Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

26 de fevereiro de 2013

Grupo Santa Helena e Mario Zanini


Mario Zanini (1907-1971) foi um pintor e decorador brasileiro.

Nascido em São Paulo e descendente de familia humilde, ainda adolescente freqüentou a Escola de Belas Artes. Participou dos principais certames oficiais do país. Fez viagem de estudos à Europa em 1950. Participou das três primeiras Bienais de São Paulo.

Fez parte do Grupo Santa Helena, núcleo da futura Família Artística Paulista. O que, entretanto, o distingue dos demais integrantes do Grupo do Santa Helena e da Família Artística Paulista é o seu colorido, intenso, profundo, quase ingênuo: ao lado de Alfredo Volpi, Zanini é um dos grandes coloristas da moderna pintura brasileira.


Paisagem - 1960

Filho de imigrantes italianos, Mario Zanini desenvolve sua trajetória artística em São Paulo, onde ia ao bairro operário do Cambuci. Em 1927, torna-se amigo de Alfredo Volpi, vindo a integrar, juntamente com esse artista, o Grupo Santa Helena. Dessa convivência, resulta a produção de composições mais livres, com o uso de pinceladas largas, marcadas pela tensão entre uma pintura emocional e a vontade de formalização, como ressalta a crítica de arte Alice Brill. A afinidade com Volpi, segundo Brill, pode ser observada no modo de aplicar as pinceladas e no tratamento das figuras. Já a influência da obra do pintor francês Paul Cézanne, que marca a produção dos artistas santelenistas, está presente, por exemplo, em Trecho de Linha, 1939.



Trecho de Linha - 1939.

Tanto na gravura como na pintura, o artista representa diversas cenas da cidade de São Paulo, em que, por vezes, aparecem as chaminés das fábricas vistas da janela de seu ateliê. A temática da vida urbana é constante em sua produção, na qual aparecem retratados, por exemplo, os músicos populares, os operários e grupos de crianças ou de ciclistas.




Floresta - 1960



Casario - 1969

Mario Zanini produzio também muitas paisagens, em que retrata os subúrbios paulistanos que começavam a ser tomados pela metrópole. Representou, em várias obras, grupos de pessoas sentadas às margens do rio Tietê, as lavadeiras características e, ainda, as regatas que ali se realizavam. Acompanhado por outros artistas do Grupo Santa Helena, realiza freqüentes viagens ao litoral e interior do Estado de São Paulo, que lhe servem de inspiração.




Sanfoneiro - 1942

Francisco Rebolo sobre Mario Zanini


“Zanini foi o primeiro artista a associar-se comigo, no ateliê do Santa Helena, passando depois para um Ateliê ao lado do que eu alugava. Talentoso e sensível, gostava de música e me levou a gostar também, nas conversas do dia a dia; de tal forma me despertou o interesse que muitas vezes acabei indo com ele até as igrejas, em horário de missas, para ouvir as músicas religiosas. Também gostava muito de ler, compensando assim o tipo retraido que era, fora do grupo de amigos. Passamos a ir juntos, Zanini, Volpi e eu, principalmente, para pintar ‘do natural’, no Canindé, no Cambuci, e em muitos outros pontos da periferia. Aliás, Volpi e Zanini andavam tanto juntos que o pessoal do Santa Helena os chamava de ‘Mutt e Jeff’ personagens inseparáveis de uma história em quadrinhos da época. (…) Sempre achei que o Zanini foi um grande pintor, além de bom companheiro. Preocupado com o domínio da pincelada, especialmente nos detalhes dos quadros, fez suas paisagens com uma preocupação de grande síntese. Em 1939 já era um pintor bastante elogiado pela crítica, apesar da modéstia”.



Lerici - 1950

Após seu falecimento em 1974, sua família doa 108 de suas obras ao Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP.

 
Como homenagem, uma rua no Bairro Jardim Pinheiros (Butantã) em São Paulo, leva seu nome.





 

22 de fevereiro de 2013

Espaçio de Arte Contemporáneo



A EAC - Espaçio de Arte Contemporáneo, abriu as suas portas em 2010, por iniciativa do Ministério Uruguaio da Educação e Cultura, através do Instituto Nacional de Cultura.

No ano do bicentenário de Montevidéu, a capital, abriu novos museus e expandiu os mais velhos enquanto o país reexamina sua arte e história.

O museu mais recente é o Espacio de Arte Contemporáno aberto em julho de 2010 dentro
de um presídio abandonado de 1888, ocupando toda uma quadra da cidade entre os bairros de Cordón e Aguada, uma área com ar pós-industrial e casas modestas de classe operária.
 


O planejamento do Ministério da Educação e Cultura teve início em 2008, com as obras iniciadas em 2009, com a ajuda de aproximadamente US$ 970 mil da Agencia de Cooperación Internacional da Espanha. Segundo Fernando Sicco, o diretor do museu, “era muito pouco tempo e muito pouco dinheiro”.



Antigo presídio da cidade de Montevidéu, no Uruguai, abriga hoje museu de arte moderna.

Sicco disse que a prefeitura imaginou que o museu, com um cinema, um restaurante e espaços para artistas residentes, pudesse ajudar no desenvolvimento da área. “Ganhou um maior impacto social com a promoção do desenvolvimento do bairro”, disse ele.

Quanta à localização do presídio, disse Sicco, “nós queríamos mudar o significado de algo, tratando da liberdade de criar e fazer com que isso ocorresse em uma cadeia”. As celas permitem aos visitantes ver arte moderna e instalações do Uruguai e da América Latina em isolamento, mas o ambiente da prisão não é para todos. “Pessoas com claustrofobia não se sentirão bem aqui”. Sicco acrescentou, “No Uruguai, não restaram muitos locais históricos para restaurar”.

Em uma ala de três andares, uma parede de vidro oferece uma vista de uma parte não restaurada da prisão, onde espaços há muito negligenciados ainda exibem pilhas de escombros e paredes descascadas.



Exposição apresentada

Los impoliticos lança um olhar sobre uma série de obras que lidam com temas complexos e intrincados como os padrões de migração e da instabilidade econômica para exacerbado hiper urbanismo. Outras áreas temáticas incluem as condições de comunicação tendenciosa manipuladas pelos sistemas de controle e pelo governo em diferentes níveis e em diferentes graus; decadência urbana e social, a obrigação de consumismo elevado, a impotência de extirpar a fonte do problema, a incapacidade de responder eficazmente a estas questões, a incapacidade de transformar estas condições de instabilidade. Seguindo os passos de Roberto Esposito, a exposição Los impoliticos oferece um projeto de análise, uma busca para definir fatos contemporâneos e situações de um específico e não a partir de um ponto de vista genérico.

 

Artistas: Marcela Armas, Stefan Brüggemann, Angela Detanico y Rafael Lain, Darío Escobar, Jose Antonio Hernández-Diez, Jorge Macchi, Leo Marz, Cildo Meireles, Dulce Pinzón, Liliana Porter, Wilfredo Prieto, Paul Ramírez-Jonas, Miguel Ángel Ríos, Adriana Salazar, Pablo Serra-Marino.





21 de fevereiro de 2013

Londres celebra Manet com mostra na Royal Academy



Royal Academy of Arts


Londres celebra Manet com mostra na Royal Academy

Pai do modernismo, retratista brilhante, precursor dos impressionistas. Durante muitos anos, nem os amigos se arriscariam a ligar essas palavras a Édouard Manet (1832-1883), que amargava o desprezo da crítica e não conseguia expor seus quadros nos grandes salões europeus.

Numa carta ao poeta e crítico Charles Baudelaire (1821-1867), o parisiense desabafou por não ser aceito em Londres, onde sua obra era recebida com desdém.

"Eu realmente gostaria que você estivesse aqui, meu caro Baudelaire. Eles estão despejando insultos sobre mim. (...) Em Londres, a academia rejeitou os meus quadros", escreveu o pintor, em 1865.

Hoje reconhecido como um dos artistas mais importantes do século 19, Manet é tema de uma grande exposição na Royal Academy of Arts, vitrine do circuito londrino que o menosprezou em vida.



Em mostra de Manet em Londres, visitante observa a tela "Madame Manet no Conservatório".

Inaugurada em janeiro, Portraying Life reúne retratos feitos pelo francês que soube como poucos artistas traduzir as transformações da vida moderna. A curadoria buscou telas espalhadas pelo mundo, incluindo duas do acervo do Masp: O Artista - Retrato de Marcellin Desboutin e A Amazona - Retrato de Marie Lefébure.

 

O Artista - Retrato de Marcellin Desboutin


A Amazona - Retrato de Marie Lefébure.

O conjunto revela um pintor capaz de captar a essência dos seus personagens e, ao mesmo tempo, do ambiente em que eles viviam.

Isso fica claro em Música nas Tulherias (1862), marco do rompimento de Manet com o realismo. A obra situa figuras da Paris moderna num concerto ao ar livre no jardim das Tulherias. Um dos retratados é o próprio Baudelaire, com quem o pintor costumava se encontrar no parque para falar de arte e, claro, reclamar dos detratores.



Música nas Tulherias (1862)

Os textos da mostra sublinham a eterna luta do artista por um lugar ao sol na vida cultural francesa. Em outra carta de 1865, ele expressou seu incômodo com a ascensão de Claude Monet (1840-1926), que se tornaria um dos mestres do impressionismo.

"Quem é esse Monet, que tem o nome igual ao meu e está tirando vantagem da minha fama?", pergunta. Depois do atrito inicial, os quase xarás virariam bons amigos.


REJEIÇÃO

Apesar de ter crescido numa família afetuosa e de posses, que bancou suas viagens pela Europa para estudar arte, Manet sofreu muitas vezes com o sentimento da rejeição.

Em 1849, foi reprovado pela Escola Naval francesa, depois de viajar até o Brasil num navio-escola. Suas anotações mostram que ele já sabia das coisas: estranhou a desigualdade do país e elogiou a beleza do Rio e das mulatas.

Uma década depois, o jovem pintor foi esnobado na primeira tentativa de expor no Salão de Paris, o que se repetiria em outros anos.

A vaidade também contribuiu para seu isolamento. Manet recusou vários convites para participar de exposições coletivas dos impressionistas, o que dificultou que fosse valorizado na época.

Agora sua obra atrai tanta gente que a Royal Academy recomenda reservar o ingresso de 15 libras (cerca de R$ 50) via internet, com horário marcado. Pelo dobro do preço, é possível ver os quadros domingo à noite, com o museu menos cheio. A mostra fica em cartaz até 14 de abril.





20 de fevereiro de 2013

Francis Bacon em leilão na Sotheby's


Three Studies for a Self-Portrait (três estudos para um auto-retrato), Francis Bacon.

Colecionador alemão arremata tríptico do pintor Francis Bacon por R$ 43 milhões.

Um tríptico do pintor anglo-irlandês Francis Bacon (1909-1992) foi vendido por 13,8 milhões de libras, cerca de R$ 43 milhões, em um leilão de arte contemporânea da casa Sotheby's realizado em Londres.

O quadro Three Studies for a Self-Portrait, (três estudos para um auto-retrato) foi arrematado pelo colecionador alemão Jürgen Hall, que o emprestará a uma "importante instituição internacional", segundo a casa de leilões.

Pintado em 1980, quando o artista tinha 71 anos, o óleo é um dos 11 trípticos com auto-retratos de Bacon (1909-1992).

Duas obras do alemão Gerhard Richter, "Abstraktes Bild (769-1)", de 1992, e "Wolke" (1976), foram vendidas, respectivamente, por 8,16 milhões de libras (R$ 25,3 milhões) e 7,6 milhões de libras (R$ 23,6 milhões). Richter é detentor do recorde de preço para uma obra de artista vivo. Em outubro, o músico Eric Clapton vendeu uma das telas do alemão por R$ 69 milhões.



Abstraktes Bild (769-1) - Gerhard Richter



Wolke (1976) - Gerhard Richter 

No total, a Sotheby's arrecadou 74,4 milhões de libras (R$ 231 milhões) com o leilão, dedicado à arte contemporânea. Dentre outras obras vendidas, estavam as telas de Jean-Michel Basquiat Untitled (Pecho/Oreja) e Five Fish Species (R$ 21 milhões e R$ 15,5 milhões, respectivamente) além de Lenin, de Andy Warhol, arrematada pelo equivalente a R$ 6,7 milhões.



Untitled (Pecho/Oreja) - Jean-Michel Basquiat



Five Fish Species - Jean-Michel Basquiat



Lenin - Andy Warhol





19 de fevereiro de 2013

Museumsinsel - Ilha dos Museus em Berlim



Ilha dos Museus, em Berlim: Mostra a história mundial exposta em cinco instituições. As artes bizantina, egípcia e artigos pré-históricos fazem parte dos acervos.

Entre o rio Spree e a rua Kupfergraben, a ilha dos museus oferece obras-primas de 6.000 anos de história da humanidade.



Na Ilha dos Museus, no centro de Berlim, os visitantes podem passear por vários séculos da história humana. A longa ilha é considerada o berço da cidade. Foi onde surgiu o primeiro povoamento de Berlim, no início do Século XVIII.

Prédios históricos como a Berliner Dom ou Catedral de Berlim, compõem a área, que atualmente atrai turistas por conta do conjunto de cinco museus que abriga: o Altes Museum (Antigo Museu), o Neues Museum (Novo Museu), a Alte National Galerie (Antiga Galeria Nacional), o Pergamon Museum e o Bode Museum. Estes prédios reúnem importantes coleções arqueológicas e também da arte europeia até o início do Século XX.

O complexo estabelecido foi tombado pela Unesco e ganhou o título de Patrimônio Cultural da Humanidade em 1999.



Berliner Dom ou Catedral de Berlim

A ilha fica muito próxima à rua Unter den Linden, local onde se concentram diversos edifícios e museu interessantes, entre eles:

Prisão de Hohenschönhausen é um passeio bastante frequentado pelos antigo prisioneiros que já habitaram aquela prisão e isso torna a visita bastante interessante, pois você sabe que aquilo que o guia diz é uma história pessoal de alguém que vivenciou aquele momento. A maior parte dos passeios guiados são em alemão, mas também há em inglês.

O Memorial do Holocausto é impressionante pelo fato de ser muito grande bem no centro da cidade. O objetivo é o de ser bem visível para que todos se lembrem da dor que já causaram. O museu está localizado no subsolo das lápides e lá você vai encontrar mais informações sobre o ocorrido.

O Portão de Brandenburgo (Brandenburger Tor) é um dos lugares mais visitados de Berlim. O portão é um marco histórico para a Alemanha, pois apesar de ter sido construído há séculos, durante a divisão de Berlim ele voltou a ter seu sentido original, o de portão entre as partes da cidade. Hoje o portão é um dos símbolos da Alemanha unificada. É o último portão que restou de uma série de entradas da cidade construídas pelos reis da Prússia.


Para conhecer e entender um pouco mais sobre a Ilha dos Museus em Berlim, acesse o site abaixo e faça um passeio virtual.

http://www.berlin-events-tours.com/bet_port/rg_museumsinsel/rundgang_po.htm

Conversa informal

Por ser uma matéria bastante interessante e abrangente (cinco museus) vou apresentá-la em capítulos semanais. Na próxima semana, vamos conhecer o Altes Museum (Antigo Museu) e tudo o que ele tem para nos oferecer.

15 de fevereiro de 2013

Montevidéu, a cidade dos museus e Juan Manuel Blanes



Fachada do Museu Blanes 

Museu Municipal de Belas Artes Juan Manuel Blanes, mais conhecido como Museu Blanes, está situado dentro do parque do Prado. O museu conta com obras dos principais artistas uruguaios e tem um lindo jardim japonês que encanta os visitantes.



Jardim Japonês

O verdadeiro mergulho no Uruguai histórico só é possível com a visita ao casarão no bairro do Prado que reúne os trabalhos de Blanes. Seus quadros mostram o processo de consolidação da nação, o estabelecimento das fronteiras e a definição da identidade "gaucha". Estão aí telas clássicas como El Juramento de los Treinta y Tres e Artigas en la Ciudadela.



El Juramento de los 33 - Orientales - 1877 - Juan Manuel Blanes



Artigas en la Ciudadela por Juan Manuel Blanes

Sobre Juan Manuel Blanes

Juan Manuel Blanes (1830-1901) nasceu em Montevidéu. É o pintor histórico mais conhecido do Rio de la Plata.
Em 1844 fez seu primeiro desenho conhecido, a partir de uma foto da escuna britânica Commodore Purvis na Baía de Montevidéu.

Em Montevidéu, começou a trabalhar como tipógrafo na impressão do jornal A Constituição, nessa mesma época começou com as pinturas a óleo com temas históricos, retratos e alegorias.

Em 1854, Blanes montou uma oficina na Reconquista Street, onde começou a ser conhecido na sociedade uruguaia, pintando retratos comissionados. Pintou a tela  Alegoria Argentina e presenteou o General Urquiza.
 



Alegoría argentina - 1854
Palacio San José. Provincia de Entre Ríos


Em 1860 Blanes pede sua pensão do governo para viajar para a Europa com a finalidade de estudar pintura por cinco anos e em troca ofereceu-se para enviar cópias dos trabalhos para eleger o seu governo e a promessa de fundar uma academia de pintura em seu retorno. O governo aceitou.

Em 1868, o presidente do Uruguai Lorenzo Batlle encomendou a Blanes um retrato oficial de seu antecessor Venâncio Flores, assassinado naquele mesmo ano. Em seguida, pintou o Assassinato de Florencio Varela, em 1870.


La muerte del General Venancio Flores - 1868

Em 1871, pintou Un episodio de la fiebre amarílla en Buenos Aires que foi apresentado na exposição do Teatro Colón. Dois anos mais tarde, sua obra foi selecionada para a Exposição Internacional de Viena. 



Un episodio de la fiebre amarílla en Buenos Aires

Em 1899, viajou para a cidade de Pisa, na esperança de encontrar o paradeiro de seu filho, e lá faleceu na casa de seu amigo Manetti, na Via di Mezzo em 15 de abril de 1901. Seus restos mortais foram posteriormente levados para Montevidéu.

Na próxima semana vamos concluir a matéria Montevidéu, a cidade dos museus, mostrando o museu mais recente, o Espacio de Arte Contemporáneo, aberto em julho de 2010 dentro de um presídio abandonado de 1888.  

www.museoblanes.org.uy/




14 de fevereiro de 2013

Marjane Satrapi terá primeira exposição em Paris

 

 
Quadrinista iraniana Marjane Satrapi terá primeira exposição em Paris
 
A quadrinista iraniana Marjane Satrapi, cuja graphic novel Persépolis foi transformada em um filme indicado ao Oscar, vai expor suas pinturas pela primeira vez em uma mostra individual na Galeria Jérôme de Noirmont, em Paris, em fevereiro.

As pinturas, em sua maioria retratos de mulheres, revelam uma semelhança ao estilo que Satrapi revelou nos quadrinhos, e serão lançadas em conjunto com o filme La Bande des Jotas, uma comédia de ação escrita e dirigida por ela e que estreia na França em 6 de fevereiro.



Quadro apresentado na exposição da quadrinista iraniana Marjane Sartrapi


Sobre a artista

Marjane Satrapi, nome artístico de Marjane Ebihamis (
1969), é uma romancista gráfica, ilustradora e escritora infanto-juvenil. Ficou conhecida como a primeira iraniana a escrever banda desenhada. A versão em desenho animado de sua série de quadrinhos Persépolis foi indicada para o Óscar.


 
Marjane Satrapi cresceu em Teerã, sua família se envolveu com os movimentos comunista e socialista no Irã antes da Revolução Iraniana. Lá frequentou o Lycée Français e presenciou, durante a infância, a crescente repressão das liberdades civis e as consequências da política iraniana na vida cotidiana dos habitantes do país, incluindo a queda do Xá, o regime inicial de Ruhollah Khomeini, e os primeiros anos da Guerra Irã-Iraque.
 
Aos catorze anos, partiu para o exílio na Áustria, e depois retornou ao Irã a fim de estudar belas-artes. Se estabeleceu na França como autora e ilustradora.
 
 
De acordo com sua autobiografia gráfica, Persépolis , ela permaneceu em Viena durante o ensino médio, morando na casa de amigos, em pensionatos e repúblicas estudantis, até finalmente ficar desabrigada e morar nas ruas. Após um ataque quase mortal de pneumonia, em decorrência das graves condições de vida, ela retornou ao Irã, lá casou-se aos 21 anos e divorciou-se cerca de três anos depois.

Estudou
Comunicação Visual e posteriormente obteve o mestrado em Comunicação Visual pela Faculdade de Belas artes
em Teerã, Universidade Islâmica Azad.
 
Satrapi, mudou-se para Estrasburgo, França, e atualmente vive em Paris, onde trabalha como ilustradora e autora de livros infantis.

Satrapi também é responsável pela arte do álbum
Préliminaires do roqueiro Iggy Pop.


 

 
 
 
 
 
 
 
 


13 de fevereiro de 2013

Semana da Arte Moderna 1922




A Semana de Arte Moderna aconteceu no Teatro Municipal de São Paulo, no período de 13 a 17 de fevereiro, no ano de 1922, tendo como objetivo mostrar as novas tendências artísticas que já vigoravam na Europa. Esta nova forma de expressão não foi compreendida pela elite paulista, que era influenciada pelas formas estéticas européias mais conservadoras. O idealizador deste evento artístico e cultural foi o pintor Di Cavalcanti. 
  


Apesar do designativo "semana", o evento ocorreu em três dias. Cada dia da semana trabalhou um aspecto cultural: pintura e escultura, poesia, literatura e música. O evento marcou o início do modernismo no Brasil e tornou-se referência cultural do século XX.

A Semana de Arte Moderna representou uma verdadeira renovação de linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora da ruptura com o passado e até corporal, pois a arte passou então da vanguarda, para o modernismo.

O evento marcou época ao apresentar novas ideias na poesia através da declamação, que antes era só escrita; a música por meio de concertos, que antes só havia cantores sem acompanhamento de orquestras sinfônicas; e a arte plástica exibida em telas, esculturas e maquetes de arquitetura, com desenhos arrojados e modernos. Essas manifestações propunha algo no mínimo curioso e interessante.

Entre os escritores modernistas destacam-se: Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida e Manuel Bandeira. Na pintura, destacou-se Anita Malfatti, Di Cavalcanti, John Graz, Oswald Goeldi, Vicente do Rego, entre outros.

As Amazonas - John Graz

Anita Malfatti, realizou a primeira exposição modernista brasileira em 1917. Suas obras, influenciadas pelo cubismo, expressionismo e futurismo, escandalizaram a sociedade da época. Monteiro Lobato não poupou críticas à pintora, contudo, este episódio serviu como incentivo para a realização da Semana de Arte Moderna.

A Boba - Anita Malfatti

Na ocasião da Semana de Arte Moderna, Tarsila do Amaral, considerada um dos grandes pilares do modernismo brasileiro, encontrava-se em Paris e, por esse motivo, não participou do evento.

Abapuru - Tarsila do Amaral
Embora tenha sido alvo de muitas críticas, a Semana de Arte Moderna só foi adquirir sua real importância ao inserir suas idéias ao longo do tempo. O movimento modernista continuou a expandir-se por divulgações através da Revista Antropofágica e da Revista Klaxon, e também pelos seguintes movimentos: Movimento Pau-Brasil, Grupo da Anta, Verde-Amarelismo e pelo Movimento Antropofágico.


Curiosidades sobre a Semana de Arte Moderna

Conta-se que alguns trabalhos foram atacados com bengaladas e palavrões, entre eles, O Homem Amarelo de Anita Malfatti.

O Homem Amarelo - Anita Malfatti


Durante a leitura do poema Os Sapos, de Manuel Bandeira, o público presente no Teatro Municipal fez coro e atrapalhou a leitura, mostrando desta forma a desaprovação.

No dia 17 de fevereiro, Villa-Lobos fez uma apresentação musical. Entrou no palco calçando num pé um sapato e em outro um chinelo. O público vaiou, pois considerou a atitude futurista e desrespeitosa. Depois, foi esclarecido que Villa-Lobos entrou desta forma, pois estava com um calo no pé.




Depois da Semana de arte Moderna de 1922, não há nenhum grande evento atístico cultural que tenha valorizado tanto a nossa cultura.




11 de fevereiro de 2013

Capela do Morumbi exibe obra de Iran do Espírito Santo




A Capela do Morumbi, espaço do Museu da Cidade de São Paulo, exibe a instalação Recuo, criada especialmente para o local pelo artista Iran do Espírito Santo.

A obra, uma pintura mural, coloca a questão da percepção por meio de tiras feitas com 54 tons de cinza, todas elas compostas sobre um painel construído em madeira e gesso. É um trabalho de continuidade na pesquisa mais recente de Iran do Espírito Santo. Recuo integra um programa que, nos últimos 21 anos, convidou artistas a criarem obras específicas para a Capela do Morumbi, onde já foram exibidos 112 trabalhos.

Serviço:

Onde: Capela do Morumbi - Av. Morumbi, 5.387 - SP.

Quando: Até 26/05/2013

Sobre o artista

Iran do Espirito Santo (1963) nascido em Mococa interior do estado de São Paulo, é um dos mais interessantes artista contemporâneo do Brasil.


Iran é conhecido por seu trabalho sensual minimalista que lida com questões de lugar, material, estrutura, superfície de design e com uma sensibilidade conceitual bastante rigorosa. Seu trabalho empreende uma subversão sutil do minimalismo através da abstração de itens do uso diário. Iran preocupa-se com os atributos táteis dos materiais escolhidos e com os contornos sensuais de simples formas abstratas no espaço. Trabalhando com o aço inoxidável, vidro, cobre, pedra ou pintura em gesso, ele dá às obras sutis toques de ilusionismo, instigando um jogo de profundidade que permanece em todas as suas peças.



Em 2002, Sean Kelly Gallery apresentou a sua primeira exposição, que foi composta por instalações de parede e obras escultóricas. Desde então, ele passou a refletir sobre objetos do cotidiano e a transformação de itens de design industrial em  esculturas minimalistas.


Suas obras foram expostas em museus e galerias de todo o mundo, e foram incluídas nas coleções de muitos museus internacionais, como o Museu de Arte Moderna de Nova York, o Museu de Arte Moderna de San Francisco, e do Museu de Arte Contemporânea em San Diego, além das Bienais de Veneza, São Paulo e Istambul.

Iran do Espírito Santo vive e trabalha em São Paulo
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8 de fevereiro de 2013

O Pavilhão das Culturas Brasileiras apresenta a exposição Design da Periferia


Exposição Design da Periferia reúne carroças estilosas e itens criativos.

 


Carroça estilosa que faz parte da exposição "Design da Periferia"

O Pavilhão das Culturas Brasileiras no parque Ibirapuera (zona sul de São Paulo) abriu a mostra Design da Periferia. Com a curadoria de Adélia Borges, a exposição reúne objetos, fotografias e vídeos e é fruto de pesquisas sobre artefatos com design criativos, produzidos em comunidades de diversas regiões brasileiras. O foco é divulgar a inventividade dos brasileiros.

A mostra com cenografia do arquiteto Marko Brajovic está dividida em quatro módulos. O primeiro é Rua, com empreendimentos que ocupam o espaço urbano, vendedores ambulantes, carroceiros de sucata, anúncios gráficos e modo de expor produtos.



O segundo módulo é a Casa, que destaca as invenções domésticas.
 


O terceiro módulo é o Corpo, que identifica a expressão do vestir e pentear.
 


E o quarto módulo é o Brincadeiras, com engenhosas releituras do tradicional universo infantil.



Depois de realizar exposições sobre as artes popular (2010) e indígena (2011), propulsoras da formação dos respectivos acervos para o Pavilhão das Culturas Brasileiras, a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo agora faz o mapeamento de uma produção que também não surge da erudição, mas da capacidade de invenção do povo brasileiro. A mostra Design da Periferia, é o resultado de pesquisas pelo Brasil por cidades e comunidades que exibem preciosas lições de design.

Segundo a curadora, por trás da precariedade de vida da maioria dos brasileiros encontram-se soluções geniais, manifestações inequívocas de sabedoria criativa, em artefatos feitos pelo povo para uso em seu cotidiano. “O conceito de periferia é sempre relativo, ele depende de um centro, que pode ser geográfico – um país periférico aos que têm mais voz no mundo, ou a parte de uma cidade que está distante do seu centro, por exemplo – ou pode ser metafórico, no sentido de não pertencer ao mainstream. É com esse sentido que estamos trabalhando”, diz ela.

Todas as obras e fotografias apresentadas na exposição integram o acervo do Pavilhão das Culturas Brasileiras. A Secretaria Municipal de Cultura estabeleceu nos últimos quatro anos uma política ativa de aquisições, com rigorosa seleção, visando a constituir um acervo único no país, no campo da arte e do design popular, por considerar que é obrigação do poder público proteger esse patrimônio.

Churrasqueiras feitas de calotas velhas de pneus, postos de trabalho de vendedores ambulantes, móveis e brinquedos elaborados por pessoas simples a partir de materiais e técnicas disponíveis no lugar em que vivem, são alguns dos objetos que estão na exposição. “Em geral são objetos improvisados, muitos feitos com detritos, com um resultado em que a simplicidade resulta de sofisticados raciocínios, mostrando soluções muito engenhosas”, diz a curadora.

Ao lado de peças sem assinaturas, há algumas de designers-artistas, como Getúlio Damado, do bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro; José Maurício dos Santos, de Juazeiro do Norte, Ceará; Fernando Rodrigues, da Ilha do Ferro, município de Pão de Açúcar, Alagoas; José Francisco da Cunha Filho, de Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco; e Espedito Seleiro, de Nova Olinda, Ceará.


Serviço

"Design das Periferias"

Onde: Pavilhão das Culturas Brasileiras - Parque Ibirapuera - R. Pedro Álvares Cabral, s/nº,  São Paulo, SP. Tel: (11) 5083-0199. Estacionamento com acesso pelo Portão 10

Quando: Até 29/07/2013, de terça a domingo das 9h às 17h.

Visitas monitoradas: Para agendamento, educativopcb@prefeitura.sp.gov.br - Tel: (11) 5083-0199

Entrada grátuíta.