Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

27 de maio de 2015

O enigma Vivian Maier no MIS


Self-Portrait

Novo livro só de autorretratos joga luz sobre a trajetória excêntrica e misteriosa da babá fotógrafa que deixou um dos mais surpreendentes retratos das ruas de Chicago e Nova York


É difícil saber o que leva alguém a optar por atravessar a vida sem deixar pista sobre quem realmente foi. No caso da americana Vivian Maier (1926-2009), que permaneceu trancada dentro de si mesma para poder percorrer uma trajetória das mais excêntricas, talvez não tenha sido opção, e sim a única forma de saber existir. Ela jamais imaginou que, depois de morrer como quis – anônima, desconhecida, indevassada –, fosse causar tanto desalento a seus biógrafos e provocar tamanha curiosidade nos admiradores de sua surpreendente obra fotográfica.

Acaba de ser lançada nos Estados Unidos a terceira tentativa editorial de tirar a artista da sombra sob a qual ela se escondeu. “Vivian Maier: Self-Portraits”, coeditado por John Maloof e Elizabeth Avedon, vai ajudar a mostrar um pouco mais do fugidio personagem, através de 60 autorretratos inéditos. É neles que a fotógrafa deixa transparecer um pouco mais sua personalidade fracionada.


Self-Portrait

Ninguém melhor do que John Maloof, para tentar explicar o enigma Vivian Maier, ao qual se dedica de forma obsessiva há quase sete anos. Aos 27 anos, Maloof presidia a Associação de Preservação Histórica do setor NorthWest de Chicago e garimpava material iconográfico para a elaboração de um livro. Certo dia de 2007, na casa de leilões RPN, teve a atenção chamada para alguns negativos esparsos num caixote. Mostravam cenas urbanas dos anos 1960. Deu um lance de U$ 400 pelo lote todo (30 mil negativos, 1600 rolos de filmes não revelados), sem ideia do conteúdo geral.

Como as imagens compradas revelaram nada ter a ver com a parte de Chicago que interessava ao historiador, permaneceram na caixa por mais meio ano, intocadas.

Maloof ainda não se tornara fotógrafo à época em que resolveu examinar o que tinha comprado. Mesmo assim, ficou fascinado com a originalidade daqueles retratos de sua cidade, de suas gentes, de suas vidas. Quis saber tudo sobre a autora daquelas imagens, de quem tinha apenas o nome.



Para a sua surpresa Vivian Maier não existia. Pelo menos para os tempos modernos: nenhuma referência, nenhuma presença em qualquer rede social. Era estranho que em 2008, que não houvesse a mais remota pista sobre uma fotógrafa de um centro urbano desenvolvido como Chicago.

Foi através da nota fúnebre publicada no Chicago Tribune de 23 de abril de 2009, que dizia: “Vivian Maier, francesa de origem e moradora de Chicago nos últimos 50 anos, faleceu em paz na segunda-feira. Foi uma segunda mãe para John, Lane e Matthew. Sua mente aberta tocou a todos que a conheceram. Sempre pronta a dar sua opinião, um conselho, uma ajuda.”


Maloof descobriu que John, Lane e Matthew eram irmãos e filhos de uma família onde Vivian Maier havia trabalhado por 17 anos – os Gensburg. A profissão que Vivian Dorothea Maier exercera a vida toda foi a de babá. Em Nova York, em Los Angeles e sobretudo em Chicago, por 40 anos.

 

Self-Portrait

Mas foi a fotografia a sua razão de ser e de viver. Fotografou compulsivamente, apenas para si mesma. Jamais mostrou o trabalho para ninguém, e somente as crianças de quem cuidava a viam tirar fotos. Não se sabe como aprendeu a fotografar. Revelava os milhares de rolos de filmes no banheiro, transformado em câmara escura.

Até hoje, o que se sabe sobre ela cabe em uma página: Nascida em Nova York de pai austríaco e mãe francesa, ambos operários, que logo se separaram, ela passou a infância e juventude numa cidade do vale dos Alpes com a família materna. Ao retornar a Nova York, em 1951 – descontado um curto período como costureira numa infame sweatshop – começou a trabalhar como babá. No final de sua vida, alguns dos adultos de quem cuidara na infância se tornaram seus cuidadores à distância.


Self-Portrait

Ao se aposentar e ser transferida para uma casa de repouso, estocou seus pertences em vários guarda-móveis. Com o passar dos anos, porém, parou de pagar o aluguel dos espaços e deixou de responder às várias notificações recebidas. Foi assim que boa parte do material fotográfico, junto com câmeras velhas, chapéus, capotes e sapatos usados, além de um bric-a-brac impenetrável, foi parar nas mãos do leiloeiro RPN, que o dividiu em lotes. Ao arrematar o primeiro deles no escuro, o jovem historiador de Chicago não tinha ideia da reviravolta que estava dando na própria vida.

De início, Maloof ficou desorientado com o volume de imagens. Abriu um grupo de discussão no Flickr. Deu o título de “O que devo fazer com essa tralha toda?”, e descreveu o que tinha comprado no leilão. Também comunicava estar iniciando um site com algumas imagens da fotógrafa e perguntava: “Esse tipo de material tem qualidade suficiente para uma mostra? Ou um livro? É comum esse tipo de obra surgir assim, do nada? Qualquer dica será apreciada”. Recebeu mais de 700 respostas com sugestões, pistas, indicações.

Recebeu, sobretudo, apreciações emocionadas sobre a qualidade das imagens postadas. A partir daí, começou a ser tragado pela curiosidade em descobrir tudo sobre Vivian Maier. Trocou sua atividade de historiador pelo estudo da fotografia, transformou o sótão da casa em câmara escura para aprender a revelar e ampliar filmes e tomou para si a missão de reconstruir a obra deixada pela babá. Maloof admitiria, mais tarde, que estava irremediavelmente obcecado por aquela história.



Passado um ano, a coleção Maier de Maloof já ultrapassou os 100 mil negativos, além dos mais de 3 mil prints, centenas de rolos não revelados, filmes de 8mm e fitas gravadas pela fotógrafa – resultado da compra de outros lotes do leilão.

Maloof procurou todas as famílias onde ela trabalhara como babá e foi graças a uma delas que obteve acesso aos pertences pessoais da fotógrafa, amontoados em outro depósito de Chicago e prestes a serem jogados no lixo. Entre mais chapéus e sapatos velhos, mais rolos de filmes, milhares de dólares em cheques do governo não descontados, jornais, revistas e papeis, havia cartas. Estas, por sua vez, abriram novas pistas para preencher as lacunas mais básicas da biografia dessa mulher sem marido nem filhos, nenhuma amizade e círculo restrito de conhecidos. Mas que estabelecia contato fácil com desconhecidos quando os abordava com sua Rolleiflex pendurada no colo. E os desnudava num espaço de 1/60 de segundo.



Vivian Maier traía a origem europeia na maneira de ser e falava francês com sotaque americano. Nos dois continentes estava sempre fora de sintonia.

No fundo, é ela mesma quem nos dá as coordenadas mais claras e fascinantes a seu respeito, através dos inúmeros autorretratos que deixou. Dos que se conhecem até agora, ela emerge com frequência como sombra maior dela mesma. De forma insistente, também se retratou várias vezes em dupla personalidade espelhada ou fracionada, sempre com a Rolleiflex no peito. Jamais se fotografou rindo – no máximo, com um olhar levemente traquino. Com frequência maior, ela se retrata num cara-a-cara direto, franco, sério, profundo.


Self-Portrait

Um texto ficcional em primeira pessoa, criado para ilustrar um curta de 12 minutos em sua homenagem, não soa tão destoante de uma realidade que talvez não se conhecerá jamais: “Quem sou eu?”, indaga a Vivian Maier ficcional no filme. “Costumava tirar fotos minhas, autorretratos, porque queria saber se conseguiria ver quem eu era. Pensei que pudesse ter uma ideia da mulher por trás da câmera. Mas quanto mais eu olhava para esses autorretratos, mais eles pareciam me encarar de volta. Depois de algum tempo, pensei: agora somos duas a nos fazer a mesma pergunta”.
 

Self-Portrait


Serviço:

O MIS é a primeira instituição do mundo a receber a série intitulada "Vivian Maier II – In Her Own Hands", composta por 106 fotografias (sendo 78 em P&B, 21 coloridas e sete contact sheets), além de 9 filmes gravados em Super 8.

Onde: MIS, Museu da Imagem e do Som - Av. Europa, 158 - Jardim Europa -.São Paulo -  Fone: 55 11 2117-4777 de terças a sábados, das 12 às 20h.  Domingos e feriados, das 11 às 19h.

Quando: 21/04 a 14/06/2015

Quanto: R$ 6,00 (inteira) R$ 3,00 (meia)
 
 

20 de maio de 2015

Retroprospectiva: 25 anos do Programa de Exposições CCSP


 
Retroprospectiva: 25 anos do Programa de Exposições CCSP


Em 1990, o Centro Cultural São Paulo (CCSP) abria, pela primeira vez, seus espaços expositivos para levar ao público obras de novos artistas plásticos da época, selecionados por uma comissão julgadora, expostas ao lado de nomes já consagrados. A mostra coletiva inaugurava o Programa de Exposições.

Para festejar os 25 anos desse que é um dos mais antigos eventos anuais brasileiros dedicados ao incentivo de jovens talentos nas artes plásticas, a Sala Tarsila do Amaral recebe, a partir do dia 11, a mostra “Retroprospectiva: 25 anos do Programa de Exposições CCSP”.

Antonio Lizágarra

Sob a curadoria de Maria Adelaide Pontes e Marcio Harum, a retrospectiva exibe pinturas, fotografias, gravuras, entre outras obras pertencentes à Coleção de Arte da Cidade que foram doadas por 40 artistas selecionados dentre os mais de 500 profissionais que fizeram parte destes 25 anos de história, entre elas obra do artista Daniel Escobar.

Daniel Escobar

A mostra faz um mapeamento da história do Programa, além de possibilitar ao público o reconhecimento de profissionais representativos no cenário artístico atual. Alguns dos trabalhos exibidos são de artistas que primeiramente foram selecionados como novos talentos e, anos mais tarde, convidados como profissionais já consagrados. É o caso de Rochelle Costi, em 1991 e em 2009; Sandra Cinto, em 1992 e em 2001 e Albano Afonso, em 1994 e em 2002. Outra importante artista plástica que tem uma instalação exposta é Nazareth Pacheco, selecionada pelo Programa de Exposições em 1990. Parte da obra é confeccionada com lâminas de barbear, objeto cortante presente em muitas de suas criações.

Rochelle Costi

Sandra Cinto

Albano Afonso


Nazareth Pacheco



Serviço


Retroprospectiva: 25 anos do Programa de Exposições CCSP

Onde: Centro Cultural São Paulo – Sala Tarsila do Amaral - R. Vergueiro, 1.000, Paraíso.
Próximo da estação Vergueiro do Metrô. Centro. Tel. (11)3397-0001 e 3397-0002.

Quando: Até 26/7 - de terça a sexta, das 10h às 20h, aos sábados, domingos e feriados das 10h às 18h.

Quanto: Grátis







14 de maio de 2015

Os principais Museus de Nova York


Você sabia que é possível visitar dois museus em Nova Iorque durante todos os dias do ano e ainda não conhecer todos?

A maioria dos Museus de Nova York são organizações sem fins lucrativos. Seu objetivo é fazer com que a arte e a cultura seja acessíveis a todos. Como são não-lucrativos, eles pedem uma “doação sugerida” ou contribuição para acessar o museu, em vez de um preço de entrada. Assim, na sua próxima visita a algum desses museus, recomendamos que faça doações, o dinheiro doado é investido no Museu, para que todos possamos apreciá-los.

Nova York possui museus fantásticos que merecem destaque especial: Sua sofisticada infraestrutura está preparada para receber visitantes do mundo todo, de braços abertos. Nova York tem museus de todos os tamanhos, para todos os gostos e idades, e os mundialmente famosos que contam com acervo de pinturas, esculturas, e desenhos dos artistas mais consagrados do mundo.
 
Os museus de grande porte como o MoMa e o Metropolitan oferecem serviço de áudio-guia em diversas línguas (Alemão, Espanhol, Francês, Japonês e Português). Além dos phones de ouvidos, alguns museus também oferecem mapas e panfletos em várias idiomas – sem nenhum custo. Lembre-se de checar os sites dos museus antes de incluí-los no seu roteiro em Nova York.

 
The Metropolitan Museum of Art - MET


Fundado em 1870, o Metropolitan Museum of Art, mais conhecido como MET, possui um dos maiores acervos de arte do mundo. Possui uma coleção permanente de mais de 2 milhões de obras de arte espalhado nos seus 17 departamentos, com uma coleção rica e diversificada de diferentes épocas que inclui antiguidades e artes clássicas egípcia, asiática europeia e outras. O museu também possui uma impressionante coleção de instrumentos musicais, trajes, acessórios, armas e armaduras do mundo todo. MET está localizado no Upper East Side de Manhattan, a poucos passos do Central Park.

Faz parte do passeio visitar o museu The Cloisters, localizado à beira do rio Hudson. Este museu maravilhoso cheio de claustros e jardins, faz parte do museu MET que se dedica à arte e arquitetura da Europa Medieval.

 

 
Onde: 1000 Fifth Avenue na 82nd St, New York, NY. 

Horários: Fechado às segundas, exceto feriados. De terça à quinta das 9:30 às 17:30h. Às sextas e sábados das 9:30 às 21:00h, Domingos das 9:30 às 17:30h.
 


Museum of Modern Art - MoMA


Com arquitetura de Yoshio Taniguchi, o Museu de Arte Moderna, mais conhecido como MoMA, reune um fabuloso acervo com mais 150 mil pinturas, esculturas e desenhos e mais de 22 mil filmes. Neste museu você pode se emocionar com grandes artistas como Vincent Van Gogh, Pablo Picasso, Diego Rivera e Frida Kahlo.
 
Além de maravilhosas pinturas, o MoMA apresenta exposições criativas e originais de todas as formas incluindo fotografia, arquitetura, cinema e mídia. Na loja do MoMA você encontrará brinquedos modernos, relógios exóticos e uma variedade de livros de arte.
 
No verão o MoMA oferece shows de cantores brasileiros e eventos descolados realizados na parte aberta do museu.
 
Onde: 11 West 53rd Street (entre 5th & 6th avenida)

Horário: Fechado às terças-feiras. Segundas, quartas, sextas, sábados e domingos das 10:30 às 17:30h. Quintas das 10:30 às 20:00h.


Guggenheim Museum

 
Após a sua conclusão em 1959, o museu Guggenheim causou um rebuliço no mundo da arte devido a sua arquitetura espetacular em forma de espiral, criada por Frank Lloyd Wright. O museu em si é uma obra de arte e abriga uma rica coleção com exposições especiais da arte moderna e contemporânea, palestras de artistas e críticos, performances e exibição de filmes.

No acervo você vai se impressionar com quadros de Chagall, Braque, Miró, Picasso, entre outros. O Guggenheim Museu ainda conta com um fabuloso restaurante “The Wright” ótimo para um almoço ou brunch aberto para o público.

Onde: 1071 Fifth Avenue, New York, NY

Horário: Fechado às quintas-feiras. De domingo à quarta das 10h às17:45h. Sexta das 10 às17:45h. Sábado das 10h às 18:45h.


Whitney Museum of American Art



Com nova sede, localizado na parte baixa de Manhattan, o Whitney Museu de Arte Americana apresenta uma coleção permanente de mais de 18 mil obras e uma ampla variedade de mídias. Muitas vezes chamado simplesmente “The Whitney”, este museu é dedicado à coleta, preservação e interpretação da arte americana do século XX e contemporânea.

Composta por esculturas, desenhos, gravuras, fotografias e filmes de mais de 2.800 artistas entre os quais obras de Cindy Sherman, Jasper Johns e Ronald Davis. A coleção permanente no Museu Whitney é uma das mais diversas e significativas coleções de arte americana no mundo.

Onde: 99 Gansevoort Street, New York City, NY 10014 - Fone: +1 (212) 570-3600

 Horário: Fechado às segundas-feiras. Ás terças, quartas, quintas e domingos das 10:30 às 18h. Às sextas das 13 às 21:00h.


Museum of Natural History (AMNH)



O Museu de História Natural, é um museu incrível e enorme. Não há como visitá-lo por inteiro em um só dia. Com exposições clássicas e interativas, este museu inclui 25 edifícios conectados, 46 salas de exposição permanente, entre elas a coleção de fósseis completa com esqueletos de dinossauros gigantes, inclusive a do Tiranossauro Rex que é um sucesso entre as crianças.




Outras grandes coleções pertencentes ao museu incluem artes da África, arte antiga oriental, asiática, grega, romana, medieval, arte moderna e contemporânea. Não perca os maravilhosos filmes em tela I-MAX, perfeito para entreter as crianças.

Visite também Rose Center for Earth & Space que faz parte do museu AMNH e assista uma retrospectiva fascinante sobre o nascimento e o desenvolvimento do universo “The Journey to the Stars”.

Onde: 79 Street & Central Park West, New York, NY


Horário: De segunda-feira a domingo das 10h às 17h45.


Intrepid Air & Space Museum


O Museu Intrepid é uma das principais instituições históricas, culturais e educacionais de Nova York. Inaugurado em 1982, o este museu já recebeu mais de 10 milhões de visitantes.
 
O museu é o próprio porta-aviões Intrepid (CVS-11), que foi um dos navios mais bem sucedidos na história e é localizado no West Side, no Pier 86, à beira do rio Hudson. Crianças e adultos imergem nas recriações de aviões que serviram na 2ª Guerra Mundial. O acervo exposto inclui um avião Supersônico Concorde (um dos aviões mais rápido do mundo), aeronaves, um submarino “Growler” e muito mais.

O museu apresenta uma gama de exposições interativas como os simuladores em 3D e o “Exploreum” que é um espaço projetado para crianças de todas as idades direcionado à história do Intrepid e temas educacionais.
 
Onde: W 46th St & 12th Ave – Pier 86 NY

Horário: De segunda à sexta das 10h às 17h. Sábados, domingos e feriados das 10h  às 18h.

 
The New Museum
 
 
Com uma arquitetura espetacular de Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa, o Novo Museu de Arte Contemporânea é conhecido por ser incubador de novas idéias. Este museu oferece uma coleção de artistas contemporâneos e tem exibido obras de figuras importantes como David Wojnarowicz e Paul McCarthy.
 
Ao contrário de outros museus em Nova York, “The New Museum” mostra exclusivamente obras de artistas contemporâneos e apresenta uma série de provocantes exposições de novos artistas. O Novo Museu oferece aos visitantes livros, catálogos, revistas e materiais digitais bem como publicações relacionadas com exposições atuais.
 
Onde: 235 Bowery Street, New York, NY

Horário: Fechado às segundas-feiras. Terça e quarta das 11h às 18h. Quinta das 11h às 21h. Sexta, sábado e domingo das 11h às 18h.
 
Outros Museus em NY: Museum of Sex, The Memorial Museum 9/11, Madame Tussauds Wax Museum, Brooklyn Museum of Art, The Children Museum of Manhattan, The Bronx Museum of The Arts, entre outros.
 

Dica: Para os estudantes, a maioria dos museus oferece um desconto mediante apresentação da carteirinha, portanto não esqueça de trazer a sua do Brasil.





6 de maio de 2015

Antoni Gaudí e o Modernismo Catalão


Casa Batllò (detalhe interno) - Barcelona

Antoni Gaudí, foi um arquiteto contemporâneo, com projetos marcantes que não podem ser rotulados ou enquadrados nos limites estreitos das ‘escolas’ arquitetônicas. Suas obras, que indiscutivelmente representam o mais importante conjunto de contribuições para a difusão do modernismo catalão, somente de forma demasiadamente reducionista podem ser consideradas como restritas a essa manifestação.

Sobre sua obra
A obra de Gaudí está impregnada pelo marcante desenvolvimento que acontecia na região de Barcelona, uma das primeiras a adotar os novos paradigmas que definiram a ‘Revolução Industrial’. Em virtude desse processo de industrialização intensiva e consequente enriquecimento, consolidado na segunda metade do Século XIX, assistiu-se à elevação dessa cidade à condição de um importante polo econômico e cultural da Europa.

Gaudí, como estudante de Arquitetura, vivenciou o ambiente da reforma urbana, cujos resultados são significativos até os dias atuais e visíveis na quantidade e qualidade dos edifícios, que ostentam riqueza e ousadia. Esse fato, repercute até hoje, marcando presença nas ruas que receberam nomes de arquitetos, pintores, músicos, poetas e filósofos importantes para a região. É nesse cenário fértil que floresceram as obras de Gaudí e seus contemporâneos.


Residência de Gaudí - Barcelona


O Conde Eusebi Güell, mecenas, foi de fundamental importância para dar visibilidade ao trabalho de Gaudí, pois criou condições para que fosse realizada a maior parte de suas obras que marcaram a arquitetura européia e mundial. Foi essencial para que as primeiras manifestações do talento e genialidade desse arquiteto florescecem, para depois ser reconhecido e prestigiado internacionalmente.

Sobre as formas curvas

Gaudí sempre rejeitou a dureza das linhas retas e a rigidez das formas ortogonais. Sendo um homem místico e de arraigadas convicções religiosas, atribuiu às formas curvas da natureza um sentido de divindade. A originalidade de sua obra consistia em voltar às origens que, para ele, era a Natureza como criação divina.

Sua maior ousadia foi, principalmente, na forma ambígua e atrevida de estabelecer um intenso diálogo entre ‘código formal’ e soluções ‘estruturais’. Na aparência lúdica, que muitas vezes se aproxima do onírico, está registrada a rígida coerência e o rigor técnico que adotado para as soluções estruturais, que conseguia construindo maquetes - para estudar as idéias a serem executadas.

Casa Batllò - Barcelona

Como arquiteto, Gaudí pode ser considerado à frente de seus contemporâneos pelo arrojo das soluções e a ousadia em inovar no uso das técnicas e dos materiais conhecidos. Ou seja, a coragem de dar asas à imaginação para ‘concretizar o sonho’.

Tanto assim que ao passar por Barcelona, em 1928, Le Corbusier surpreende-se com a criatividade da cobertura do pequeno edifício da Escola construída junto ao templo da Sagrada Família, fazendo um desenho em sua caderneta de anotações, associado à seguinte frase: “É a obra de um homem de uma força, uma fé, uma capacidade técnica extraordinárias, manifestada durante toda uma vida”.


La Sagrada Família - Barcelona

Obra de antecipação

Atualmente é comum considerar a conquista de grandes vãos com o uso do concreto ou aço. Em Gaudí essa solução estava presente há quase um século. A Casa Milà, mais conhecida como ‘La Pedrera’, é um edifício praticamente ‘esculpido’ em pedra, mas que já tirava proveito da organização livre da planta dos diversos apartamentos, conforme os interesses de seus proprietários. Projetado antes mesmo que os automóveis fossem fabricados ‘em séries', já dispunha de garagem subterrânea com uma vaga por apartamento, com acesso por rampa. Hoje transformado em centro cultural, esses espaços receberam novos usos, como locais de exposição e auditório.



No Parque Güell, um espaço público criado como loteamento onde as residências se localizariam em meio a jardins, um dos pontos de maior interesse é a praça elevada, emoldurada por confortáveis bancos revestidos de azulejos, quebrados em pequenos pedaços para permitir as formas curvas suaves. 



A intenção inovadora de Gaudí, entretanto, nem sempre é bem compreendida e aceita. O sentido de antecipação de sua obra, visível principalmente nas fachadas sinuosas da Casa Milà, que até hoje causam tanta surpresa, provocou reações polêmicas junto à população, chegando mesmo a ser divulgada numa revista de crítica de costumes, uma caricatura desse edifício.


Réptil Parque Güel

Com uma vida inteiramente dedicada à profissão que escolheu, Gaudí não constituiu família, alegando que isso tornaria impossível seu total envolvimento com a Arquitetura, despertando até mesmo uma dimensão de designer do mobiliário e dos objetos que iriam compor os ambientes dessas obras. Era místico, conservador e foi autor de uma obra monumental que marcou sua época, conquistando o respeito internacional e projetando intensamente os valores culturais de sua terra e de sua gente.

Morreu aos 73 anos, vítima de atropelamento. Encontra-se sepultado no Templo Expiatório da Sagrada Família, Barcelona, na Espanha.
Assista ao vídeo sobre o Parque Güel