Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

11 de junho de 2014

"India Street Art" em Nova Delhi na India


"Mahatma Ghandi" - Hendrik BCE Beikirch  - St. Art Delhi 2014

India Street Art

Apreciadora da arte urbana que sou, compartilho com vocês sobre o primeiro Festival de Street Art em Nova Delhi na India. A cultura de rua e o graffiti estão ao redor do mundo e nessa ocasião reuniu diversos artistas locais e internacionais,,para pintar murais espalhados pela cidade para um público que não está tão familiarizado com esse tipo de arte.

Foram convidados sessenta artistas para criar no ST. Art Delhi Street Art Festival, o evento teve ajuda de profissionais, estudantes de escolas de arte, além do apoio do Goethe-Institut e outros institutos culturais em Delhi para acontecer. O festival rolou no vilarejo Shahpur Jat, onde diversos espaços públicos foram disponibilizados para a produção das obras; um esforço que levou cerca de um ano e meio de planejamento sério.

Pouco a pouco, os moradores foram se acostumando com as pessoas “estranhas” pintando as paredes e o resultado você confere agora.
 

Alias - St Art Delhi 2014  


Alina Vergnano - St  Art Delhi 2014


Sé Cordeiro - St Art Delhi 2014


ASSISTA AO VÍDEO

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

9 de junho de 2014

A origem da Seda pura e da pintura em tecido


Pintura chinesa do século XII mostrando mulheres fabricando seda

Origem da Pintura em Tecido


A pintura em tecido surgiu originalmente na Indonésia. Era uma arte nobre, que apenas as princesas e suas damas podiam praticar, pois somente elas dispunham de tempo suficiente para trabalhar os tecidos (normalmente a seda) de forma tão detalhada e elaborada. As tintas que usavam eram extraídas de plantas nativas e preparadas nas habitações, cercadas de muito segredo.


Han Xizai Evening Banquet

Sobre a Seda

A indústria da seda existe na china há mais de 5 mil anos e foi mantida em segredo durante muito tempo. Segundo a história, os ovos do bicho-da-seda foram levados para a Europa no inicio da era cristã, por dois monges. Através dos anos, os criadores (sericicultores) selecionaram as melhores espécies de bichos-da-seda.

A fibra de seda natural é um filamento contínuo de proteína, produzido pelas lagartas de certos tipos de mariposas, sendo uma das matérias-primas mais caras. As lagartas expelem através das glândulas o líquido da seda (a fibroína) envolvido por uma goma (a sericina), os quais se solidificam imediatamente quando em contato com o ar.

A seda é utilizada para se produzir tecidos leves, brilhantes e macios. Os tecidos são usados em camisas, vestidos, blusas, gravatas, xales, luvas etc. A seda tem uma aparência cintilante, devido à estrutura triangular da fibra, parecida com um
prisma, que refrata a luz.

Acredita-se que os chineses começaram a produzir seda por volta do ano 2700 a.C.. Reza a lenda que a imperatriz Si Ling Chi descobriu a seda quando um casulo de bicho-da-seda caiu de uma
amoreira dentro de sua xícara de chá. Depois de experimentar algumas vezes, ela, finalmente, conseguiu tecer o filamento da seda em um pedaço de tecido.

A seda era considerada a mais valiosa mercadoria da China e gerou a famosa
rota da Seda, a mais importante rota comercial da época. A manufatura da seda era um segredo de estado, muito bem guardado até o ano 300, quando se tornou conhecida na Índia. Ou seja: 3 000 anos após sua descoberta pelos chineses.

Na cultura chinesa, a imperatriz Hsi Ling Shi é venerada como deusa da seda. Ela teria inventado o tear utilizado na produção de seda. No Império Romano, o tecido era muito apreciado valendo o seu peso em ouro.

Com a rota da Seda, vários países de outros continentes tiveram acesso a esse tecido que foi ganhando o mercado mundial e é usado até hoje para muitas finalidades como na decoração, vestuário, objetos de adorno e acessórios entre outros.

Como artista plástica e curiosa que sou, não pude deixar de experimentar algumas técnicas de pintura em seda pura e em palha de seda e confesso que fiquei deslumbrada com o intenso colorido e brilho que o tecido proporciona. Sem falar na delicadeza e leveza das pinceladas graças ao movimento da tinta na água em contato com a seda trazendo um resultado final sempre surpreendente.

Seguem algumas fotos dos lenços e echarpes que tenho produzido.
 
Seda pura 1,00 X 1,00 m
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Seda pura 0,40 X 1,20 m



 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

6 de junho de 2014

Yayou Kusama no Tomie Ohtake em São Paulo



A artista japonesa Yayoi Kusama em 2011

São Paulo recebe mostra da celebrada artista japonesa Yayoi Kusama

Depois de seu colapso nervoso na década de 1970 e da decisão de se internar em um hospital psiquiátrico no Japão, Yayoi Kusama "reencontrou sua voz" com a criação da instalação imersiva "I’m Here, But Nothing", de 2000, uma sala mobiliada que remete a um cômodo banal de uma casa que é tomado, sob luz negra, por bolinhas coloridas. "Ela demorou para retomar sua autoconfiança, a fazer arte", diz Frances Morris, curadora, ao lado de Philip Larratt-Smith, da mostra Yayoi Kusama - "Obsessão Infinita", que será inaugurada no Instituto Tomie Ohtake. De caráter retrospectivo, trata-se da maior exibição de obras da celebrada artista japonesa já realizada na América Latina.

Obra "Obsessão Infinita" A instalação imersiva "I'm Here, but Nothing" (2000), que marca retorno criativo da artista depois de colapso nervoso.

No Rio, quando foi apresentada, ano passado, no Centro Cultural Banco do Brasil, a exposição atraiu 700 mil visitantes e depois seguiu para Brasília. Chega a São Paulo agora com expectativa de público e a presença de peças atraentes - e convidativas para "selfies" e fotos - como I’m Here, But Nothing e a instalação Infinity Mirrored Room (2011), feita de espelhos e lampadazinhas que vão mudando de cor. "São criações de uma canção similar, mas numa chave diferente, mais alegre", comenta Philip Larratt-Smith sobre esses trabalhos recentes de Yayoi Kusama, mas fazendo também menção ao universo poético - e complexo - da "princesa das bolinhas" (ou do "polka dot", como fala a curadora inglesa).


A artista Yayoi Kusama em uma das recriações originais de 'Infinity Mirror Room Phalli's Field' de 1965.
Na centena de trabalhos exibidos em quatro salas do instituto, é possível acompanhar de maneira muito clara o processo de concepção da linguagem da artista japonesa. A linha cronológica começa com uma obra de 1950, uma pintura a óleo surrealista em que ela representa apenas uma corda espessa emaranhada em si. 


"Corpses", óleo s. tela, coleção da artista, 1950 

Entretanto, neste primeiro segmento de trabalhos pictóricos e gráficos reunidos ao lado desta tela, já aparecem as formas orgânicas que de um "olhar microscópico" se expandem para a escala macroscópica, fazendo, assim, com que as bolinhas se tornassem elemento identificável de obsessão ou uma marca de Kusama. Outra característica de suas criações são a presença de protuberâncias fálicas em suas peças dos anos 1960 (entre os destaques da mostra estão os sapatos fálicos da artista e o barco da instalação Caminhando no Mar da Morte) e das questões de repetição e acumulação.
"Obsessão Infinita". Detalhe da obra com sapatos fálicos de 1962 e outros objetos do cotidiano tomados pela forma sexual.

Medos: "Artistas não costumam expressar seus complexos psicológicos diretamente, mas eu adoto meus complexos e medos como temas", já afirmou Yayoi Kusama e a frase está estampada no começo do catálogo da mostra "Obsessão Infinita". "A arte precisa de traumas", diz Frances Morris, curadora da Tate Modern e responsável também pela retrospectiva da artista apresentada entre 2011 e 2012 não apenas no museu londrino, como também no Reina Sofia, de Madri, no Centro Pompidou, de Paris, e no Whitney Museum, de Nova York, onde tive o prazer, de em 2012, visitar e apreciar suas grandiosas obras.

Fachada do restaurante do Whittney Museum de N.Y.

A mostra, grande sucesso por onde passou, reavivou mais uma vez o interesse pela obra da japonesa. "Para o Brasil, trouxemos alguns dos mesmos trabalhos daquela retrospectiva, mas em "Obsessão Infinita" focamos mais no período inicial de sua carreira e na transição de suas questões de vida para seu trabalho. Desde suas pinturas convencionais, criadas no Japão, para o engajamento dinâmico, político, de sua vivência em Nova York", afirma Frances Morris.

"Obsessão Infinita" Vista da instalação 'Infinity Mirrored Room' de 2011

Yayoi Kusama, nascida na cidade de Matsumoto, Japão, em 1929, sentia-se sufocada pela tradição, pela situação de pobreza local no período pós-guerra e pela oposição de sua família à sua arte. "As cordas de suas primeiras pinturas são parte de sua resposta à destruição e desolação", define a curadora. Decidida a se tornar uma artista famosa, Yayoi Kusama se mudou em 1957 para a América - retornando a seu país natal apenas em 1973, por causa de sua doença mental.

Antes de chegar a Nova York, conta Frances Morris, a artista correspondeu-se com amigos da América. Entre eles, a pintora Georgia O’Keeffe, que lhe aconselhou "ser muito forte, pegar seus desenhos e levá-los, ela própria, aos marchands". Na década de 1960, ao trazer de uma maneira mais explícita suas neuroses e seus traumas para suas obras, Yayoi Kusama não apenas utilizou a arte como terapia como também realizou ações vanguardistas.



"Desde o início de sua vida na América, ela usou suas estratégias de uma maneira provocativa, criou vestimentas incríveis e chocantes, mas, ao mesmo tempo, suas obras sempre foram muito inclusivas", diz a curadora. "O uso das bolinhas e de cores chamam muito a atenção, mas é algo também bem sofisticado. Enfim, sua marca é muito poderosa".
SERVIÇO

YAYOI KUSAMA

ONDE: Instituto Tomie Ohtake - Av. Faria Lima, 201, 2245-1900.

QUANDO: Até 27/07 - de terça a domingo - das 11h às 20h.

QUANTO: Entrada gratuita. Até 27/7.

2 de junho de 2014

Miguel Chevalier decora o chão de igreja em Marrocos

Igreja do Sagrado Coração em Casablanca, Marrocos

Artista espalha carpetes luminosos em igreja no Marrocos

O artista francês
Miguel Chevalier, que trabalha com dispositivos luminosos interativos, forrou o chão da antiga igreja do Sagrado Coração em Casablanca, no Marrocos, com uma extensa camada de luzes coloridas. Trata-se de uma construção digital de pixels sobrepostos, que se movimenta ao som da música de Michel Redolfi.


Chamada de ‘Magic Carpets 2014′, a obra faz referência ao universo da biologia e dos micro-organismos. As luzes realizam movimentos semelhantes aos das células, que tem a capacidade de se multiplicar em abundância, se juntar e depois se dividir em diferentes partes.

"Magic Carpet" revisita através da arte digital, bordados tradicionais com o ponto cruz, a arte islâmica e especialmente o mosaico, que não é sem lembrar hoje o conceito de pixels . Os visitantes podem mergulhar no mundo mágico dos contos das Mil e Uma Noites e dos tapetes voadores, a exposição presta uma homenagem ao artesanato marroquino, onde o tapete detém uma posição privilegiada. Este mundo de cores e formas em movimento, tais como a reprodução de um caleidoscópio gigante é o que leva o espectador a uma viagem imaginária. 


Nascido em 1959, no México, Miguel Chevalier é um especialista na disciplina digital e virtual, onde é conhecido internacionalmente como um pioneiro. Desde 1978, o artista francês, usa apenas a linguagem visual e tudo o que a computação pode lhe oferecer.

Assista ao vídeo