Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

24 de outubro de 2013

Você já pode ter um Picasso, veja como.


Obra de Picasso poderá ser adquirida por R$ 300 em sorteio

Uma obra de Picasso com preço estimado em R$ 2,2 milhões poderá ser obtida por apenas R$ 300 em um sorteio que será realizado na Europa.

O sorteio da obra "L'homme au Gibus" ("O Homem com Chapéu de Ópera", em tradução livre) será realizado na casa de leilões Sotheby's em Paris no dia 18 de dezembro e será transmitido on-line. São 50 mil tíquetes, cada um a R$ 300, que farão parte do sorteio.


O quadro 'L'homme au Gibus', de Picasso

Os organizadores, a Associação Internacional para Salvar Tire e a Sotheby's, esperam levantar cerca de R$ 14 milhões para a caridade com a venda dos tíquetes.

É a primeira vez que uma obra de Picasso é sorteada em um formato de rifa, cujo processo será feito exclusivamente on-line.

Os fundos serão destinados ao desenvolvimento da cidade de Tiro, no Líbano, considerada pela Unesco como um lugar de herança cultural da humanidade por seu valor histórico.

"É um quadro muito importante porque reflete o período cubista de meu avô", disse Olivier Picasso, neto do pintor cubista, ao "Daily Mail".

O quadro, que mede 30.5 cm por 24 cm, foi comprado pela organização de uma galeria de Nova York.

Os tíquetes podem ser adquiridos no site criado para o sorteio .




22 de outubro de 2013

Daniel Azulay e cursos online para crianças




Daniel Azulay foi o criador da "Turma Lambe-Lambe" e apresentador de um programa de TV dos anos 80 que ensinava crianças a desenhar e pintar.





Daniel Azulay ressurge em curso de desenho online para crianças

Famoso na década de 1980, o desenhista Daniel Azulay, voltou com suas aulas para crianças. Mas, em vez de estampar seu rosto na TV, ele agora ensina seus traços na internet.

Ele é um dos idealizadores do Diboo, curso online de desenho voltado para o público infantil.

"A ideia é que o curso ajude crianças que, assim como eu, não têm formação acadêmica, mas querem aperfeiçoar o desenho. Quem sabe até fazer disso uma profissão", diz Azulay.

Na sua opinião, porém, a internet deve ser usada com moderação. "Com a internet, as crianças nunca tiveram tantas alternativas que ajudam a desenvolver a inteligência. Mas, sem supervisão, elas podem ficar o dia inteiro sem fazer nada de útil."


Daniel e seus personagens


O desenhista carioca criou a Turma do Lambe-Lambe e nas décadas de 1970 e 1980 apresentou, ao lado de seus personagens, um programa de TV que ensinava técnicas de ilustração e dava dicas de como construir brinquedos com o lixo doméstico.

Azulay conta que sua paixão pelo desenho começou cedo: "Minha mãe dizia que eu ficava lambuzando a chupeta e passando pelas paredes". Aos 13 anos, ele aprendeu o básico em um curso de desenho por correspondência e nunca mais parou.


Uma das capas do gibi "Turma do Lambe-Lambe"


As aulas do curso online são divididas em 20 fases, incluindo temas como fundo do mar, corpo humano, caricaturas e dinossauros. As opções de assinatura vão de R$ 29,99 a R$ 39,99 por mês.

No ano que vem, a Turma do Lambe-Lambe completa 40 anos e, entre os planos de Azulay, estão a produção de um documentário, um livro e um musical sobre os personagens.

Assista a um trecho do programa de televisão de Daniel Azulay








21 de outubro de 2013

Retrospectiva das obras de Yayoi Kusama


 
Retrospectiva reúne obras da visionária Yayoi Kusama
 
Louca obsessão

Aos 84 anos, a artista japonesa Yayoi Kusama mantém um invejável índice de popularidade, mesmo reclusa, desde que decidiu por vontade própria se internar numa clínica psiquiátrica quando retornou ao Japão, em 1977, depois de viver a vida louca na Nova York dos tumultuados anos 1960. Sucesso até entre usuários de jogos eletrônicos, suas bolinhas, imitadas por Damien Hirst, atraíram um público imenso para a exposição Yayoi Kusama: Obsessão Infinita, no Malba de Buenos Aires.
 
A mostra foi aberta no CCBB do Rio no último dia 11, para convidados e deve chegar a São Paulo em maio de 2014, depois de passar por Brasília em abril.



A artista japonesa Yayoi Kusama

Já no fim dos anos 1950, quando o espírito da arte pop começava a se espalhar pela América, Yayoi Kusama, então parte da turma dos performáticos nova-iorquinos, declarava que sua vida era um ponto, "uma partícula entre milhões de outras partículas". Sua "obsessão infinita" era cobrir o mundo com esses pontos, ou melhor, com suas bolinhas, disposta a não deixar espaço sem sua marca registrada.
 
Esse transe narcísico tem algo de patológico, o que é compreensível para uma filha de comerciantes obrigada pela mãe, que a castigava, a seguir o pai em suas escapadas extraconjugais.

Vítima de alucinações, ela descobriu uma forma engenhosa de lidar com suas fobias: trocou a rigidez de sua formação japonesa pela efervescente cena contracultural nova-iorquina dos anos 1960.
 
Yayoi desembarcou em Seattle em 1958 e logo adotou Nova York, relacionando-se com expressionistas abstratos e o grupo pop que começava a se formar em torno da figura de Andy Warhol. Foi por essa época que nasceu sua série Redes Infinitas, pinturas com até 10 metros de largura que registravam a obsessiva repetição de arcos de pigmento branco.


Enquanto Warhol atraía a atenção do poderoso marchand Leo Castelli, Yayoi, militante pelos direitos da mulher, ignorava o mercado de arte e marchava pelos direitos civis, participando de happenings e performances (quase sempre sem roupa). Frances Morris, curadora da Tate Modern de Londres e da retrospectiva da artista japonesa, em entrevista, revelou que, ao contrário do esperto Warhol, a japonesa não conseguiu nem o apoio de Castelli nem de outros marchands. "Isso a obrigou a buscar novos meios de se expressar fora das galerias, trocando o espaço privado pelo público, o que explica tantas performances e happenings".
 

Uma delas, registrada no Black Gate Theatre, que a curadora define como a base para seu seminal e revolucionário filme Self Obliteration (1968), está na retrospectiva brasileira, composta por uma centena de obras que cobrem o período de 1949 a 2012. Há também trabalhos em papel, pinturas, esculturas e instalações, entre as quais se destaca Dots Obsession (The Mattress Factory, Pittsburgh, 1996), sala amarela coberta por bolinhas pretas de diferentes tamanhos com uma forma fálica dominando o ambiente. A artista gosta de esculturas pantagruélicas com explícitas referências ao sexo "constituem uma deliberada reação contra os valores burgueses e ultraconservadores" - no caso, do Japão do pós-guerra.
 


Yayoi já trazia uma bagagem artística do Japão, mas foi nos EUA que sua arte se desenvolveu, embora lá tenha passado fome e frio, explorada por redes como a Bloomingdale's, que chegou a vender objetos desenhados por ela. De volta ao Japão em 1973, ela só retornou ao cenário americano com uma retrospectiva de sua obra em Nova York, em 1989. Em 1993, representou o Japão na Bienal de Veneza, onde antes (1966) mergulhou numa piscina de bolas espelhadas, depois reproduzida no Instituto de Arte Contemporânea de Inhotim (Minas).












18 de outubro de 2013

Em Viena Lucian Freud por David Dawson

“Ele sempre soube o que queria. Era essencialmente um artista.” David Dawson

Viena terá primeira mostra de obras de Lucian Freud

Lucian Freud (1922-2011) não viveu para ver a primeira exposição de suas obras em Viena, a cidade da qual seu avô Sigmund fugiu em 1938, mas o artista ajudou a planejar a retrospectiva que será inaugurada esta semana.

Freud, considerado o maior pintor britânico de sua geração, se mudou com a família de Berlim para Londres em 1933 para escapar da ascensão do nazismo. Quatro de suas tias-avós foram mortas em campos de concentração durante o Holocausto.

"Viena nunca foi a terra dele e nunca poderia ser a terra dele", disse o curador Jasper Sharp. "Não quero ir tão longe a ponto de dizer que [a mostra] era uma cura ou o fechamento de um ciclo para ele, mas de alguma maneira um fantasma foi enterrado."

Depois de recusar inúmeros convites de galerias alemãs e austríacas por décadas, o artista figurativo germano-britânico concordou com a exposição e ajudou a selecionar 43 trabalhos para a mostra por causa do seu amor pelo local no qual eles seriam exibidos.

"Em primeiro lugar, e acima de tudo, ele fez esta exposição pelas coleções do Kunsthistorisches Museum", afirmou Sharp, amigo e vizinho de infância do artista judaico, que morreu em 2011 aos 88 anos.

O museu abriga a enorme coleção de artistas da família real Habsburgo, incluindo quadros de Ticiano, Velázque e Rembrandt que inspiraram Freud, um visitante contumaz de museus. Ele dizia que a visita a galerias de arte era para ele um curativo igual a ir ao médico.

 
'NÃO OLHE PARA O RELÓGIO' 

A mostra abrange 70 anos de carreira, indo de um autorretrato de 1943, período da guerra, à sua última obra, o inacabado "Retrato do Galgo", no qual aparecem seu assistente David Dawson e seu cão Eli, da raça whippet, quadro no qual ele trabalhou até duas semanas antes de morrer. 


"Uma coisa que você tem de aprender sobre posar é não olhar para o relógio", disse Dawson, que trabalhou com Freud por mais de 20 anos e cujas fotos tiradas do estúdio e da casa do artista estão sendo exibidas ao mesmo tempo no museu Sigmund Freud, em Viena, onde o fundador da psicanálise viveu e trabalhou por muitos anos.

A única exceção no intenso método de trabalho de Freud --seus modelos algumas vezes ficavam sentados por milhares de horas, já que o pintor produzia nos sete dias da semana, 13 horas por dia-- foi a rainha britânica, Elizabeth, cujo retrato ele pintou em 2001.

 

A monarca pôde posar por duas horas de cada vez. "Ela disse: 'bem, eu realmente tenho outras coisas para fazer'", contou Dawson em entrevista.

A mostra inclui alguns nus de tamanho fora do padrão, pelos quais Freud ganhou renome.
 
A maioria dos retratos é dele mesmo, membros da família e amantes, ou de pessoas que conheceu por acaso, como Susan Tilley, uma supervisora de benefícios da assistência social, que era gorda e ele pintou nua.
 

Freud evitava chamá-los de "nus", dizendo que isso poderia evocar uma ideia de perfeição à qual ele não aspirava. "Não quero pintar as pessoas do jeito que elas parecem. Quero pintar as pessoas do jeito que elas são", dizia o artista, segundo recorda Sharp.
 
 
O artista Lucian Freud (1922-2011) em fotografia de David Dawson
 
 
 
 
 
 
 

17 de outubro de 2013

A Magia de Esher em Belo Horizonte





Exposição 'A magia de Escher' oferece experiências que permitem "entrar" nas gravuras.

A mostra apresenta momentos decisivos da obra do artista holandês e já foi visita por mais de 1 milhão de brasileiros

A exposição 'A magia de Escher', que seduziu 1,2 milhão de brasileiros e se tornou uma das mais visitadas no mundo desde a abertura chega a Belo Horizonte e deve impressionar bastante os mineiros.
 
As principais galerias do Palácio das Artes foram preparadas para receber as 85 obras, entre gravuras originais, desenhos e fac-símiles, pertencentes à coleção da Fundação Escher, na Holanda, terra natal do artista. Além disso, foram recriadas instalações que permitirão ao espectador a experiência de “entrar” nos desenhos repletos de efeitos, ilusões e paradoxos de encher os olhos. A intenção é instigar o visitante.
 
 
Gravuras do artista Maurits Cornelis Escher sofreram preconceito da classe artística antes de terem méritos reconhecidos; obras fascinam público pela ilusão de ótica.
 
Gênio da imaginação lúdica e artesão habilidoso das artes gráficas, Maurits Cornelis Escher (1898–1972) é espelho dos paradoxos que produziu. Trabalhou solitariamente, foi incompreendido, criticado, teve as criações depreciadas pelos que julgavam sua estética antiquada, inspirada em preceitos matemáticos, até que conseguiu dar a volta por cima. Na década de 1950, quando o público americano reconheceu seu talento, o sucesso foi tanto que ele passou a reclamar da falta de tempo para se dedicar às impressões. A xilogravura.
 
 
“Nas minhas gravuras tento mostrar que vivemos em um mundo belo e ordenado, e não em um caos sem regras... Eu não consigo deixar de brincar com as nossas certezas estabelecidas. Tenho grande prazer, por exemplo, em confundir deliberadamente a segunda e a terceira dimensões, plana e espacial, e ignorar a gravidade”, registrou. Ao potencializar efeitos e as consequências de alguns fenômenos de espelhamento, perspectiva e matemática em diversas instalações interativas e lúdicas, recursos que o tornaram conhecido, a exposição propõe uma viagem pela vida e obra de um dos nomes mais criativos da história da arte contemporânea.
 
Autorretrato em esfera – 1935
 
Serviço

A magia de Escher

Quando: Até 17/11 - de terça feira a sábado, das 9h30 às 21h; domingo e feriados, das 16h às 21h
 
Onde: Palácio das Artes - Galerias Alberto da Veiga Guignard, Arlinda Corrêa Lima e Genesco Murta - Av. Afonso Pena, 1.537 - Centro - (31) 3236-7363

Quanto: Entrada gratuita





15 de outubro de 2013

Mostra Sinlogo - música, exposição e palestras



Mostra SINLOGO leva ao prédio da Trackers muitas festas, música, exposição e palestras

Festas, música, exposição e palestras estão na mostra SINLOGO

O estúdio SINLOGO, especializado em ilustração e animação, leva para o
Trackers a sua primeira mostra especial, que reúne exposições de fotos, ilustrações, desenhos, filmes e tipografias, além de palestra e baladas.
 
A programação da “Mostra SINLOGO” encerra no dia 19/10, com apresentação de Jamés Ventura, das 14h às 18h. Os ingressos para a festa de abertura custaram R$ 10, e a entrada para todas as outras ações culturais são gratuitas.
 
A festa de abertura da mostra contou com vernissage aberta ao público, às 19h, mas logo após, a partir das 23h, o Coletivo Metanol FM dominou o 2º andar do Trackers com muito som.
 
 
Felipe Yung
 
O espaço recebe a palestra de Beat com Abud. O DJ e produtor Abud explica quais as técnicas utilizadas por ele na construção de batidas, recorte de samples e mixagem.
 
 
Gonçalo Gavino

A Palestra Tipográfica sobre Caligrafia, Tag e Pixação vai surpreender o público. Liderado por Filipe Grimaldi, Felipe Yung e Dédo, o bate-papo acontece no dia 16, a partir das 15h.
 
O público pode conferir as obras da mostra de segunda a sexta, das 14h às 19h. até o dia 19/10.

Serviço

MOSTRA SINLOGO
 
Quando: Até 19/10  a partir das 14h
 
Quanto: R$ 10,00
 
Onde: Trackers Tower - R. Dom José de Barros, 337 - Centro - S.P. - Fone: (11) 3337-5750
 


 
 


     

    14 de outubro de 2013

    Obra de Lina Bo Bardi vira fetiche no MAM



    Cortina de Daniel Steegman-Mangrané em mostra no MAM

    Um grande vazio é a obra, ou melhor, a mensagem. Lisette Lagnado, curadora do Panorama da Arte Brasileira, que se apresenta no MAM (Museu de Arte Moderna), arrancou as paredes do espaço e inverteu a posição da entrada para exaltar não peças de qualquer artista, mas a arquitetura de Lina Bo Bardi, que reformou o prédio há 30 anos.

    "Quero que da entrada se veja até o fundo", diz Lagnado. "A ideia é poder ver o museu em toda a sua estrutura." 



    Projeto Casa Circular - Lina Bo Bardi
     
    Em vez do mapeamento da produção emergente que costuma fazer o Panorama, Lagnado escalou arquitetos e alguns artistas para repensar a natureza desse espaço --isso que seria uma construção temporária sob a marquise traçada por Oscar Niemeyer, mas virou um parasita fixo.

     
    Projeto Casa de Vidro - Lina Bo Bardi
     
    A Casa de Vidro foi o local onde a arquiteta viveu por quatro décadas até a morte, em 1992. Um estranho mausoléu com obras que se perdiam em meio ao mobiliário, o Panorama também faz de Bo Bardi uma espécie de fetiche dos artistas.

    Nessa visão de túnel, maquetes de possíveis --ou um tanto utópicas-- novas sedes do MAM e reações mais e menos ousadas dos artistas surgem sem obstáculos, num painel rebaixado de trabalhos que de certa forma se misturam à arquitetura do prédio.

    "Meu desafio foi fazer uma exposição árida, que não fosse sensorial", diz Lagnado. "Estou trabalhando numa fronteira. Não é uma exposição de arquitetura, mas é uma mostra de arte em que a arquitetura também entra." 

    Obras como as cortinas metálicas do espanhol Daniel Steegman-Mangrané usam traços dos croquis da arquiteta para o Masp e o Sesc Pompeia. Vitor César retoma as mesmas cores da maquete original do MAM para cobrir as paredes do museu.

    Enquanto isso, arquitetos divergem entre renunciar ao parque e refundar o MAM no centro da cidade, onde teve sua primeira sede, e extirpar o museu da marquise para outros pontos do Ibirapuera.

    No projeto do grupo SPBR, o MAM se transforma numa passarela que circunda o parque, a dez metros do chão, tendo como acervo não só a coleção do museu mas também a vista de todo o conjunto arquitetônico de Niemeyer.

    Fora do Ibirapuera, a segunda etapa da mostra começa em duas semanas com intervenções em pontos do centro paulistano, como uma livraria e a galeria Nova Barão, onde a artista francesa Dominique Gonzalez-Foerster vai instalar uma réplica de um posto de salvamento desenhado por Sérgio Bernardes para a orla carioca.

    SERVIÇO

    PANORAMA DA ARTE BRASILEIRA

    Quando: de terça-feira a domingo, das 10h às 17h30
     
    Onde: MAM (pq. Ibirapuera, portão 3, tel. 0/xx/11/5085-1313)

    Quanto: grátis

     
     
     
     

    8 de outubro de 2013

    Escultura em argila e todo o seu processo - Peças de Aline Hannun



    Gamela moldada manualmente, feita com dois tipos de argila e encerada - Aline Hannun

    A modelagem em argila
    O processo de modelagem é feito através da adição de material que vai sendo trabalhado para se chegar à forma desejada pelo escultor, sendo um processo totalmente diferente da técnica do entalhe da madeira ou do lavrado da pedra, onde o escultor subtrai material do bloco compacto até atingir a forma.

    Sendo um elemento fácilmente encontrado, macio e de fácil manuseio, a argila, desde o início da história da escultura, é utilizada para a modelagem. Ela precisa estar úmida para poder ser trabalhada pelo escultor. De acordo com o resultado final desejado pelo artista, a argila deverá ter características e preparo adequado. Por exemplo: se o resultado final da peça for em cerâmica, a argila deve ser apropriada e preparada de maneira adequadamente, amassando-se bem para que não fiquem bolhas em seu interior.
    No mercado existem diversos tipos de argilas cerâmicas cada uma com uma característica diferente: terracota, argila marfim, creme, branca, tabaco, paper clay, etc.



    Blocos de argila em diferentes cores

    Quando a escultura final for em outro material - bronze, resina, gesso ou outros - a argila deve ser de boa maleabilidade mas não necessita de tantos cuidados quanto na cerâmica. Nesse caso, a peça é modelada em argila e a partir desse modelo é feito um molde que irá reproduzi-lo em outro material, esse molde pode ser de gesso, silicone, resina com fibra de vidro, etc. Em alguns casos a escultura vai precisar de uma estrutura para melhor sustentá-la durante a modelagem, sendo utilizados como estrutura: madeira, arame, tela galvanizada e outros.
    Telhas servindo de suporte para a modelagem
    Tratamento Térmico


    O processamento térmico é de fundamental importância para obtenção dos produtos cerâmicos, pois dele dependem o desenvolvimento das propriedades finais destes produtos. Esse tratamento compreende as etapas de secagem e queima.

    Secagem

    Após a etapa de formação, as peças em geral continuam a conter água, proveniente da preparação da massa. Para evitar tensões e, consequentemente, defeitos nas peças, é necessário eliminar essa água, de forma lenta e gradual, em secadores intermitentes ou contínuos, a temperaturas variáveis entre 50 ºC e 150 ºC.

    Peça seca e pronta para a queima - Aline Hannun
    Queima

    Nessa operação, conhecida também por sinterização, os produtos adquirem suas propriedades finais. As peças, após secagem, são submetidas a um tratamento térmico a temperaturas elevadas, que para a maioria dos produtos situa-se entre 800 ºC a 1700 ºC, em fornos contínuos ou intermitentes que operam em três fases:
    - aquecimento da temperatura ambiente até a temperatura desejada;
    - patamar durante certo tempo na temperatura especificada;
    - resfriamento até temperaturas inferiores a 200 ºC.

    O ciclo de queima compreendendo as três fases, dependendo do tipo de produto, pode variar de alguns minutos até vários dias.

    Durante esse tratamento ocorre uma série de transformações em função dos componentes da massa, tais como: perda de massa, desenvolvimento de novas fases cristalinas, formação de fase vítrea e a soldagem dos grãos. Portanto, em função do tratamento térmico e das características das diferentes matérias-primas são obtidos produtos para as mais diversas aplicações.

    Acabamento

    Normalmente, a maioria dos produtos cerâmicos é retirada dos fornos, inspecionada e remetida ao consumo. Alguns produtos, no entanto, requerem processamento adicional para atender a algumas características, não possíveis de serem obtidas durante o processo de fabricação. O processamento pós-queima recebe o nome genérico de acabamento e pode incluir polimento, corte, furação, entre outros.


    Pia para varanda Shiva em cerâmica terracota com aplicação de pedras e acabamento em verniz - Aline Hannun
    Esmaltação e Decoração
    Muitos produtos cerâmicos, materiais de revestimento, recebem uma camada fina e contínua de esmalte ou vidrado, que após a queima adquire o aspecto vítreo. Esta camada vítrea contribui para os aspectos estéticos e higiênicos.

    Muitos materiais também são submetidos a decoração, a qual pode ser feita por diversos métodos, como serigrafia, decalcomania, pincel e outros. Neste caso são utilizadas tintas que adquirem suas características finais após a queima das peças.
    O processo é bem trabalhoso e demorado, mas resultado é compensador.
    Vejam algumas esculturas que fiz tendo como base a cerâmica e como complemento usei madeiras e bronze. 

     
    Palhaço Damião, corpo em cerâmica esmaltada e encerada, chapéu, cabeça e pés em bronze.



    Palhaço Picasso - releitura do Palhaço Damião - chapéu, pés e cabeça em cerâmica esmaltada e encerada, corpo em bronze e suporte em madeira reciclada.
    Agradecimento
    Sem os ensinamentos, o apoio e o conhecimento da minha mestra, ceramista e amiga Dalila Nascimento e sem a minha determinação à qual ela sempre me estimulou, nada do que aprendi e produzi  seria possível fazer.
    Obrigada mestra querida

    7 de outubro de 2013

    Exposição "Arquivo Vivo" no Paço das Artes



    Convite exposição Arquivo Vivo no Paço das Artes
     
    O Paço das Artes inaugurou no dia 1º de outubro a mostra internacional Arquivo Vivo. Organizada pela diretora e curadora do Paço das Artes, Priscila Arantes, a exposição apresenta 22 trabalhos de artistas nacionais e internacionais, divididos em instalações multimídia, projetos em vídeo, arte digital, fotografia, entre outros.

    Entenda a mostra

    A curadoria dialoga com o conceito de “Mal de Arquivo”, proposto por Jacques Derrida, que entende o arquivo como uma operação performática ou como um dispositivo incompleto e, por isso, sempre aberto a novas escrituras. “Artistas que se apropriam de material de arquivo, que criam arquivos fictícios, que desenvolvem projetos a partir de uma modalidade arquival, que reencenam obras de arte, criadores que colocam em debate os processos de catalogação e arquivamento, e os que incorporam o arquivo n o próprio tecido corporal são alguns dos selecionados para Arquivo Vivo”, explica Priscila Arantes.

    A coletiva apresenta a investigação destes criadores a partir de três vetores: arquivo e apropriação de documentos e obras da história e da história da arte; arquivo no corpo e corpo como arquivo; arquivo de artista, arquivo institucional e banco de dados.

    A primeira seção reúne projetos que reencenam obras/documentos emblemáticos da história e da história da arte, como, por exemplo, o vídeo La Liberté Raisonné, em que Cristina Lucas faz uma releitura de A Liberdade Guiando o Povo, de Eugene Delacroix.
     


    Frame do vídeo La Liberté Raisonnée (2009), da artista espanhola Cristina Lucas

    Já artistas como Letícia Parente e Eduardo Kac são alguns dos que utilizam o corpo como escritura ao incorporarem marcas e indícios de um corpo-arquivo, um corpo-mensagem. No vídeo Marca Registrada, Parente costura a inscrição Made in Brazil na sola do pé. Kac traz registros da implantação de um microchip com um vídeo de identificação no próprio tornozelo em Time Capsule.
     

     
    "Cara Metade", de Ivan e Mário Navarro, uma das obras que compõem a curadoria "Arquivo Vivo"

    Por fim, destacam-se propostas nos quais os artistas colocam em cena arquivos pessoais ou criam complexos sistemas de banco de dados, a exemplo da sequência de fusões de retratos antigos em preto e branco do francês Christian Boltanski na obra Entre-Temps, e Expiração 09, compilado do material do arquivo audiovisual de Pablo Lobato.
     


    Instalação "Avant et Prés la lettre", de Marilá Dardot, integra a exposição

    Priscila Arantes é crítica de arte, curadora, pesquisadora e professora universitária. É diretora técnica e curadora do Paço das Artes, desde 2007, onde desenvolve projetos no campo da arte contemporânea. É também professora de cursos de pós-graduação e graduação em “Arte: história, crítica e curadoria” na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).


    SERVIÇO

    "Arquivo Vivo" - Paço das Artes

    Quando: De terça-feira a sexta-feira das 11h30 às 19h - sábados, domingos e feriados das 12h30 às 17h30.

    Onde: Paço das Artes - Av. da Universidade, 1 - Cidade Universitária - tel (11) 3814 4832

    www.pacodasartes@pacodasartes.org.br































    3 de outubro de 2013

    Tatuagem em aquarela de Victor Octaviano


    watercolor tatto de Victor Octaviano

    Tatuagem em aquarela ou watercolor tatto, assim é definido o trabalho de Victor Octaviano, jovem tatuador do ABC paulista. Ele tem um estilo diferente que lembra a técnica de pintura e é marcado por traços livres e muita cor.



    O artista costuma utilizar a aquarela em seus desenhos e começou a explorar a técnica na tatuagem, reproduzindo as manchas de tinta com tons fortes e outros mais aguados. Seu trabalho é considerado revolucionário, pois esse estilo não é muito explorado no universo da agulha e tinta.
     
     
    Os desenhos têm formas menos concretas e mais livres, abrindo espaço para a criação durante a sessão. Confira galeria.
      
     

    Assista ao vídeo

     
     





    1 de outubro de 2013

    Arte ou ciência?



    Arte ou ciência? Biólogo cria desenhos com bactérias

    O biólogo e fisíco Eshel Ben-Jacob descobriu duas novas espécies de bactérias na década de 90, a Paenibacillus dendritiformis e a Paenibacillus vortex, cepas de bactérias do solo, que vivem nas raízes das árvores.

    Elas funcionam como uma colônia, que recebem sinais, processam informações e tomam decisões para continuar a sua expansão. A partir da constatação, Ben-Jacob passou a realizar experimentos que resultaram em imagens únicas.



    Ele testou diversas temperaturas e adicionou antibióticos nas bactérias, que reagiam secretando substâncias lubrificantes, realizando movimentos e criando diferentes padrões.

    Como são incolores, Ben-Jacob adicionou tinta azul nos experimentos. De acordo com a reação e a densidade de cada organismo, elas ganham diferentes tons da cor. Depois, para criar efeitos visuais, o cientista altera a cor no computador.