Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

31 de outubro de 2012

MIS - Arte e Cinema pelos posters




MIS - Arte e Cinema pelos posters

Posteres de filmes sempre foram uma referência de suas épocas, contando muito sobre aspectos como o período histórico, moda, costumes e design gráfico. Com curadoria de André Sturm e Alessandra Dorgan, a exposição Arte e cinema pelos posters traz ao Museu um panorama dessa produção com releituras artísticas de cartazes famosos.

Com base em uma rica pesquisa iconográfica com mais de 200 materiais levantados, os curadores selecionaram 60 posteres de filmes consagrados como Vertigo, Tudo sobre minha mãe, Sete Samurais e Jules e Jim, entre outros, que serão expostos formando uma Linha do Tempo dentro de um contexto estético e histórico para compor essa narrativa.



A exposição reúne obras de 20 artistas com técnicas variadas - ilustradores, quadrinistas, artistas visuais, designers e fotógrafos – que fizeram a releitura dos posters dos filmes clássicos e cults.



Dentre os selecionados, estão nomes como Gabriel Ba (quadrinista), Gui Mohallem (fotógrafo), Flavia Junqueira (artista plástica) e Kiko Farkas (designer).

Os visitantes também poderão conferir o processo de criação dos artistas para a confecção dos cartazes, que foi registrado e será exibido em um vídeo na exposição. 

Sobre o Museu da Imagem e do Som - MIS



Cinema, fotografia, vídeo, som, televisão, artes gráficas e novas mídias. Todos estes meios são encontrados no acervo do Museu da Imagem e do Som de São Paulo - instalado em um prédio da década de 1970 e que tem 5 mil metros quadrados.

O piso térreo reúne um conjunto com mais de 300 mil títulos, além de espaço dedicado à nova midioteca, composto por computadores, televisores, aparelhos de videocassete, DVD, publicações literárias, fitas cassete, fotografias, filmes, entre outros.

No primeiro pavimento, o visitante encontra uma ampla sala destinada a exposições e, no segundo andar, sala de workshop, estúdio de som, sala de edição de áudio e vídeo, lounge e um auditório com capacidade para 70 pessoas.

Além disso, o museu possui um outro auditório com 173 lugares para abrigar festivais de cinema, com programação permanente de filmes, vídeo e televisão, debates e palestras, além de uma área externa com marquise de ligação da entrada principal à Avenida Europa e bolsão de estacionamento com capacidade para 25 veículos.


Conversa informal

Um artista plástico deve e precisa vivenciar todo e qualquer tipo de arte, materiais e suportes sempre visando um melhor desenvolvimento e aprimoramento da sua obra.

Encorajada pelos Grandes Mestres da Pintura, fiz alguns posters sobre obras literárias que estava lendo no momento.

Segue o poster que criei para a reedição o livro Iracema - História em quadrinhos - de José de Alencar com a participação de Jão e Oscar D'Ambrósio.


 

Serviço

Quando: até 13/01/2013

Terça a sábado das 12 às 22h, domingo e feriados das 11 às 21h

Onde: Av. Europa, 158 - Jd Paulista - S.P.

Ingresso gratuíto

Contato: (11) 2117-4777


30 de outubro de 2012

História do Grafite



História do Grafite A palavra grafite é de origem italiana e significa "escritas feitas com carvão".

Os antigos romanos tinham o costume de escrever manifestações de protesto com carvão nas paredes de suas construções. Tratavam-se de palavras proféticas, ordens comuns e outras formas de divulgação de leis e acontecimentos públicos. Alguns destes grafites ainda podem ser vistos nas catacumbas de Roma e em outros sítios arqueológicos espalhados pela Itália.
No século XX, mais precisamente no final da década de 60, jovens do Bronx, bairro de Nova Iorque (EUA), restabeleceram esta forma de arte usando tintas spray. Para muitos, o grafite surgiu de forma paralela ao hip hop - cultura de periferia, originária dos guetos americanos, que une o RAP (música muito mais falada do que cantada), o "break" (dança robotizada) e o grafite (arte plástica do movimento cultural).

Nesse período, academias e escolas de arte começaram a entrar em crise e jovens artistas passaram a se interessar por novas linguagens. Com isso, teve início um movimento que dava crédito às manifestações artísticas fora dos espaços fechados e acadêmicos. A rua passou a ser o cenário perfeito para as pessoas manifestarem sua arte.

Os artistas do grafite, também chamados de "writers" (escritores), costumavam escrever seus próprios nomes em seus trabalhos ou chamar a atenção para problemas do governo ou questões sociais.

Na Europa, no início dos anos 80, jovens de Amsterdã, Berlim, Paris e Londres passaram a criar seus próprios ateliês em edifícios e fábricas abandonadas. O objetivo era conseguirem um espaço para criarem livremente. Nesses locais, surgiram novas bandas de música, grupos de artistas plásticos, mímicos, atores, artesãos e grafiteiros.

Muitos grafiteiros europeus e norte-americanos que viveram e trabalharam nesses espaços alternativos conseguiram mostrar suas obras além das fronteiras de seus países. Alguns exemplos desse movimento são: Jean-Michel Basquiat, Keith Haring e Kenny Scharf .

Haring e Scharf expuseram seus trabalhos na XVII Bienal Internacional de São Paulo, em 1983, exercendo forte influência entre os artistas do grafite no Brasil. A XVIII Bienal, em 1985, lançou nomes de grafiteiros brasileiros, tais como Alex Vallauri, Matuck e Zaidler.




A Rainha do frango assado NY - 1983 - Alex Vallauri



O velho mágico - 1982 - Matuck



Pinocchio - 1983 - Zaidler


Grafite como projeto social

Muitas pessoas viam os trabalhos dos grafiteiros apenas como um amontoado de letras rabiscadas e sem nexo, ou como pura poluição visual e ato de vandalismo contra o patrimônio público.

Grande parte das críticas feitas contra a atividade se deve às inúmeras fachadas, monumentos, igrejas e todo um conjunto de locais pichados indiscriminadamente. Esse tipo de comportamento dos pichadores tem diversas conseqüências negativas para as cidades. Uma delas é a depredação de obras de arte e cenários históricos, o que causa prejuízo imediato ao turismo. Além do fato de estarem desrespeitando a privacidade das pessoas ao, por exemplo, fazerem pinturas em muros sem a autorização do seu proprietário. E muitas pichações estão relacionadas a conflitos entre grupos rivais.

Para reverter esses problemas e aproveitar o aspecto positivo dessas manifestações, atualmente os artistas do grafite são convidados a participarem de projetos que visam embelezar as cidades. Com isso, espera-se que as pessoas interessadas nessa atividade possam continuar expressando sua arte, mas sem causar prejuízos ao planejamento urbano.

Para citar alguns exemplos, a Universidade de São Paulo (USP) começou a organizar a primeira cooperativa brasileira de grafiteiros, muitos deles ex-pichadores. O objetivo é profissionalizar esses artistas. Todos serão orientados por professores de artes plásticas e designers para fazerem seus trabalhos em painéis e muros especialmente destinados para exibição de seus trabalhos.

O Rio de Janeiro também investe em projetos como este. A prefeitura da cidade já formou uma turma de grafiteiros, com direito até a certificado. Entre os diplomados, estão moradores de áreas carentes como Manguinhos, Jacarezinho e Vigário Geral.

O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) lançou em Brasília o Projeto Grafitran. O objetivo é incentivar grafiteiros de oito grandes cidades brasileiras a divulgar mensagens favoráveis à humanização do trânsito, através de painéis espalhados por locais públicos, próximos às rodovias e ruas movimentadas. 

Conversa informal
 

O mundo do grafite é dividido por duas raízes: a raiz que nasceu junto com o movimento hip hop nos Estados Unidos (desenhos que traduzem o universo hip-hop em suas mais variadas nuances, com figuras humanas dançando, pensando, cantando). E a segunda raiz é a Européia, que surge como forma de manifestação política (protestos através do uso do spray, cuja técnica é mais fácil e rápida, muito adequada para facilitar a fuga de eventuais flagrantes da polícia). A diferença mais gritante entre os dois é o estilo do desenho, o primeiro com formas e escritas gordinha e o segundo mais ligado a libertação, desenho livre, intervenções artísticas.





29 de outubro de 2012

Oswaldo Goeldi



Tom sombrio e ausência de luz - Oswaldo Goeldi

Pinacoteca de São Paulo apresenta: Oswaldo Goeldi, expoente do modernismo brasileiro

A Pinacoteca do Estado de São Paulo, instituição da Secretaria da Cultura, apresenta a exposição Goeldi na coleção da Pinacoteca de São Paulo, com 56 gravuras realizadas pelo carioca Oswaldo Goeldi (1895-1961), um dos mais destacados artistas do modernismo brasileiro.

Goeldi é também considerado o mais influente gravador da história da arte brasileira e não costuma ficar muito tempo fora de cartaz na cidade. O MAM, por exemplo, encerrou em agosto (2012) uma ampla retrospectiva de sua obra, intitulada Sombria Luz e composta de cerca de 200 trabalhos. Agora, a Estação Pinacoteca amealha um conjunto de 56 peças todas pertencentes ao acervo da instituição.

Os trabalhos de inflexão expressionista que fizeram a fama do artista, influenciado pelo austríaco Alfred Kubin, que o tornaram respeitado na genealogia gráfica do país fazem parte da montagem, organizada de maneira cronológica. Estão lá os jogos de sombras, as temáticas sociais, a visão profundamente pessimista do mundo e personagens como pescadores, ladrões, prostitutas e urubus, sempre em ruas vazias do subúrbio ou em frente a casarões abandonados.




Dança do Guarda-Chuva e do Cachorro - Oswaldo Goeldi

A exposição apresenta trabalhos realizados a partir de 1924, ano em que o artista começou a preparar madeira como matriz de gravuras. A partir de então trabalha incessantemente, e seu legado é um número incontável de desenhos e xilogravuras, sendo que muitos deles foram usados como ilustração de livros e periódicos.




Tarde - 1954 - Oswaldo Goeldi

As xilogravuras nas quais ele experimentou cores fortes e intensas, são surpreendentes e pouco exibidas em mostras, como a quase idílica Jardineiro, o amarelo bem claro de Areia do Mar e, sobretudo, o vermelho berrante de Eclipse. Também integram a montagem ilustrações para reportagens de jornais, contos e romances. Nesses últimos, constam os desenhos criados para ilustrar, por encomenda do editor José Olympio, livros do escritor russo Fiódor Dostoiévski, com quem Goeldi guardava semelhanças estéticas.




Jardineiro - 1950 - Oswaldo Goeldi




Três mulheres - 1945 - Oswaldo Goeldi


SERVIÇOGoeldi na coleção da Pinacoteca de São Paulo

Quando: até 24/02/2013

Onde: Estação Pinacoteca (Lgo. General Osório, 66 – São Paulo)

Tel: (11) 3335 4990

Aberta de terça a domingo, das 10h às 18h

Entrada: R$ 6,00 e R$ 3,00 (meia). Grátis às quintas das 18h as 22h e aos sábados




27 de outubro de 2012

Arte contemporânea e barroca no Museu de Arte Sacra de S.P.




Museu de Arte Sacra promove interação entre arte contemporânea e barroca

O Museu de Arte Sacra de São Paulo inaugurou a mostra Contrapontos. A intervenção coletiva apresenta nove artistas que vão interagir com obras da exposição de longa duração do museu, exibindo lado a lado arte barroca e a arte contemporânea.

A mostra dá continuidade a uma proposta do MAS-SP de abrir as portas para obras mais atuais no circuito das artes. A ideia é permitir que os visitantes habituais do Museu de Arte Sacra se depararem com novas experiências culturais, além de atrair um novo público para conhecer o acervo do museu.

Coube à curadora Nair Kremer convidar os artistas Alex Flemming, Geórgia Kyriakakis, Guto Lacaz, Luiz Hermano, Monique Allain, Núcleo de Arte-Educação do Museu de Arte Sacra de São Paulo, Renata Barros, Roberta Segura e Silvia Mharques. Cada um escolheu uma sala das coleções para inserir suas intervenções com as obras da exposição de longa duração da instituição e com o ambiente, exibindo lado a lado arte barroca e arte contemporânea, confrontando-as e criando novos significados.

“No século XV, o pintor Piero Della Francesca já dizia que ‘mais importante que a pintura de um arcipreste é a relação dessa pintura com outra ou com outros elementos’”, diz Nair. É exatamente isso o que a curadora propõe nessa exposição.




Alguns dos destaques da Contrapontos

Na sala Ourivesaria Sacra, Monique Allain, com sua obra Réquiem, questiona os valores tão bem guardados neste local e o fato de que um dia irão desaparecer. No mesmo ambiente, Alex Flemming insere vozes de outras religiosidades na figura de Iemanjá. Já na Benedito Calixto, Guto Lacaz comenta a pintura e sua reprodução – enquanto imagem normal, tridimensional e espectral – em um jogo óptico. Ali também, Geórgia Kyriakakis, com sua obra Empeno à tona, explora e entrecruza diferentes sentidos dos termos exposição, revelação e deformação.

A área externa, junto aos profetas, conta com a participação do Núcleo de Arte-Educação do Museu de Arte Sacra de São Paulo, que exibe a instalação interativa Salvaguarda. Este trabalho, já no próprio título, problematiza uma das funções do museu e faz um convite para o reconhecimento público de seu papel social.

Adicionam-se a Contrapontos performances, como Sagrado Território, de Miriam Dascal e Fabio Villardi, e a apresentação musical Fabuloso adeus/ Mortal loucura, do grupo Pato Preto.

Contrapontos inova em sua presença no MAS/SP por apresentar site specifics, verdadeira arte ambiente, que apresenta elementos que dialogam esculturalmente com o meio circundante. A obra produzida sinaliza sua própria tendência de se voltar para o espaço incorporando-o ou transformando-o. Nair Kremer exibe trabalhos conceituais, mas de fácil assimilação, vencendo o desafio de contrapor, com suas poéticas, o tradicional.

Sobre o Museu:

O espaço é fruto de um convênio celebrado entre o Governo do Estado e a Mitra Arquidiocesana de São Paulo, em 28 de outubro de 1969.

Tem como principais atribuições recolher, classificar, catalogar e expor convenientemente objetos religiosos cujo valor estético ou histórico recomende a sua preservação; expor permanente, pública e didaticamente seu acervo; promover o treinamento, a capacitação profissional e a especialização técnica e científica de recursos humanos necessários ao desenvolvimento de suas atividades; incentivar e apoiar a realização de estudos e pesquisas sobre arte sacra e história da arte; promover cursos regulares, periódicos ou esporádicos de difusão, extensão e de treinamento sobre temas ligados a seu campo de atuação.

O Museu de Arte Sacra de São Paulo passou a ocupar a ala esquerda térrea do Mosteiro de Nossa Senhora da Imaculada Conceição da Luz e a antiga Casa do Capelão, atual sede do Museu dos Presépios.

A parte mais antiga do complexo foi construída sob orientação de Frei Antônio de Santana Galvão para abrigar o recolhimento das irmãs concepcionistas, função esta que se mantém até hoje.

O acervo do museu começou a ser formado por Dom Duarte Leopoldo e Silva, primeiro arcebispo de São Paulo, que a partir de 1907 começou a recolher imagens sacras de igrejas e pequenas capelas de fazendas que sistematicamente eram demolidas após a proclamação da República. Na década de 1970, foi possível ampliar significativamente esse acervo.







Interior da Capela


Informações:


Exposição Contrapontos


Data: até 4 de novembro de 2012

Horário: de terça a domingo, das 10h às 18h

Local: Museu de Arte Sacra de São Paulo

Endereço: Avenida Tiradentes, 676 - Luz

Tel.: (11) 3326.5393











23 de outubro de 2012

Cartas de amor de Fernando Pessoa



Coletânea reúne cartas de amor de Fernando Pessoa

Quando o heterônimo Álvaro de Campos escreve, em 1935, o poema Todas as Cartas de Amor São Ridículas, Fernando Pessoa já não namorava Ofélia Queiroz.

"Quem me dera no tempo em que escrevia/ Sem dar por isso/ Cartas de amor/ Ridículas.", diz o poema. "A verdade é que hoje/ As minhas memórias/ Dessas cartas de amor/ É que são/ Ridículas."


Pela primeira vez, nas livrarias portuguesas, encontram-se as cartas de amor de Fernando Pessoa (1888-1935) e de Ofélia Queiroz (1900-1991) reunidas em uma única edição e obedecendo a um critério cronológico.

É uma edição da Assírio & Alvim (R$ 67,40, 368 págs., importado, na Livraria Cultura) e traz novidades. Além da inclusão de parágrafos omitidos na primeira edição das cartas de Ofélia, o livro inclui duas cartas inéditas da namorada de Pessoa.

Em 2013, como parte da programação do Ano de Portugal no Brasil, a obra será editada em nova versão pela brasileira Capivara. "O nosso livro sairá em maio com cerca de 170 cartas a mais e apresentará as cartas de Pessoa em fac-símile", disse a editora Bia Corrêa do Lago.



Em Portugal as cartas do poeta foram publicadas pela primeira vez em 1978, e as de sua amada ganharam uma edição em 1996.

Bia lembra que no prefácio dessa edição dos anos 1990 se dizia "que apenas 110 das 276 cartas enviadas por Ofélia estavam transcritas". A edição brasileira terá as cartas que faltam nas edições portuguesas e que pertencem a seu marido, o colecionador Pedro Corrêa do Lago.

Apaixonados

Foi em novembro de 1919 que se conheceram, quando Ofélia tornou-se, aos 19 anos, secretária do escritório Félix, Valladas & Freitas, onde o autor de Mensagem trabalhava como tradutor comercial.

Foram trocando bilhetinhos até que em janeiro do ano seguinte, durante uma falta de luz no escritório, o escritor se declarou, citando Hamlet, contará ela mais tarde.

Nesta edição estão as 51 cartas que Pessoa escreveu a Ofélia Queiroz, entre março e novembro de 1920 (na primeira fase do namoro) e entre setembro de 1929 e janeiro de 1930 (na segunda fase).



"Os altos e baixos do 'enredo', as oscilações de humor, os ritmos 'cardiográficos' tornam-se, por assim dizer, mais fáceis de detectar numa edição como esta", acredita a organizadora.

O casal marca encontros secretos, fala de problemas de saúde. E muitas vezes demonstram ciúmes, brincam e falam como se fossem crianças, e Ofélia entra no jogo dos heterônimos do poeta.

Pessoa, no entanto, nunca quis ir à casa dela nem conhecer os seus familiares e também nunca falou da namorada à sua família.

Na carta que o escritor lhe envia para acabar com o namoro, em novembro de 1920, pergunta se ela prefere que ele devolva as cartas acrescentando que preferia conservá-las "como memória viva de um passado morto".

Após nove anos entre a primeira e a segunda fase do namoro, os dois voltam a corresponder-se por causa da fotografia que Pessoa lhe envia, tirada em 1929 num estabelecimento de bebidas de Lisboa, com um trocadilho na dedicatória: "Em flagrante delitro".

Memórias íntimas

Tanto as cartas de Fernando Pessoa como as de Ofélia pertencem, neste momento, a colecionadores.

Por isso, a organizadora teve acesso a fotocópias dos originais, postas à sua disposição pelos herdeiros. As duas cartas inéditas incluídas na edição portuguesa, escritas por Ofélia em julho de 1920, faziam parte do conjunto.

"O motivo da não inclusão na primeira edição foi por vontade dos familiares de Ofélia. Creio que queriam preservar sua memória e evitar que a vida íntima da jovem fosse exposta. Interpretaram talvez erradamente as duas cartas e, por isso, preferiram que não fossem publicadas", explica a pesquisadora.

Em uma dessas cartas, Ofélia diz a Fernando que lhe escreve da cama, de onde não se consegue levantar por estar doente.

Fala de uma "misteriosa doença", e percebe-se que estará relacionada com seu período menstrual, tema ainda tabu na época. No final, ela pede que Pessoa rasgue a carta, coisa que ele nunca fez.

Lidas sem confronto com as da sua destinatária, as cartas de Pessoa pareceram a muita gente "meros exercícios literários", o que explicará a ideia que se perpetuou de que o namoro entre os dois seria apenas platônico.



Curiosidades:  Palavras de Ofélia

"Fernando, em geral, era muito alegre. Ria como uma criança, e achava muita graça às coisas. Dizia, por exemplo «ouvistaste?» em vez de «ouviste». Quando saía para engraxar os sapatos, dizia-me: «-Eu já venho, vou lavar os pés por fora». Um dia mandou-me um bilhetinho assim: « O meu amor é pequenino, tem calcinhas cor-de-rosa» Eu li aquilo e fiquei indignada. Quando saímos, disse-lhe zangada: « Ó Fernando, como é que você sabe que eu tenho calcinhas cor-de-rosa ou não, você nunca viu...». E ele respondeu-me assim a rir: « Não te zangues, Bebé, é que todas as bebés pequeninas têm calcinhas cor-de-rosa...»

Vivia muito isolado, como se sabe. Muitas vezes não tinha quem o tratasse, e queixava-se-me. Estava realmente muito apaixonado por mim, posso dizê-lo, e tinha uma necessidade enorme da minha companhia, da minha presença. Dizia-me numa carta: «...não imaginas as saudades que de ti sinto nestas ocasiões de doença, de abatimento e de tristeza...» E mostra-o bem, nesta quadra que me fez:

Quando passo um dia inteiro
Sem ver o meu amorzinho
Cobre-me um frio de Janeiro
No junho do meu carinho

Fernando vivia com o essencial. Todo o resto lhe era indiferente. Não era um ambicioso nem vaidoso. Era simples e leal.
Dizia-me: «Nunca digas a ninguém que sou poeta. Quanto muito, faço versos.»





22 de outubro de 2012

Arte e anatomia no séc XVII


Alex Grey

Anatomia e pintores

Para alguns pintores a observação e o estudo do corpo humano estavam entre as principais atividades para o desenvolvimento da técnica e sensibilidade artistica. De Rafael Sanzio até Alex Grey podemos encontrar este fascinio.


Nos tempos antigos a dissecação pública de criminosos era vista como entretenimento e era executada em toda europa. As aulas de anatomia eram um gênero de pintura em voga no sec XVII e fizeram a fama de pintores como Rembrandt (1606-1669). Um destes anatomistas, o Dr. Ruysch, ficou imortalizado em algumas telas do pintor holandes. Ruysch realizou mais de 30 dissecações públicas.

Da Vinci também buscou nos estudos antômicos a perfeição dos seus desenhos e estudos da figura humana e animal; principalmente os cavalos. Como ele, muitos outros pintores do Renascimento, registraram em desenhos e gravuras a anatomia humana.

Como toda arte, a história da anatomia mostra não apenas aquilo que é representado, mas também o modo como é visto. Estampas anatômicas dos séculos XVII e XVIII são vívidas ilustrações não só do funcionamento do corpo humano; mostram também a mentalidade de uma época em que ainda se esperava que a ciência revelasse os mistérios da criação divina e mostrasse a beleza e a maravilha inerente a todas as criaturas. Prova de que a arte e a ciência andavam de mãos dadas até o advento da burguesia e o surgimento da “pintura comercial”.


Curiosidades sobre Rembrandt e a obra "Lição de Anatomia do Dr. Tulp"


Este óleo sobre tela em estilo barroco fora encomendado pela Associação de Cirurgiões de Amsterdã e retrata uma aula de anatomia do Dr. Nicolaes Tulp. Concluída em 1632 pelo pintor holandês Rembrandt Harmenszoon van Rijn, tornou-se a obra de arte mais conhecida pelos médicos.



"Lição de Anatomia do Dr. Tulp" - Rembrandt

Alguns detalhes pitorescos do quadro:

O nome do pintor e a data da conclusão da pintura podem ser vistos em um quadro de avisos pendurado na parede ao fundo do laboratório de anatomia. Rembrandt, para não macular sua bela obra, preferiu não colocar sua assinatura como se faz usualmente.

O aluno mais próximo do Dr Tulp tem à mão uma folha de papel, na qual imaginava-se que estavam escritos os nomes dos músculos do antebraço que estão sendo mostrados, impressão que se desfaz quando percebe-se que, imediatamente acima do chapéu do Dr. Tulp, há uma pincelada grafando o número 1. Assim, o primeiro nome da lista é o do Dr. Tulp, os outros sete números correspondem ao nome dos alunos presentes na aula.

A obra contém um erro onde menos se podia esperar: Os músculos flexores superficiais, na pintura, estão nascendo do epicôndilo lateral. Os músculos flexores superficiais do antebraço se originam do epicôndilo medial do úmero.

O corpo dissecado pertencia a Adriaan Adriaans, também conhecido por Aris Kint, um ladrão que havia sido enforcado por roubo.

Estudiosos da pintura acreditam que o braço esquerdo pintado não é o braço de Aris Kint, mas de um outro cadáver previamente dissecado por Tulp (É bastante perceptível que o antebraço esquerdo é maior que o direito).

Segundo mostrou o raio X da pintura, inicialmente a mão direita do cadáver não tinha dedos. Rembrandt pintou-a posteriormente com base na mão de outra pessoa (É uma mão delicada, com unhas bem cortadas, nada lembrando a de um ladrão). Considera-se a possibilidade de Aris Kint ter tido a mão cortada quando ainda vivo, pois no século XVII, em algumas situações, havia na Holanda a prática jurídica de se amputar a mão do ladrão como pena prévia à pena capital.

A Lição de Anatomia do Dr. Tulp está exposta no Museu Mauritshuis, Em Haia, interior da Holanda. A casa onde funciona o Museu pertenceu ao colonizador Maurício de Nassau, e no subsolo encontram-se expostas gravuras de Debret enforcando o Brasil.



 
Parede com o quadro de avisos com a assinatura de Rembrandt tendo ao lado a data de 1632.



Lista contendo o nome dos anatomistas



Detalhe dos músculos flexores dos dedos


"A mais nobre paixão humana é aquela que ama a imagem da beleza em vez da realidade material. O maior prazer está na contemplação".

Leonardo da Vinci






20 de outubro de 2012

Sotheby's de Londres leva a leilão "Abstraktes Bild"

Pintura bate recorde de venda em leilão para um artista vivo



Obra Abstraktes Bild pertencia à coleção do guitarrista Eric Clapton

Uma pintura abstrata do pintor alemão Gerhard Richter estabeleceu um novo recorde de preço pago em um leilão pela obra de um artista vivo, após ser vendida por 34,2 milhões de dólares, afirmou a casa de leilões Sotheby's de Londres.

A obra Abstraktes Bild (Imagem Abstrata), da coleção do guitarrista Eric Clapton, foi vendida para um comprador anônimo depois de cinco minutos de ofertas na noite da sexta-feira, provocando uma salva de palmas.

A venda bateu o recorde anterior de 28,6 milhões pagos pelo quadro Flag, (Bandeira), de Jasper Johns, na casa de leilões Christie's em Nova York, em 2010.

Estimava-se que a tela vermelha, amarela e preta de Richter alcançaria entre 14 e 19 milhões de dólares.

Clapton havia comprado a tela junto com outras duas da mesma série em um leilão realizado em novembro de 2001 em Nova York por um valor global de 3,4 milhões de dólares.

"A combinação entre proveniência extraordinária e padrão de qualidade nesta obra sublime deste importante artista foi responsável por um momento histórico nos leilões", avaliou o diretor sênior e chefe de vendas da Sotheby's, Alex Branczik.

Sobre o artista

Gerhard Richter nasceu de Horst em Dresden em 1932.

Richter começou a pintar oficialmente em 1962. Versátil ,criou diversas obras que vão de óleos sobre tela, intervensão de pinturas sobre fotografias, aquarelas e colagens de referência histórica de fotografias.



Sem título - Aquarela sobre papel - 1978



Sem título - Óleo sobre papel - 1983



Sem título - Óleo sobre fotografia - 2000

Richter no Século 21: Realização real e tangível

"Bem, depois deste século de grandes proclamações e ilusões terríveis, eu espero por uma era em que as realizações reais e tangíveis, e não proclamações grandes, sejam as únicas coisas que contem".

Informações:








19 de outubro de 2012

Cartas de John Lennon



Livro traça narrativa de John Lennon através de suas cartas. 

O talento de John Lennon para as palavras é bem conhecido do mundo pop. Dos versos adolescentes de "Help" aos hinos pacifistas de sua vida adulta, como "Imagine", conseguiu cravar em canções os sonhos da juventude do pós-Guerra.

Autor da única biografia autorizada dos Beatles ("A Vida dos Beatles", de 1968), Hunter Davies aproveitou-se de sua amizade com Yoko Ono, viúva de Lennon (ela assina o prefácio), para convencê-la de que seria capaz de traçar uma narrativa do artista por meio de seus escritos.

O resultado está em "As Cartas de John Lennon", livro com coleção de documentos escritos pelo ex-beatle, lançado mundialmente em comemoração ao que seria o seu aniversário de 72 anos.

Segundo Davies, a principal motivação veio do ineditismo do material, nunca antes publicado em livro.

"As Cartas de John Lennon" traz, em 23 partes, 285 documentos em ordem cronológica, de 1951 a 1980. São bilhetes, notas, autógrafos, cartas manuscritas e datilografadas, além de listas de compras e instruções para os empregados do luxuoso edifício de Nova York Dakota, onde viveu de 1973 até sua morte, em dezembro de 1980. 

John Lennon utiliza uma máquina de escrever nos anos 1960

"Foi uma surpresa o fato de ele ainda estar em busca [de algo] até o fim e sua nostalgia pela vida na Inglaterra e na Escócia", diz Davies.

A primeira carta é um agradecimento à tia Harriet pelos presentes de natal (um livro, uma toalha e um pulôver) escrita em um cartão-postal quando ele tinha 11 anos.

As cartas endereçadas a fãs começam a partir da excursão de Hamburgo, três séries de shows realizados pelos Beatles em 1960, 1961 e 1962.

Ao fim desse período, ao voltar para a Inglaterra, eles deslancharam. É dessa época uma longa carta à Cynthia - com quem se casaria e teria seu primeiro filho, Julian - em que comenta a morte de Stuart Sutcliffe, em abril de 1961, quando o baixista original dos Beatles já havia deixado o grupo.

"Não vi Astrid - noiva de Stuart - desde o dia em que chegamos. Pensei em ir vê-la, mas eu ficaria constrangido."

Ali aparecem também as manobras para não revelar seu estado civil, algo que no olhar do empresário poderia afastar o público feminino. John não seguiu a orientação em pelo menos uma delas, escrita a uma fã em 1963.

"Em resposta à sua pergunta, sim, sou casado, e o nome da minha mulher é Cyndi. E também temos um filhinho."

Os detratores de McCartney nas brigas entre os dois beatles podem encontrar mais motivação de sua predileção por John no capítulo "Problemas com Paul", com inflamadas cartas que descrevem disputa nos negócios e trocas de farpas na imprensa sobre o lançamento dos primeiros trabalhos dos casais Paul e Linda e John e Yoko.

CARTAS DE AMOR

Embora seja difícil de acreditar, Davies afirma na introdução que não havia cartas de John para Yoko devido ao tempo considerável que eles passavam um na companhia do outro ou por elas terem simplesmente se perdido.

Com o lançamento de "Two Virgins" (1968), ele passa a assinar as correspondências com caricaturas dele e da mulher, escrito "John e Yoko".

Imagens do livro As cartas de John Lennon

John Lennon deixou George, Paul e Ringo constrangidos ao lançar o disco Unfinished Music No. 1: Two Virgins. Na capa, em cima de uma nobre frase encomendada a Paul McCartney, “Quando dois santos se encontram, a experiência nos faz mais humildes. A longa batalha para provar que ele era um santo”, John e Yoko se abraçavam, nus. Dentro, gravações experimentais tão subversivas quanto a arte que as envolvia indicavam o início de uma fértil carreira solo.

Two Virgins chegou às lojas dez dias antes do lançamento do White Album, e o choque provocado pela capa, não só entre os Beatles, mas no mundo inteiro, é caso de estudo nas enciclopédias do rock.

A partir de 1973, Lennon aumenta a produção de cartas datilografadas, o que torna mais fácil a leitura dos originais. "Espero que a datilografia não esteja irritando... Minha letra é ilegível", diz em carta à meia-irmã Jackie.

Em uma divertida carta ao amigo Derek Taylor, ele especula sobre o nome do garoto. "P.S. como soa Dylan Ono Lennon procê...?"

Vivendo em Nova York, Lennon se envolveu em diversas lutas políticas. Suas cartas de apoio e apelos eram vistos como um endosso valioso a essas causas. Algumas delas tinham uma bandeira íntima, como uma mexida de pauzinhos em favor da esposa.

"Caro Joe, por favor ouça a faixa de 'Yoko Ono/Plastic Ono Band' chamada 'AOS', que foi gravada em 1968 - pré-Lennon/Beatles - com Ornette Coleman no Albert Hall, em Londres, pode chamá-la de "Forma Livre", de todo modo Yoko está bem no meio da vanguarda", escreve em carta para um jornalista.

Em 1976, Lennon recebe o Green Card após anos de batalhas contra a extradição. Ele então viaja à Inglaterra para visitar parentes, incluindo a tia Mimi, com quem vive relação maternal tempestuosa.

Com o passar dos anos, a preocupação com a família é evidente, mas Lennon se mostra mais afável. "Querida Leila, Woddy Allen, comediante americano, diz que vivemos em dois estados. INFELIZ E HORRÍVEL!!! Fico contente de ouvir que você está num bom momento 'infeliz'!!!", escreveu à prima.



Quando retorna à Nova York, ele inicia a gravação de "Double Fantasy". Sua rotina pode então ser apreciada por meio das instruções para Fred Seaman, espécie de mordomo e assistente pessoal.

Seu último autógrafo foi dado a um sujeito na frente do Dakota, quando saía com Yoko. Horas depois, o destinatário, Mark Chapman, o assassinou com quatro tiros. 


A genialidade e o humor de Lennon permeiam toda a sua correspondência, em que faz trocadilhos de forma incessante, escreve em inglês falso-shakespeariano e imita sotaques.

Notas de um diário que compunha quando jovem são particularmente excêntricas e criativas. Mostram, no começo, a curiosidade infantil, tão crucial para a sua arte, que o músico a manteria até o fim da vida.


AS CARTAS DE JOHN LENNON


Organização: Hunter Davis

Editora: Planeta do Brasil


18 de outubro de 2012

MetPublications NY




Met de Nova York abre seus arquivos ao público na internet

A coleção de publicações do Museu Metropolitano de Arte (Met) de Nova York está a partir de agora à disposição do público em um novo site que proporciona acesso a quase 650 títulos que retratam a história da instituição.

"O novo portal, MetPublications, apresenta um rico e fascinante registro da atividade do museu durante as últimas cinco décadas e nos permite compartilhar suas publicações com uma audiência global", afirmou o diretor do Met, Thomas Campbell.

Estão disponíveis até 643 documentos publicados pelo museu desde 1964, um arquivo que será ampliado progressivamente e que nasce com a vocação de acabar contendo todos os livros, índices e boletins que o Met editou desde sua fundação em 1870, assim como suas publicações para internet.

Os títulos à disposição das consultas do público cobrem temas históricos, artísticos, arqueológicos e de conservação.

O site oferece descrições, informação sobre os autores, resenhas, prêmios, links relacionados com os conteúdos e a possibilidade de comprar as publicações.

O Met produz anualmente uma média de 30 publicações sobre suas exposições, assim como relatórios periódicos.

Destaque atual

Antigo Egito Ostraca: uma reavaliação

Jennifer Babcock, trabalhou por dois anos no Departamento do Museu de Arte do antigo Médio Oriente. Jennifer explica o que é Ostraca. "São flocos de calcário que foram usados ​​como "blocos" para cartas privadas, registros de compras, e cópias de obras literárias. Minha pesquisa foca especificamente o "figurativo", ou ilustrado, alguns egiptólogos interpretam como paródias visuais da hierarquia social egípcia. Estas imagens retratam animais que agem como seres humanos, bem como "Topsy-Turvy mundos" em que tudo é o contrário de como ocorre na natureza".




Novo Reino, Ramesside, Dynasty 19-20, ca. 1295–1070 BC Egypt. Pintura calcário. The Metropolitan Museum of Art, New York.

No exemplo acima, no registo de um ostracon da colecção do Met , o macaco sentado é representado interagindo com um gato, entende-se que esses animais tem características humanas.

Para mais informações:





17 de outubro de 2012

Mostra de Caricaturas no Museu Carmen Miranda




Mostra de Caricaturas no Museu Carmen Miranda

Entrou em cartaz no Museu Carmen Miranda no Rio de Janeiro, a mostra Caricaturas Miranda, que faz parte da programação da Primavera nos Museus, projeto que acontece anualmente.
A mostra segue até dia 20 de dezembro e conta com desenhos feitos por Luiz Fernandes, que é cartunista, desenhista, jornalista e tradutor.

No total são apresentados 20 trabalhos que foram feitos em Hollywood e Rio de Janeiro, alguns deles a pedido da própria Carmen Miranda que considerava Luiz Fernandes um grande amigo e seu cartunista favorito.



Traços exagerados, até deformados, mas sempre engraçados. Assim podem ser definidas as caricaturas, projeto que acontece anualmente por iniciativa do Instituto Brasileiro de Museus- IBRAM, em que os museus oferecem ao público exposições, oficinas e outras atividades culturais.



Em paralelo, o museu mantém sua exposição permanente com trajes e acessórios originais de seu acervo.


Tamanco Carmem Miranda 1 e 2

Sobre o Museu Carmen Miranda

Foi criado oficialmente, em 1956, por Francisco Negrão de Lima, Governador do Distrito Federal. Sua inauguração só se deu vinte anos mais tarde, em 1976, pelo Governador do Rio de Janeiro, Floriano Peixoto Faria Lima.

Instalado no Parque do Flamengo, o prédio circular foi projetado pelo arquiteto Affonso Eduardo Reidy, posteriormente adaptado pelo arquiteto Ulisses Burlemaqui.

A criação do museu foi uma resposta à população e à legião de admiradores, sobretudo estrangeiros, de várias partes do mundo, organizadas em inúmeros fãs-clubes, que desejavam um espaço que pudessem perpetuar a memória da cantora, um dos mitos da música popular brasileira.

Serviço

Caricaturas Miranda

Quando: Até 20 de dezembro
Onde: Av. Rui Barbosa, s/nº - Parque do Flamengo.

Conversa Informal

A artista plástica e ilustradora Sandra Scaffide, paulista, desenvolve atualmente um trabalho de pintura digital que difere da caricatura por se assemelhar mais à pessoa retratada. Não há exageros nem na fisionomia, nem no corpo. Ao longe, você a confundiria com uma foto, mas não deve, porque ela não é estática e nem impessoal, como muitas vezes a foto é. Você percebe as nuances, as "pinceladas", o toque do artista e a sua destreza. A utilização das técnicas que os programas de computadores oferecem, como os  filtros, "ruídos", níveis, curvas, equilíbrio de cores, matizes e brilhos, é pessoal, depende unicamente da visão e da criatividade do"pintor digital", tornando-se única.

Galeria de fotos de Sandra Scaffide



Pintura Digital  (baseada em foto da saga Crepúsculo).

Caricatura. Uma pitada de humor, descontração e alegria é o que sugere a artista  para complementar algumas situações como casamentos, aniversários e outros eventos. Atualmente é feita no computador e se tornou mais versátil, porque pode ser utilizada para vários fins: convites, lembranças, banners, enfeites de mesa, etc. A caricatura pode ser exagerada ou nem tanto, pode mostrar uma situação específica, engraçada, ou simplesmente retratar pessoas de uma maneira bem humorada. É uma excelente opção para surpreender seus convidados.

Algumas idéias



Caricatura baseada no cartaz do filme "Sr. & Sra. Smith", com Angelina Jolie e Brad Pitt.



Convite e Havaiana personalizada



Camiseta e caneca personalizada

Para finalizar, uma caricatura feita por Sandra Scaffide para homenagear Carmem Miranda.
Vejam o resultado. Surpreendente!



Contato






16 de outubro de 2012

Atualidade: Le Bal Galeria - Paris

Antes cabaret, hoje galeria.

Localizado em uma minúscula e erma travessa sem saída do 18ème arrondissement, longe da colina de Montmartre ou dos pontos turísticos da região, o Le Bal é um daqueles lugares que você só chega se souber o endereço. Impossível passar “sem querer” pela viela Impasse de la Defense. Mas depois de dar os primeiros passos sem encontrar vivalma, você vai deparar com um dos espaços dedicados às artes visuais mais efervescentes da cidade.



O Le Bal não é apenas um espaço para exposições, mas também uma boa livraria e um ótimo bar/restaurante, que com frequência está mais cheio do que a galeria. A história do Le Bal é interessante: na pacata 18ème, antes da II Guerra Mundial, existia um “espaço de baile” (por isso o nome, Le Bal) – na verdade um bom e velho cabaret, chamado Chez Isis. A alguns anos passou por uma reforma geral e virou este espaço dedicado a fotografia, cinema e novas mídias, com ênfase em documentação (ideal para jornalistas), trazendo exposições internacionais com frequencia. Atualmente, exibe fotografias do britânico Paul Graham.



Estando por perto, não deixe de visitar o Le Bal. Aos domingos é servido um brunch delicioso (até às 16h) vale também pela caminhada pelas desconhecidas vielas ao redor da Place de Clichy, que revelam cenas insólitas.




Le Bal

6 Impasse de la Défense. 75018. Paris

Metrô Place de Clichy (linhas 2 ou 13).

Quartas e sextas-feiras, das 12h às 20h. Quintas-feiras, até às 22h.

Sábados, das 11h às 20h, e domingos, das 11h às 19h.

Acesso à livraria e ao bar gratuitos.

Acesso à galeria, 5 euros.


15 de outubro de 2012

MAM apresenta Adriana Varejão



Adriana Varejão - Histórias às Margens.

Um dos nomes mais cobiçados da arte brasileira no cenário internacional.

Adriana Varejão encabeça a lista de boas mostras na programação paralela 30ª Bienal de São Paulo.

São 42 trabalhos, que trazem um recorte importante da produção da artista, além de pinturas produzidas especialmente para a exposição.

Suas criações passeiam por modalidades diversas – pintura, escultura, instalação. Esta mostra oferece a chance de apreciar peças de coleções particulares e de instituições como a Tate Modern e o Guggenheim. Além das novas obras em larga escala da marca registrada da artista: os azulejos de estilo português.

No final do ano passado, a carioca Adriana Varejão virou matéria de jornal por ter uma pintura arrematada por R$ 2,971 milhões em um leilão da Christie’s. O quadro não pertencia mais a ela. A obra é Parede com Incisões a la Fontana II, da série Ruínas de Charque. Foi a maior transação envolvendo um artista brasileiro e a segunda maior latino-americana, perdendo apenas para o colombiano Fernando Botero, que teve uma de suas rechonchudas criações arrematada por R$ 3,38 milhões.

Varejão é conhecida por sua narrativa plástica, singela e potente, brasileira e universal, simples e inteligente. O curador Adriano Pedrosa escolheu exemplos significativos das séries Pratos, Ruínas de Charque, Mares e Azulejos, Línguas e Incisões, Irezumis, Acadêmicos, Proposta para uma Catequese e Terra Incógnita.

A artista plástica criou ainda, especialmente para essa mostra, um painel de 18 m de extensão, em que representa sua já famosa azulejaria, das entranhas da qual saltam, desta feita, plantas carnívoras.

Também estão presentes duas outras obras que acabam de sair de seu ateliê: uma visão em estilo chinês da Baía de Guanabara e um prato igualmente à oriental. Varejão diz que lida com a "memória como se o tempo não existisse, vou costurando várias hierarquias de assuntos em um único assunto”.

É sempre bom conferir o universo de Adriana Varejão, que nos transporta no tempo e nos faz refletir. Usando a representação de azulejos ou outros materiais como suportes, ela liberta vestígios de outras épocas. Como na música de Chico Buarque, Futuros Amantes, também citada por ela, “o eco de antigas palavras/fragmentos de cartas, poemas mentiras, retratos/vestígios de estranha civilização”.

A mostra fica no MAM, próximo ao prédio onde acontece a 30ª Bienal de São Paulo, o mais importante evento de arte da cidade, em que Varejão já esteve presente por duas vezes, em 1994 e 1998.

Merecem atenção as obras Anjos, Parede com Incisão à la Fontana Pratos com Mariscos, que integram a mostra. 




Anjos


Parede com incisão à la Fontana



Pratos com Maríscos


Conversa informal
Recentemente fui visitar a exposição História às Margens e confesso que fiquei impressionada. Foi muito além das minhas expectativas. Adriana Varejão é uma excelente artista, todas as obras apresentam um conteúdo bastante forte e sua técnica é sem dúvida indiscutível. Seguem algumas obras.


  
Instalação de azulejaria - a estampa passa para o mobiliário deixando na tela o espaço em branco.


Painel Azulejaria



Painel de azulejaria

Vale conferir!

Informações:

MAM - Av. Pedro Álvares Cabral - portão 3 - Parque Ibirapuera - Sul (011) 5085-1300
Até 16/12/2012