que eles conheceram por meio de exposições no Museu de Etnologia de Dresden. Mas também as pinturas de Vincent van Gogh e Paul Gauguin tiveram impacto sobre os conceitos do nascente expressionismo alemão. O grupo teve contato com as cores de Van Gogh ainda em Dresden, numa exposição do mestre holandês. Nolde chegou a sugerir que o grupo mudasse seu nome para Van Goghiana.



"Campo de Trigo com Corvos" - 1890 - óleo s. tela -  50 x 103cm - Van Gogh Museum, Amsterdam

Durante os verões de 1909 e 1911, o grupo se reuniu no lago do castelo Moritzburg, em Dresden, para sessões de banho e pintura. Afastados do olhar curioso e inquisidor de guardiães da moral burguesa, os artistas e suas modelos se banhavam ao sol e se amavam ao ar livre. "Vivíamos em absoluta harmonia, trabalhávamos e banhávamo-nos", disse Pechstein sobre aqueles tempos. Essas sessões estão retratadas em inúmeras pinturas de banhistas, hoje incluídas entre as mais importantes obras do expressionismo alemão.


"Banhistas em Moritzburg" - 1910 - Max Pechstein


Mudança para Berlim


Os artistas da Brücke se mudaram para Berlim em 1911. As experiências na capital e o contato com as vanguardas internacionais, como o cubismo e o futurismo, levaram a uma mudança nos temas e na autoimagem do grupo.

Principalmente as famosas pinturas de Kirchner retratando o cotidiano da metrópole, são impressionantes testemunhas dessa época. Em "Postdamer Platz", de 1914, ele retratou a prostituição de rua, proibida pelo então império alemão. A obra é considerada hoje como peça-chave do expressionismo e pertence, desde 1999, ao acervo da Nova Galeria Nacional, em Berlim.



"Potsdamer Platz " - 1914 - Ernst Ludwig Kirchner -  Nationalgalerie, Berlin

Em 1912, Pechstein abandonou a Brücke, alegando que a participação no grupo estava limitando suas próprias exposições. Era o começo do fim. Um ano depois o grupo se separou em meio a brigas. Mas o estilo continuou a ser seguido pelos seus integrantes até 1933. Quando os nazistas chegaram ao poder, as obras dos artistas expressionistas foram consideradas degeneradas e depravadas. Foram retiradas dos museus, queimadas ou vendidas.

Museu próprio

Somente nos anos 60 a arte da Brücke ganhou um reconhecimento oficial, com a fundação do Museu Brücke, em Berlim, uma iniciativa de Schmidt-Rottluft. Lá estão reunidas cerca de 400 pinturas e centenas de aquarelas e desenhos.

Assista ao vídeo







23 de março de 2016

Expressionismo Alemão e o Expressionismo Abstrato


"Os grandes cavalos azuis" -  Franz Marc - 1911 - de Walker Art Center, Minneapolis.

Expressionismo alemão

O termo “expressionismo” foi criado por Herwath Walden, no ano de 1912. Walden era proprietário de uma progressista revista de arte alemã, Der Sturm (A tempestade). Os artistas expressionistas (muitos trabalhavam na Alemanha), queriam criar uma arte que confrontasse o espectador com uma visão mais direta e pessoal de seu estado de espírito.



O Expressionismo foi um fenômeno hegemônico cultural na Alemanha, presente nas artes gráficas, na pintura, na escultura, na literatura, no teatro, na música, na dança e no cinema, assumindo formas mais radicais onde a expressão do sentimento tem mais valor que a razão.

Como base para o entendimento do temperamento do homem nórdico. Iniciou-se como um movimento de revolta contra o Impressionismo Acadêmico, sendo no entanto, por oposição, uma extensão deste.



"Artillerymen" - Ernst Ludwig Kirchner - 1915

O expressionismo, como forma de arte representativa, possuía alguns elementos essenciais como distorção linear, reavaliação do conceito de beleza artística, simplificação de detalhes e cores intensas.



"Autoretrato" - Karl Schmidt Rottluff - 1914

Alguns artistas opunham-se à rigidez e repressão da sociedade moderna da época, como Erich Heckel, autor da obra "Dois homens à mesa", inspirado no romance "O idiota", de Dostoievski. Heckel, o artista, estava determinado a questionar as noções estabelecidas do papel mais amplo da arte. Para os expressionistas, o mal e o feio deveriam ser representados.





"Dois homens a mesa" - Erich Heckel - 1912

O movimento expressionista estava associado a dois grupos de artistas: um baseado em Dresden e outro em Munique (possuíam objetivos e influências em comum).



"A Ponte" - Die Brücke - (grupo artístico alemão - Dresden - inserido no movimento expressionista).



"O Cavaleiro Azul" - Blaue Reiter - (grupo artístico alemão - Munique - inserido no movimento expressionistas).

Os artistas queriam distinguir-se da sociedade urbana burguesa (da qual, a maioria se originou) e alguns passaram a viver em áreas rurais, levando uma vida comunitária, o que os levou a serem colecionadores e imitadores da arte folclórica alemã.


Paul Gauguin, foi forte influencia para a arte expressionista. No final do século XIX abandonou o uso de cores realistas e passou a representar as suas cenas, quase sempre imaginárias, com formas simples e amplas, o que viria a caracterizar a pintura abstrata.



"Autoretrato com auréola" - Paul Gauguin - 1889.

A arte da Renascença germânica também foi evocada. Artistas como Albrecht Dürer e Mathias Grünewald, se valeram muito do poder expressivo do preto e do branco, revigorando a técnica medieval de imprimir utilizando uma matriz de madeira. Karl Schimidt-Rottluff não se valeu apenas de técnicas de xilogravura, mas também de suas pesquisas sobre arte tribal e máscaras africanas.





"Auto-Retrato com Monóculo" - Karl Schimidt Rottluff - 1910

Vincent van Gogh e Edvard Munch também influenciaram os artistas expressionistas.


"A Noite Estrelada" - Vincent van Gogh - 1889


"O Grito" - Edvard Munch - 1893


Os pintores expressionistas se afastaram da sociedade convencional e rejeitaram a imitação cuidadosa da natureza em busca de algo mais profundo. Nietzsche - filósofo, crítico cultural, poeta e compositor alemão do século XIX - descreveu como “abundante em beleza, estranheza, dúvida, horror e divindade”.


"Igreja em Murnau" - Wassily Kandinsky - 1909


A arte expressionista foi reprimida pelos nazistas em 1933, quando estes chegaram ao poder, por considerarem-na “degenerada”. No início da década de 1930, o expressionismo influenciou muitos jovens artistas americanos.



"Cavalo na paisagem" - Franz Marc - 1910


Principais características estéticas do expressionismo Alemão


Contraste entre claros e escuros, enquadramentos enviesados, maquiagem carregada e exagero. A cenografia é mais importante do que a montagem e os cenários são irreais, com linhas fora de esquadro. Montagem acelerada, câmeras lentas, duplas exposições, simples ou múltiplas. Caligarismo (conteúdo mórbido), cenários estilizados e deformados. Realismo expressionista, ambientes naturais.


Sobre o expressionismo abstrato

O expressionismo abstrato também foi mencionado na revista "Der Sturm" para descrever as obras dos expressionistas alemães. Muito popular nos Estados Unidos, no pós guerra, o expressionismo abstrato exerceu influência sobre as artes em todo o mundo e colocou Nova Iorque no centro do mundo artístico, posição até então ocupada por Paris, na França.

Em 1946, o crítico de arte americano Robert Coates, usou o termo expressionismo para se referir às obras abstratas de um grupo de artistas americanos que estiveram na ativa entre as décadas de 1940 e 1960. Apesar dos americanos trabalharem com estilos diferentes, todos buscavam causar um efeito expressivo e emocional. Esses artistas trabalhavam principalmente em Nova Iorque e a exposição “Pintura e escultura abstrata na América”, realizada no MoMA de NY, em 1951, estabeleceu a reputação do movimento como uma importante força no mundo das artes.


"A Mulher I" - Willem de Kooning - 1950 -52


O expressionismo abstrato inspirou-se no surrealismo e buscou assimilar em suas obras as ideias psicanalíticas de Jung e de Freud, no que se refere ao mito, ao inconsciente e à memória.


Na década de 1940, o expressionismo abstrato ganhou força com o surgimento de dois estilos pictóricos mais abrangentes. O primeiro enfatizava a capacidade expressiva das pinceladas; eram pintores “de ação” e se inspiravam no automatismo espontâneo e sensitivo do surrealismo, buscando revelar verdades escondidas no inconsciente do artista. Não eram guiados por processos de tomada de decisão conscientes, expressando-se por meio de pinceladas amplas e gestuais.


"Mastros azuis: número 11" (pintura gestual) - Jackson Pollock - 1952

O segundo estilo era uma estratégia oposta à pintura de ação. Os pintores excluíam de suas telas elementos irrelevantes, fazendo com que o espectador pudesse saber que “está vivo na sensação do espaço completo”.


"Sem título" (Violeta, preto laranja e amarelo sobre branco e vermelho) - Mark Rothko - 1949

Alguns críticos declararam que as telas dos artistas, no contexto do expressionismo abstrato, tornaram-se “uma arena dentro da qual o artista podia agir”. Interpretando o ato da pintura como um drama psicológico. Harold Rosenberg, crítico de arte, promoveu, por sua vez, a ideia do “artista como um indivíduo”.


"Emerald Isle" - Hans Hofmann - 1959

O fim do expressionismo abstrato ocorreu devido ao confronto de valores artísticos e temperamentos dos artistas. Além disso, a nova geração encontrava-se impaciente em busca de novos e diferentes temas e contextos.



"Elegia à República espanhola, 108" - Robert Motherwell - 1965-67


Depois do declínio da abstração, na década de 1960, a pintura saiu de moda e outras estratégias artísticas competiam por atenção em um ambiente extremamente eclético. No entanto, no final da década de 1970, a pintura com o movimento neoexpressionista, que se caracterizava por obras que abordavam uma temática com frequência violenta, surge em telas grandes onde os artistas aplicavam a tinta com rapidez, de uma maneira intencionalmente grosseira. Também costumavam incluir outros materiais na superfície das obras, o que dificultava bastante a compreensão da imagem pintada.











9 de março de 2016

Guggenheim Museum NY


Guggenheim Museum - NY

O Guggenheim, na cidade de Nova Iorque, é mantido pela Fundação Guggenheim. Seu nome é em homenagem a Solomon Robert Guggenheim, grande magnata norte-americano, colecionador de arte,
criador do museu e da fundação. Nascido na Filadélfia, estado da Pensilvânia, viveu entre o fim do século XIX e meados do século XX.

O museu foi fundado no ano de 1937 e mantido, na época, apenas pela fundação Guggenheim com o objetivo de levar ao público todos os conhecimentos sobre a arte moderna e difundi-la com mais intensidade.


Solomon decidiu organizar um acervo que abrigasse obras abstratas e que representassem uma realidade singular e, para isto, fora guiado pela artista Hilla Rebay. Inicialmente, o colecionador mantinha sua coleção particular na suíte do Hotel Plaza, de Nova York, onde vivia. As primeiras obras a fazerem parte desde acervo particular, que posteriormente se transformaria num grande museu, foram as de Kandinsky, Rudolf Bauer e László Moholy-Nagy.



"Improvisation 28" - Vasily Kandinsky - oil on canvas - 111,4 X 162,1 cm - 1912 - Salomon R. Guggenheim Museum - NY


Idealizado e criado por Salomon, na década de 1950, com projeto do arquiteto americano Frank Lloyd Wright, o museu, que já abrigava um imponente e variado acervo artístico sobre arte moderna, deveria transpor através de sua arquitetura todas as transformações pelas quais as artes, em especial a moderna, haviam passado nos últimos 200 anos.



O Museu Guggenheim tornou-se famoso pelas linhas curvas da sua fachada, representando a arquitetura moderna em forma orgânica. Possui ambientes de espacialidades cheios de detalhes que estão presentes desde o piso de entrada até nas luminárias decorativas. A fachada do prédio, em si, é uma das obras arquitetônicas mais impressionantes e arrojadas do mundo.

O museu abriga importante coleção de arte moderna amealhadas pelo seu fundador e sua sobrinha Peggy Guggenheim no começo do século XX com um incalculável valor artístico e monetário.

Nos últimos anos de sua vida, Salomon Guggenheim dedicou-se, com exclusividade, a colecionar sua amada arte moderna.



"Tableau No. 2 / Composition No. VII - Piet Mondrian

As novas instalações foram entregues ao público em 1959, seis meses após a morte de Lloyd, que infelizmente não viu sua obra ser concluída.

O Guggenheim Museum está localizado em um dos mais importantes e charmosos endereços de Nova York, na 5ª. Avenida, esquina com a Rua 89, em frente ao Central Park.

Seu acervo conta com importantes obras de Picasso, Kardinsky, Monet, Katherine S. Dreier, Van Gogh e muitos outros.


Lee Ufan

Recentemente, numa política de expansão  internacional, foram criados o Museu Guggenheim Bilbao (Espanha), o Guggenheim Hermitage Museum, em Las Vegas (EUA), o Deutsche Guggenheim, em Berlim (Alemanha) e a Coleção Peggy Guggenheim, em Veneza (Itália). Está prevista, ainda, a construção de um novo polo em Abu Dhabi (Emirados Árabes), que será o maior museu da fundação americana, projetado pelo arquiteto Frank Gehry.

O museu foi designado, em 2005, um edifício do Registro Nacional de Lugares Históricos e, em 2008, foi reconhecido oficialmente como um Marco Histórico Nacional .


Atual exposição no Solomon R. Guggenheim Museum


Mostra em NY revela trajetória do Futurismo Italiano.

Umberto Boccioni - "State of Mind" - 1911


Futurismo é tema da exposição inaugurada em 21 de fevereiro, no Guggenheim.


A mostra “Italian Futurism, 1909-1944: Reconstructing the Universe” (“Futurismo Italiano, 1909-1944: Reconstruindo o Universo”) traz mais de 360 obras de 80 artistas, algumas expostas pela primeira vez fora da Itália.


Gino Severine - "Blue Dancer" - 1912

Em ordem cronológica, essas obras traçam a trajetória do movimento desde seu surgimento, em 1909, com a publicação do primeiro manifesto futurista de Filippo Tommaso Marinetti, no jornal francês Le Figaro, até o fim da Segunda Guerra Mundial.


Luigi Russolo - "Solidity of Fog" - 1912



Iniciado como movimento literário, o Futurismo logo se expandiu para englobar não apenas pintura e escultura, mas fotografia, cinema, publicidade, moda, música, teatro, arquitetura, cerâmica e outras manifestações, dentro do conceito de “obra de arte total".

A exposição fica em cartaz no Guggenheim até 1º de setembro de 2016.


Assista ao vídeo









2 de março de 2016

Marcel Broodthaers: "A Retrospective" no MoMA, NY



Sobre o artista Marcel Broodthaers

De nacionalidade belga, (1924-1976), dedicou-se à poesia até os 40 anos de idade e só então ingressou na área das artes visuais. Durante aproximadamente 12 anos, o seu trabalho manteve uma qualidade poética e senso de humor equilibrando o seu quadro conceitual. Em sua primeira exposição individual, o artista envolveu cópias não vendidas de seu mais recente livro de poesia, "Pense-Bête" (Auxiliar de Memória, 1964), em gesso, transformando-os em uma escultura. Trabalhava ao mesmo tempo com a poesia, escultura, pintura, livros de artista, gravura, e cinema, Broodthaers continuou inventando maneiras de dar forma material à linguagem.


De 1968 a 1972, o artista trabalhou no Musée d'Art Moderne, Département des Aigles (Museu de Arte Moderna, Departamento de Águias), um museu itinerante não dedicado ao seu trabalho como artista, mas ao papel da própria instituição e à função da arte na sociedade. O nome escolhido fez referência a um verso de poesia de Broodthaers, "O melancolia, Eagles castelo azedo". Criado em seu apartamento, o museu era composto apenas de cartões postais, apresentações de slides, engradados para transporte de obras e às vezes até caminhões estacionados na rua. Apresentando-se em locais diferentes, funcionou como uma instituição. O museu atingiu o clímax em 1972, com a exposição "Kunsthalle Düsseldorf", ("Figuras de Seção"), apresentando centenas de objetos de vários países e períodos diferentes que representavam as "Águias". Na frente dos objetos foi colocado um cartaz afirmando: "Esta não é uma obra de arte". Broodthaers encerrou o museu em 1972, quando expôs a "Documenta V" em Kassel.
 
Nos anos finais de sua vida, Broodthaers criou "décors", exposições unificando com certa frequência o trabalho passado com objetos emprestados para a ocasião.
 


Decor: "A Conquista" -  1975 - "Marcel Broodthaers: A Retrospective" - MoMA

Sobre "A Retrospective"

"A Retrospective", é o primeiro estudo abrangente da obra do artista a ter lugar em Nova York, reúne cerca de 200 obras, a maioria feita entre os anos de 1963 a 1975. Broodthaers reuniu obras fundamentais de todos os aspectos de sua arte ressaltando a complexa trajetória de sua carreira, que apesar de curta, provou ser extremamente influente para as futuras gerações de artistas.


"Instalação" - Marcel Broodthaers: "A Retrospective" - MoMA

Depois de se apresentar no MoMA, a exposição vai passar pelo Museo Nacional Centro de Arte Reina em Madrid, no mês de outubro de 2016, e no Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen, em Düsseldorf, no início de 2017.
 

"Recreação" - Marcel Broodthaers: A Retrospective" - MoMA
 
A exposição foi possível graças ao importante suporte, um generoso financiamento fornecido pela Representação Geral do Governo de Flandres para os EUA. Da mesma forma, o seminário de acompanhamento contou com a colaboração do Fundo Annenberg Wallis do MoMA para a inovação na arte contemporânea, através da Fundação Annenberg.
 
Em 2011, o MoMA adquiriu a coleção "Daled", que define a arte conceitual americana e européia do final dos anos 1960 e 1970. A coleção trouxe para MoMA um agrupamento sem precedentes de mais de 60 obras de Broodthaers e um rico arquivo das coisas efêmeras e fotografias raramente vistas, tornando New York um novo centro para a apresentação e estudo da obra do artista.
 
Marcel Broodthaers: "A Retrospective" - MoMa, NY - em exposição até 15 de maio de 2016