Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

30 de abril de 2013

Portas Abertas de Aline Hannun

Portas Abertas surgiu da necessidade que senti em visualizar algo além do que o mundo me permitia ver no momento. Creio sempre existir cenas, paisagens e momentos prazerosos por trás do que parece ser o limite da nossa visão.
 
Fiz o projeto, com um poema e seis telas – todas em óleo s. canvas de 50x60 cm.
 
Dedico à página do Blog a essa série Portas Abertas
 



 PORTAS ABERTAS

Despojo-me do receio
Exponho meu sentimento
Minhas verdades...
Aprendi quem Sou e Creio
No poder do pensamento.

Abro portas e janelas
Minhas histórias...
Razão e Emoção
Retiro trincos e tramelas
E vejo livre o meu caminho,
O largo caminho da criação.
 
 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 

29 de abril de 2013

Johannes Vermeer - "Moça com Brinco de Pérola"

Em resposta à pergunta e ao comentário da leitora Marilda Torrano, seguem alguns esclarecimentos sobre a obra Moça com Brinco de Pérola, de Vermeer, que serviu de tema para livro e filme, ambos com o mesmo nome. Assim como a obra, o filme insinua um clima de muita sensualidade e palavras não ditas. Fantástico! A obra deve ser admirada assim como o livro deve ser lido e o filme assistido. Recomendo.
 

Detalhe da obra Moça com Brinco de Pérola - 1665 - Johannes Vermeer

Johannes Vermeer e a Moça com Brinco de Pérola.

Sobre a obra

A Moça com Brinco de Pérola é intrigante, sedutora e possui beleza atemporal. Em um jogo de sombra e luz, o olhar do espectador é direcionado para a luz refletida pela pérola do brinco, iluminando um ponto na sombra misteriosa entre o pescoço e a orelha. Aquele ponto do arrepio, de apelo erótico. Suspiro! Contudo, a sedução está em sugerir... o olhar direto nos olhos do espectador, dúbio, ambíguo; a boca entreaberta em vermelho; a posição em perfil que quase indica um movimento na direção de quem a olha; o claro-escuro que destaca o rosto do fundo preto, projetando-a para fora da tela... Na verdade a obra nos dá a impressão de que Vermeer afirma em forma de imagem que a moça é uma pérola.



O efeito de brilho nas roupas e nos lábios são características marcantes em Vermeer. Há o mesmo brilho nos lábios em A Moça com chapéu vermelho.

Os sinais e os padrões deixados pelo pintor são tão convincentes que, embora possa haver a questão da identidade, questionar sua autenticidade, o mundo parece ter se transformado em pintura e Vermeer tornou-se indiscutível o seu mestre.

O turbante foi pintado com azul ultramar e, lápis lazuli, detalhe interessante, pois não era comum o uso desses tons por seus contemporâneos, visto que eram muito caros e raros.



Bem como outros pintores europeus, Vermeer desfrutava do mesmo gosto em introduzir uma nota exótica em suas pinturas e congratulou-se com a possibilidade de mostrar em seu processo criativo o uso desse turbante incomum.

A pérola na iconografia simboliza a virgindade. A da obra é de formato de gota, pois era moda entre as senhoras nesse período da história.

Trata-se da obra mais conhecida de Vermee e foi restaurada em 1994.



A obra na moldura - 46,5 X 40 cm - óleo s. canvas - 1665/67 - Maurithuis, The Hague

Sobre o filme

Moça com Brinco de Pérola, baseado no Best-seller homônimo de Tracy Chavelier, conta a história de Griet (Scarlett Johansson), uma jovem de 16 anos que vai trabalhar na casa de Johannes Veermer (Colin Firth). Durante sua estada na casa do pintor renascentista, Griet torna-se a musa inspiradora de uma das mais famosas pinturas da história: Moça Com Brinco de Pérola.



Os detalhes técnicos do filme recriam de forma única a Holanda do século XVII transformando muitas cenas em verdadeiras obras de artes renascentistas. A iluminação explora os contornos de sombra e luz, características dos artistas da época. Tal efeito só foi possível com um trabalho apurado de uma excelente fotografia de Eduardo Serra e da direção de arte de Christina Schaffer.

Além de contar com excelência técnica, Moça Com Brinco de Pérola possui um roteiro coeso e o filme não apela para um drama carregado e nem abusa de clichês, apesar de utilizá-los.

O filme de Peter Webber é bastante fiel ao livro e aborda algumas questões de interesse histórico como a recriação dos cômodos da casa que nos mostra como viviam seus habitantes e o local de cada morador na residência, evidenciando seus papéis sociais. Questões religiosas e econômicas também são ressaltadas no filme.
 
O filme ao tratar de um dos principais pintores renascentistas holandeses mostra a prática do mecenato (os mecenas eram financiadores de grandes trabalhos artísticos como pinturas, esculturas ou textos literários), que em alguns casos se mostrariam relações difíceis devido as personalidades temperamentais dos gênios artísticos.

Moça Com Brinco de Pérola é um filme imperdível para quem gosta de cinema e uma excelente obra cinematográfica para quem aprecia filmes com uma soberba direção de arte, iluminação e fotografia.

Assista ao trailer do filme





Serviço

Título original: Girl with a Pearl Earring
 
Gênero: Drama

Duração: 1 hr 35 min

Direção: Peter Webber - baseado no livro de Tracy Chevalier

Música: Alexandre Desplat

Fotografia: Eduardo Serra

Direção de arte: Christina Schaffer
 


 



 


28 de abril de 2013

Minha obra "Peônias"




Peônias rubras - Mista s. lona reciclada de caminhão - Aline Hannun

Vendendo peônias murchas

O rosto ao vento, a suspirar, pétalas caem
e vai-se outra primavera em seus odores
Hoje ninguém as quer comprar, dizem-nas caras
Intenso, afasta as borboletas, seu aroma
Pétalas rubras, só crescessem em palácios
Folhas de jade, vão tingir-se ao pó da estrada?
Antes se transplantarem a imperiais vergéis
e as colheriam belos jovens em cortejo

Poesia completa de Yu Xuanji


27 de abril de 2013

Minha obra "Noite Estrelada"



Noite Estrelada - Mista s. lona reciclada de caminhão - Aline Hannun

Não tenho certeza de nada, mas a visão das estrelas me faz sonhar.
Vincent Van Gogh



26 de abril de 2013

"Bonequinha de Luxo" vai a leilão



Originais do romance Bonequinha de Luxo, de Truman Capote, foram leiloados pela internet

Os originais do romance Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany), do escritor norte-americano Truman Capote, foram
leiloados on-line entre os dias 18 e 25 de abril pela casa R.R. Auctions, informou o Los Angeles Times. Os organizadores atingiram lances mínimos de US$ 250 mil (R$ 504 mil).

O texto de Bonequinha de Luxo é escrito em uma máquina de escrever, mas Capote fez inúmeras alterações manuscritas no romance original. Em particular, ele alterou o nome da personagem principal de Connie Gustafson para, o hoje icônico, Holly Golightly.

O famoso romance de Capote foi publicado originalmente em 1958. Bonequinha de Luxo conta a história de uma jovem que se muda para Nova York.

O livro ganhou imensa popularidade devido à adaptação ao cinema, em 1961, por Blake Edwards, com Audrey Hepburn no papel principal.

O leilão virtual contou também com uma série de itens relacionados à indústria cinematográfica de Hollywood, como fotos de James Dean, Humphrey Bogart, Clark Gable, Carole Lombard e Judy Garland.



Os originais do romance Bonequinha de Luxo, de Truman Capote; texto negociado em um leilão virtual

Sobre o autor

Truman Streckfus Persons, mais conhecido como Truman Capote (Nova Orleans, 1924 - Los Angeles, 1984) foi um escritor e comediante norte-americano, que escreveu vários contos, romances e peças teatrais, reconhecidas como clássicos literários. Foi o pioneiro do jornalismo literário, sendo Breakfast at Tiffany's a sua obra mais famosa.

Considerado um dos mais famosos escritores do século XX, Capote teve uma infância marcada pela negliência e conflito dos pais, fatos estes que o levaram a ser criado por parentes de sua mãe, em Monroeville, Alabama.

O seu primeiro romance apresenta um mundo adolescente situado entre a realidade e a fantasia, e que literariamente pode incluir-se na tradição gótica do Sul dos Estados Unidos. Em 1958 obtém outro êxito com Breakfast at Tiffany's (Ao começo do dia ou Bonequinha de Luxo).



A Sangue Frio (In Cold Blood - 1966), obra com que inicia um gênero por ele denominado non-fiction novel (romance-documento ou romance de não-ficção). Nela reconstrói minuciosamente um fato real (um crime brutal), a personalidade das vítimas e dos jovens assassinos. O livro é um penetrante estudo dos Estados Unidos do momento, com os seus contrastes, a tentação do delito, etc. A história deste livro é relatada no filme Capote, indicado a 5 Oscar. Capote nunca foi premiado pela obra, no entanto, a premiação foi do público em geral, pois sua obra lhe rendeu por volta de dois milhões de dólares e o tornou rico. Foi também a sua última obra relevante.

Posteriormente publica
Música para Camaleões (Music for Chameleons). Escreve também guiões para filmes, como Beat the Devil e um musical para a Broadway, House of Flowers.

Assista ao trailer do filme Bonequinha de Luxo.








25 de abril de 2013

Obra-prima inacabada de Da Vinci passa por restauração



Detalhe da obra A Virgem e o Menino com Santana

Filme mostra a restauração de obra-prima inacabada de Da Vinci

"É um dos quadros mais belos do mundo e também dos mais misteriosos. É ainda um quadro doente, desfigurado, ameaçado pelas 'reparações' e camadas sucessivas de verniz."

É assim que o museu do Louvre descreve a pintura A Virgem e o Menino com Santa Ana, de Leonardo Da Vinci (1452-1519), deixada inacabada pelo artista e considerada sua segunda mais importante, depois da Mona Lisa.


Visitantes diante da obra de Da Vinci no museu do Louvre

Para dar à obra todo seu potencial, uma operação de três anos restaurou o quadro. A velocidade e a intensidade do reparo, entretanto, dividiram os técnicos do Louvre, provocando, em 2012, a saída da chefe de restauração e do diretor de pintura do museu.

Técnicos discordaram sobre a quantidade de verniz retirado da tela - haveria dúvidas, por exemplo, se as camadas de verniz haviam sido obra do próprio Da Vinci ou de outra pessoa.

A tarefa foi documentada por Stan Neumann, em documentário de 52 minutos de duração coproduzido pelo Louvre e exibido no canal Arte1. 

Assista a um pequeno trecho do documentário Os segredos criativos de Da Vinci e veja o tela que pintei em sua homenagem.




A Virgem o Menino e Santana com Girassóis - mista e colagem s. canvas - Aline Hannun

24 de abril de 2013

Agradecimento



Agradeço a todos os amigos e leitores do blog pelas mensagens e e-mails que recebi com os cumprimentos pelo meu aniversário.
 
Como a sensibilidade que todo o artista possui, os  sentimento e a alma à flôr da pele, só posso devolver o carinho recebido através da minha arte.
 
Que todos tenham um dia muito feliz, como os momentos que tenho quando estou criando.
 

 
 
 
 
 
 

22 de abril de 2013

"Fantoches da meia-noite" de Di Cavalcanti



Obras de Di Cavalcanti em exposição até 15 de julho

A Casa Guilherme de Almeida recebe a exposição Fantoches da meia-noite com obras raras do renomado artista Di Cavalcanti.

O museu que funciona na antiga residência do poeta modernista Guilherme de Almeida abriga um importante acervo de arte e conta com diversas telas, desenhos e gravuras de Di Cavalcanti, amigo próximo de Guilherme e companheiro de atuação no movimento modernista de São Paulo. Coube a ele a criação da capa e ilustrações do livro de poemas A dança das horas, publicado por Guilherme em 1919.

Di Cavalcante relata seu primeiro encontro com o poeta: “Guilherme de Almeida não sabia, felizmente, da existência de meus versos, quando me deu a "Dança das horas" para ilustrar. Ele conta que a primeira vez que me viu, eu vestia uma elegantíssima roupa do Nagib e que minha palidez o impressionara. Também fiquei impressionado com a elegância de Guilherme. No Progredior bebemos o nosso feliz encontro. Com Guilherme eu fiquei sabendo o que era um poeta integral. E este poeta integral subiu pela mão da poesia, até a Academia de Letras!”

Mário de Andrade ao comentar, na revista Fon-Fon, a exposição que o artista Di Cavalcanti realizou em São Paulo em 1921, afirmou que “sobretudo brilhava essa extraordinária série dos Fantoches da meia noite..." Mais de 90 anos depois, a série de desenhos do célebre artista brasileiro mantém seu brilho, acrescido do atrativo de sua importância para a história do modernismo no país.  



O trabalho pode ser considerado um marco na trajetória de Di Cavalcanti: observa o pesquisador Sullivan de Almeida, ao produzir os Fantoches, Di realizou “uma ruptura com o estilo art nouveau, até então praticado pelo artista”.


O próprio Di Cavalcanti menciona os Fantoches ao relatar sua vinda do Rio a São Paulo, para inserir-se no ambiente modernista de São Paulo: “Saí da Lapa para a aventura da Semana de Arte Moderna em São Paulo, com o coração transbordado de aventuras amorosas, com a boca amarga de álcool mau e as mãos cansadas de desenhar o que eu via num mundo de Fantoches da meia-noite.”

A mostra apresenta 16 gravuras baseadas na vida boêmia do Rio de Janeiro do início século XX, levando em conta o processo de reurbanização da cidade e diversas mudanças sociais. Em cada desenho, é apresentado um personagem diferente da noite carioca.



A mostra foi motivada não só pela beleza da obra e por sua relevância na trajetória desse importante artista do modernismo, mas pela peculiaridade do exemplar que pertenceu a Guilherme de Almeida, hoje integrante do acervo do museu: suas estampas foram coloridas à mão por Di, tornando-o único.



Para melhor apreciação das gravuras, elas foram emolduradas com passe-partouts largos, de modo a gerar um espaço generoso entre elas, e distribuídas entre os andares térreo e superior do museu-casa. Uma oportunidade única de observar uma versão diferenciada do trabalho que é marco inicial do modernismo do artista e representou uma ruptura de seu autor com o estilo antes praticado.


Dados sobre o álbum Fantoches da meia-noite:

Publicação:
Monteiro Lobato & Cia. Editores – São Paulo, 1922.

Tiragem: reduzida, número não informado.

Exemplar do acervo da Casa Guilherme de Almeida: “fora de comércio”, número 39 (anotação manuscrita pelo autor), com intervenções de cor incluídas pelo artista.


Serviço

Fantoches da meia-noite

Quando:
Até 15/07/2013 - De terça-feira a domingo das 10h às 17h

Onde: Casa Guilherme de Almeida - Rua Macapá, 187 - S.P. - Fone (11) 3672-1391

Entrada gratuíta

http://www.casaguilhermedealmeida.org.br/


19 de abril de 2013

Pinacoteca de São Paulo apresenta Sérgio Sister



Verde Luz - 2002

Pontaletes, Caixas e Ripas de Sérgio Sister na Pinacoteca

A Pinacoteca de São Paulo apresenta uma exposição com cerca de 30 obras do artista Sérgio Sister, entre pinturas, desenhos e objetos realizadas no período de 1990 a 2012.

Entre os destaques da mostra está a série de relevos intituladas Pontaletes que, dispostos na forma de quadrados de aproximadamente 250 x 250 cm, de modo como que casual, multiplicando partes lado a lado, ou em outro dos quatro lados, juntando vários quadrados, em geral recostados na parede, são as obras mais lúdicas de Sérgio Sister, de acordo com o curador Tassinari.



Outra importante série também presente na mostra denomina-se Ripas, e é onde Sister encontra uma solução por meio do relevo - e não da pintura - de como conjugar diferentes cores sob a mesma luz. Entre ripas de cores diferentes, em geral duas, aplica uma cor acinzentada a uma delas e se apropria das sombras que, inevitavelmente, projetam as ripas verticalmente dispostas. O resultado é nem coisa nem cor, meio ambas, outra instância do visível em que as sombras se destacam das ripas, mas a elas também aderem, desenhando a verticalidade das ripas.



As Caixas, terceira série relevos, sintetizam boa parte da obra de Sérgio Sister. Na visão de Alberto Tassinari, "há algo de um ovo de Colombo nelas que não para de nos instigar, pois potencializam os três elementos que estão na raiz da poética de Sérgio Sister - luminosidade, feição e afeição. São cópias de caixas de frutas cuja feição é, mais do que em qualquer outro momento da obra de Sérgio Sister, algo de achado no mundo. Algo que o artista olhou e entreviu como possibilidade de trabalho. Penduradas numa parede, e não dispostas horizontalmente, as tiras logo lembram faixas, e, além disso, como caixas, com frente e trás, a luz diferentemente as percorrerá. Tudo se passa como se o artista tivesse encontrado os três elementos poéticos com que trabalha já prontos no mundo. E, de certo modo, encontrou".


Num depoimento sobre como surgiu a série Caixas e sua relação com Ripas e Pontaletes, o artista afirma: "Encontrei uma pilha de caixas vazias na garagem do prédio onde moro - essas estruturas apresentam uma solução a um problema com que eu havia encontrado na prática da pintura. As Caixas foram concebidas em um primeiro momento como obras de ateliê, objetos que foram encontrados e pintados. A pintura de suas tiras verticais foi um experimento que serviu de base para outra série, chamada Ripas, trabalhos que re-configuravam as tiras, transformado-as em ripas de madeira penduradas na parede, lado a lado, em duplas e pintadas." Mais tarde, o artista percebeu outra estrutura nos arredores de seu prédio: pontaletes utilizados na construção de um edifício para sustentar moldes de lajes de concreto. Sister pintou pontaletes parecidos, apoiando-os, agrupados, em paredes - dispondo-os como "entrosamentos de cores sustentando grandes vazios."

Sobre o processo criativo que resulta nas variadas densidades de pintura, estruturas mais ou menos aparentes de imagens, diferentes sobreposições ou predominâncias cromáticas o artista explica: "Por uma bela perversão da natureza, o espaço e o tempo acabam reunindo cacos aparentemente desconexos. Não importa se os estilhaços tenham origem na singeleza natural dos anos ou na destruição dos homens. Em algum momento, as tensões e desconexões que se acumulam ou se transfiguram apresentam-se como uma unidade íntegra e visível. Isso me chega através da pintura".



Sobre o artista

Sérgio Sister nasceu em 1948, em São Paulo, onde reside e trabalha. Entre suas exposições individuais recentes estão: Josee Bienvenue Gallery, em Nova York, Estados Unidos (2011); Pinturas, na Galeria Nara Roesler (2008); Pinturas Face a Face, no Instituto Tomie Ohtake (2007), entre outras. Suas obras fazem parte de acervos como os do Museu de Arte Moderna de São Paulo; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Pinacoteca do Estado de São Paulo; Centro Cultural São Paulo e Instituto Figueiredo.


Serviço

SERGIO SISTER

Onde:
Pinacoteca do Estado de São Paulo - Praça da Luz, 2 - Estação Luz do Metrô - S.P. Tel. 55 11 3324-1000

Quando: Até 5 de maio de 2013 - de terça a domingo das 10h às 18h

Quanto: R$ 6,00, às quintas e sábados após as 17h entrada gratuíta 








17 de abril de 2013

Grupo Santa Helena e Humberto Rosa



Natureza Morta - Humberto Rosa

Humberto Rosa - pintor e desenhista brasileiro - nasceu em Santa Cruz das Posses (1908 - 1948).

Participou do Grupo Santa Helena e da Família Artística Paulista. Foi um dos integrantes menos conhecidos destes dois movimentos. No entanto, suas obras, especialmente as paisagens, registram a origem interiorana e a vida na São Paulo em expansão, relacionando estas duas experiências. Um olhar retrospectivo da obra do artista estabelece um panorama da realidade paulista na década de 30 e 40, unindo com sutileza a tradição do Estado com as novas problemáticas surgidas com a industrialização.

Oriundo de família italiana, começou a trabalhar cedo, em Santa Cruz das Posses, ajudando o pai em seu armazém. Sua primeira pintura de visibilidade ocorreu na juventude, ainda como autodidata, quando decorou a sacristia da Igreja da Sagrada Família, em sua cidade natal.

Em 1927, passou a residir em São Paulo, ingressando na Escola de Belas Artes, onde permaneceu até 1932. Na capital, conheceu Rebolo Gonsales, que o levou a freqüentar os ateliês do Palacete Santa Helena. Ao contrário de alguns integrantes do grupo, não exerceu atividades ligadas ao meio operário, se sustentando com o salário de professor de desenho, profissão que exerceu até o final da vida.



São Luiz de Paraitinga - 1939

Certa vez Mário de Andrade, referindo-se as obras de Rosa, citou a frase de Sérgio Milliet sobre o Santa Helena: "Mesmo pintando Itanhaém ou uma natureza-morta, estes artistas tudo enxergam através da miragem de subúrbio paulistano". Retratando paisagens interioranas, especialmente de regiões do Vale do Paraíba, figuras humanas ou naturezas mortas, com clara influência de Cézanne, mostra afinidades com os artistas da época e um lado primitivista peculiar.


Natureza Morta -

Humberto Rosa participou da mostra da Família Artística Paulista, nas edições de 1937 e de 1940, do Salão de Belas Artes de São Paulo, em 1940, e do Salão de Belas Artes do Rio Grande do Sul, no mesmo ano. Apesar da presença neste eventos importantes, sua obra é pouco conhecida.

Com a saúde fragilizada e a morte precoce, acabou não produzindo tanto como os outros santelenistas. Também não realizou a mostra individual que planejava no ano de 1946. Postumamente, suas obras acabaram se perdendo e se dispersando, de forma que seus trabalhos se tornaram artigos raros e preciosos para a compreensão dos movimentos artísticos das décadas de 30 e 40.



Paisagem - 1942







15 de abril de 2013

Museusinsel - Alte National Galerie ou Antiga Galeria Nacional



Alte National Galerie

Como um templo antigo, este museu, juntamente com a sua escadaria se sobressai na Ilha dos Museus. O modelo que inspirou o arquiteto Friedrich August Stiller foi a Acrópole de Atenas. Construído entre 1867 e 1876, foi o primeiro museu a ser renovado na ilha (a um custo de 74 milhões de euros) e foi reaberto ao público em 2001.

Estão em exposição obras primas da escola Romântica alemã, pinturas impressionistas, esculturas, somando mais de 140 obras primas dos mais conceituados artistas como Claude Monet, Karl Friedrich Schinkel, Edouard Manet, Adolph Menzel, Degas, Renoir entre outros.

Em local favorecido, às margens do rio, está claramente visível em um pedestal no topo da escadaria a estátua equestre de Friedrich Wilhelm IV, o rei da Prússia, responsável por todo o conceito da Museusinsel que levou mais de um século para ser constituído.



Estátua de Friedrich Wilhelm IV, rei da Prússia

Durante a Segunda Guerra Mundial, o edifício foi seriamente danificado. Em 1948 foi dado início a reconstrução das ruínas, começando pelo teto que havia desabado e em 1950 foi a vez do piso ser reconstruido. Só em 1995 que começaram a trabalhar no exterior do prédio e em 1998 a remodelação geral. Em dezembro de 2001, a Antiga Galeria Nacional foi reaberta.

No primeiro andar estão localizadas as esculturas em mármore do período néoclassico que retratam a mitologia grega.



Escadaria da Antiga Galeria Nacional de Berlim



Pã consola Psiquê - Reinhold Begas

As pinturas são belíssimas e estão distribuídas pelos 3 andares do museu seguindo a ordem: realistas, idealistas, impressionistas e no último andar as pinturas classicistas e românticas.



Quarto na varanda - 1845 - Adolph Menzel



1898 - óleo s. madeira - Ludwig von Hofmann Reverie


Serviço

Alte National Galerie

Onde: Bodestr. 1-3 - 10178 Berlin - Telefone: 030 20 90 58 01

Quando: De terça a domingo das 10h às 18h exceto às quintas-feiras que funciona até às 22h. Às segundas-feiras está fechado.

Quanto: 8 euros, estudante 4 euros. Às quintas a entrada é gratuíta.




Conversa informal

Dando continuidade à matéria Museumsinse - Ilha dos Museus em Berlim - que foi dividida em capítulos, na próxima semana vamos mostrar um pouco do famoso Pergamon Museum.


13 de abril de 2013

12 de abril de 2013

Christies leva a leilão o retrato da esposa de Matisse



Retrato de Marguerite a dormir  - Foi o retrato da mulher de Matisse que iniciou o estilo artistico fauvismo. 
O retrato da esposa de Matisse é estrela de leilão de Christies

Um retrato do pintor André Derain que mostra a esposa do pintor Henri Matisse vai ser a principal obra do leilão de arte impressionista e moderno que a casa Christies vai realizar em Nova York no próximo dia 8 de Maio.

O quadro Madame Matisse au quimono é uma obra prima do fauvismo e o retrato mais importante de Derain jamais tirado em leilão, por isso o seu preço de venda está calculado entre 15 e 20 milhões de dólares, indicou hoje a entidade num comunicado.

O retrato de Amélie Matisse foi pintado em 1905, quando Derain passou um verão em Collioure (sul da França) com os Matisse, antes de uma famosa exposição no Salão de Outono de Paris que viu a explosão do movimento fauvista.

Foi precisamente nessa exposição que o crítico de arte Louis Vauxcelles cunhou o termo fauves para denominar os membros desse grupo pictórico, caracterizados por um uso audaz da cor.

Este quadro procede de uma coleção privada europeia, na qual esteve durante os últimos 40 anos.

 

11 de abril de 2013

Pintura Italiana no Entreguerras



Giorgio Morandi

Pinturas italianas do período entre guerras são expostas em São Paulo

Além das 71 pinturas, a exposição apresenta dez obras de artistas brasileiros que mantinham relação com o ambiente artístico italiano entre guerras. A curadoria da exposição é de Ana Gonçalves Magalhães, do MAC-USP. "A exposição é o primeiro resultado de uma pesquisa acadêmica que venho desenvolvendo no acervo do MAC-USP desde 2008 com o núcleo inicial da coleção modernista do museu herdado do antigo MAM. A pesquisa enfoca, sobretudo, as coleções de Ciccillo Matarazzo e Yolanda Penteado", disse.

A exposição mostra um panorama da arte moderna italiana entre os anos de 1920 e 1946, período no qual predominava a arte figurativa e a baseada no realismo. Entre as pinturas em exposição, há obras de Mario Sironi, Massimo Campligi, Fausto Pirandello e Giorgio De Chirico, entre outros. "Há um aspecto comum nessas obras. Quando se olha a coleção de pinturas, ela parece uma coleção mais convencional, de pinturas figurativas, com recorrência no gênero da paisagem e da natureza-morta e do retrato. Ela não parecia uma coleção vanguardista, de arte moderna. Ela reflete o debate artístico em torno do modernismo dos anos 1930, não só da Itália, mas da Europa de maneira geral e também do Brasil", explicou.


Mario Sironi



Giorgio De Chirico

Segundo Ana, a arte moderna na Itália entre guerras caracterizou um fenômeno conhecido na história da arte como retorno à ordem. "O retorno à ordem, significava o abandono dessa prática e do uso da linguagem vanguardista da arte - no caso o cubismo e o futurismo - e a retomada de uma pintura figurativa de caráter realista. Quando intitulo a mostra Classicismo, Realismo e Vanguarda é porque, junto a essa ideia de realismo, os artistas, assim como outros artistas na França, Alemanha, Inglaterra e Espanha, vão retomar o estudo do Renascimento e da tradição da pintura do renascimento para poder reinterpretar o modernismo. Essa pintura de caráter realista tem esse desdobramento que é o de tentar trabalhar e rever alguns artistas importantes, sobretudo do século 15 italiano, para pensar numa nova proposição da pintura", explicou.


Massimo Canpigli

A arte moderna italiana desse período acabou sendo promovida pelo regime fascista por meio da constituição de um sistema de arte, envolvendo galeristas, exposições, instituições e coleções privadas. "Muitas obras são procedentes de coleções privadas italianas que estiveram em exposições oficiais durante o fascismo. A partir da segunda metade da década de 1930, havia na Itália apoio à formação de coleções de arte moderna italiana em um espírito que, eu diria, parecer um modernismo mais convencional. Tem obras da nossa coleção que vem desse universo e que refletem a política pública italiana da segunda metade dos anos 1930 e que estava presente em mostras que o regime promoveu", disse a curadora. Mas essa promoção pelo regime fascista, acrescentou Ana, não significa dizer que as obras sejam políticas. "Não significa que você tem, no conjunto uma representação explícita da política fascista. Pelo contrário: tem representações que são muito abstratas e distantes dessa ideia", ressaltou.



Arturo Tosi

Serviço

Classicismo, Realismo, Vanguarda: Pintura Italiana no Entreguerras

Quando: Até 2014 - de terça e quinta das 10 às 20h; quarta, sexta, sábado, domingo e feriado das 10 às 18 horas. Segunda o museu é fechado.

Onde: MAC USP - Rua da Praça do Relógio, 160, Cidade Universitária -  F:(11) 3091.3039

Entrada gratuita

www.mac.usp.br