Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

20 de setembro de 2012






Grace Kelly atriz e princesa: 30 anos de sua morte.
 
Há 30 anos que a mesma estrada que a imortalizou no cinema em Ladrão de Casaca testemunhou a morte de Grace Kelly, atriz transformada em princesa, máxima expressão da loira de Hitchcock, símbolo vigente de elegância e glamour e matriarca do midiático clã Grimaldi.

Grace Kelly, então Grace de Mônaco, morreu no dia 14 de setembro de 1982 no hospital de Monte Carlo que leva seu nome, um dia após um acidente de automóvel que deu um giro de 180 graus no conto de fadas da atriz que se apaixonou por um príncipe.

Porém, sua história não foi a do patinho feio transformado em cisne. Grace Kelly nasceu bonita e rica na Filadélfia em 1928, filha de um con strutor multimilionário que a matriculou nas melhores escolas do país.

Após estudar Artes Dramáticas em Nova York, sua pose aristocrática e sua beleza mais que perfeita não demoraram a chamar a atenção de Hollywood, onde a esperavam papéis de loira cândida em Matar ou Morrer, ao lado de Gary Cooper, e Mogambo, no qual a futura princesa contracenou com Clark Gable.

Um especialista em fazer explodir o vulcão que se escondia por trás do gélido, Alfred Hitchcock, encontrou nela a melhor de suas musas, a que estimulou sua imaginação e lhe inspirou alguns de seus melhores diálogos.

Tudo começou com Disque M para Matar. A cena na qual Grace Kelly comete um assassinato em defesa própria com uma tesoura de escritório ficou na retina de várias gerações de espectadores.

Depois chegaria Janela Indiscreta, sublimação do espírito voyeurista de Hitchcock, que aproveitava a intriga para ironizar as relações de casal entre a belíssima mulher que era Grace Kelly e um James Stewart impedido em sua cadeira de rodas.
 
 

Grace numa nuvem de chiffon, no antológico vestido de Janela Indiscreta

Mas talvez o filme no qual a atriz mais brilhou tenha sido um que é considerado um clássico menor na filmografia do cineasta: Ladrão de Casaca, trama de suspense que, por outro lado, brilhava como comédia de vaudeville.

Com um excelente figurino de Edith Head e um jogo erótico de alta voltagem com Cary Grant aplacado pelos espartilhos da época (era 1955), a aristocrata que Grace interpretou nadava no Mediterrâneo, frequentava bailes de máscaras e conduzia de maneira temerária pelas estradas da Côte D'Azur.
 


Cena de Ladrão de Casaca, do diretor Alfred Hitchcock.

Certa ve z Grace Kelly perguntou. "De quem são esses jardins?", ao roteirista do filme, John Michael Hayes, em um dos intervalos das cenas. "Do príncipe Grimaldi", respondeu ele.

Doze meses depois, quando apresentou em Cannes Amar é Sofrer, a atriz conheceu o príncipe pessoalmente. Grace teve alguns amores, como Gary Cooper, Clark Gable, William Holden, Jean-Pierre Aumont, Ray Milland e David Niven. Mas tudo ficou no passado depois que passou por Mônaco. A carreira meteórica e cheia de sucesso foi interrompida de forma espontânea depois que conheceu o príncipe Rainier. Isso foi em 1955, ao ser convidada pelo governo francês para participar do festival de Cannes.

Rainier de Mônaco tinha 33 anos e ela 28 quando no dia 19 de abril de 1956 protagonizaram o que foi considerado o casamento do século, ao qual compareceram David Niven, Gloria Swanson, Ava Gardner e Conrad Hilton, entre outros famosos da época.

Enquanto Grace dava a Rainier a descendência necessária para manter a independência do principado - com seus filhos Albert, Caroline e Stéphanie, também atraía os negócios, enchia seus cassinos e suas praias.

Grace Kelly criou o baile anual da Cruz Vermelha, evento imperdível para as classes altas europeias que uniu-se ao tradicional Baile da Rosa, que tinha sido criado em 1954 mas também recebeu uma injeção de glamour depois que ela entrou para a família Grimaldi.

Porém, quando tentou voltar ao cinema com Hitchcock em Marnie recebeu a negativa do palácio por uma questão de image m, pois não lhes pareceu o mais adequado ver sua princesa interpretando uma cleptomaníaca.

Seu glamour ficou reduzido às revistas de estilo e moda, como musa de marcas como Givenchy - que desenhou seu figurino para seu encontro com a família Kennedy em 1961 - ou como portadora da "Kelly", bolsa da Hermès que recebeu seu nome. E a sua vida restrita a um papel vitalício, o de grande anfitriã e perfeita consorte, de mãe elegante e impecável banhista do litoral de Mônaco.



Grace fazendo a famosa bolsa Kelly de escudo, elegância suprema.
 
Apesar da vida de princesa em Mônaco, biógrafos e amigos relatam que a atriz não era muito feliz longe de casa e sentia falta da vida nos Estados Unidos. Ciumento, Rainier determinou que os filmes da mulher fossem banidos do principado.

Foi assim até a morte da princesa, em 14 de setembro de 1982. Sua filha Stéphanie, então com 17 anos, que a acompanhava, foi acusada de ter conduzido o veículo e causado o acidente após uma discussão com sua mãe. Mas comprovou-se que não foi verdade.

Grace Kelly, atriz, princesa, mito, morreu há exatos 30 anos, em acidente de carro, depois de sofrer derrame cerebral, em Monte Carlo, onde vivia. Deixou marido, o Príncipe Rainier, e três filhos: Caroline, Albert (hoje príncipe de Mônaco) e Stefanie. Tinha apenas 52 anos.
 


Escultural no longo de cetim que repetiu em três ocasiões (à esq.), falsamente virginal entre as madrinhas no casamento com o príncipe de Mônaco e outonal, no palácio, vestindo Dior (à dir.): ícone de estilo.

 
 
 
 
 

Um comentário:

  1. Aline...adorei...que mulher maravilhosa e que classe...você faz parte desse pequeno círculo de mulheres incríveis!Parabéns pelo blog e, principalmente, pelo conteúdo. Um beijão. Tersia

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