Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

30 de agosto de 2013

Reciclagem de madeira e as artes plásticas



Processo de reciclagem

Reciclar a madeira e transformá-la em outro material não uma tarefa muito fácil. O primeiro passo é depois de recolhidas, as madeiras seguem de maneira direta às serralherias e na sequência, para indústrias responsáveis por aplicar o processo de industrialização no sentido de transformar os resíduos em outros produtos que podem ser comercializados ao mercado com menor prejuízo ao meio ambiente.

Interessante notar que a reciclagem de madeira aproveita de maneira principal a madeira que existe nas construções. O reuso da madeira deve ter processos para separar e triturar os materiais no sentido da retirada das impurezas e dos metais, tais como pregos ou fitas metálicas, etc....

Depois que a madeira é triturara acaba por ser enviada para a fabricação de placas aglomeradas que são utilizadas por indústrias de móveis, fabricantes das caixas, embalagens e muitos outros itens. Pode também ser encaminhada ao aquecimento em fornos e caldeiras, para a fabricação de papéis e celulose.
 
Madeiras recicladas podem ser usadas de múltiplas formas. Lascas de madeiras adicionadas com serragem moídas podem ser usadas para fertilizantes a certos tipos de espécies.
 
Outro tipo de reciclagem pode ser feita para uso doméstico na fabricação de caixas, ou mesmo restauração feita por profissionais especializados que podem tornar a peça valiosa nos aspectos sentimentais e mercadológicos, sem contar o fato de estender o prazo de validade de vida útil.
 

 
A madeira reciclada nas artes plásticas.
 
Existem muitos artistas, brasileiros e estrangeiros, que fazem excelente uso de lixo, transformando objetos descartados em obras de arte expressivas.

O mais interessante é que a maioria apropria-se da condição de “lixo” desses materiais – seja como memória do que foram um dia, ou pelo próprio fato de serem descartados, e, portanto, libertados de sua condição anterior. 
Conheçam alguns artistas que reutilizam e reciclam materiais, fazendo obras de arte impressionantes.
 
Haroshi

O artista japonês Haroshi empilha antigos skates para criar esculturas tridimensionais impressionantes, nas quais é possível notar as camadas coloridas sobressaindo-se. Ás vezes, ele altera a forma que empilha as pranchas, criando novos padrões coloridos.
 

 
Jaime Prades
  
O artista brasileiro faz um lindo trabalho, "Natureza Humana". A partir de pedaços de madeira recolhidos nas ruas, evocam a memória e o renascimento. A árvore, que virou móvel, que virou lixo , que virou árvore.
 
 


Paul Villinski

Paul Villinski, de Nova York, usa materiais descartados para criar figuras que evocam a liberdade. Com pares de luvas usados, cria belas asas, e com o que sobra das latinhas de cerveja, faz borboletas - segundo ele, a transformação do lixo em arte é uma forma própria de meditação.
 

 
Vik Muniz
 
Não podemos esquecer do famoso Vik Muniz, é um artista plástico brasileiro radicado em Nova York, que faz experimentos com novas mídias e materiais.

Uma de suas esculturas mais curiosas foi feita com geléia e manteiga de amendoim, retratando uma obra muito conhecida de Leonardo da Vinci, Mona Lisa.
 


Conversa informal
 
Como artista plástica e cidadã, preocupada com o meio ambiente e com os danos que causamos ao do nosso planeta, procuro dar a minha contribuição e exemplo através da minha arte. Pintei uma série e quadros todos em portas de velhos armários de cozinha que resgatei em uma reforma.
 
Posso garantir que foi um trabalho prazeroso, gratificante e muito elogiado pela minha atitude e por sua beleza.
 
A série chama-se "Natureza Viva"
 
 
Tela 1 - Porta de armário de madeira, casca de árvore e tecido.




Tela 2 - Porta de armário de madeira e tecido.
 
 
 
Tela 3 - Porta de armário de madeira , casca de árvore e tecido.
 
 
 
Tela 4 - Porta de armário de madeira, papel de seda e barbante.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

 
 



 

 

 
 



 



28 de agosto de 2013

Beatriz Milhazes lança livro e expõe nos EUA


Beatriz Milhazes será tema de livro e ganha mostras nos EUA

Tarefa nada fácil foi reunir as obras de Beatriz Milhazes que estão no Paço Imperial.
 
Há telas no mundo inteiro, como no Guggenheim, em Nova York, ou no Malba, em Buenos Aires, e em casas de colecionadores pelo mundo.

Um livro que sai no ano que vem pela badalada editora alemã Taschen terá a mesma premissa - ilustrar num único e luxuoso volume toda a produção da artista. O livro turbina o seu momento de consagração lá fora.

Milhazes não é novata no circuito internacional, e já teve mostras de peso na Suíça, França, Portugal e Japão.

No ano que vem, a lista deve engrossar com uma grande exposição na nova ala do Pérez Art Museum, em Miami, desenhada pela dupla suíça Herzog & De Meuron. Será o primeiro passo para uma série de retrospectivas nos EUA.

Em novembro, sua mostra do Paço Imperial irá para o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, e ela abrirá em São Paulo uma individual com novas obras na Fortes Vilaça.

Um sinal do que vem por aí é a pintura mais recente que está no Paço, "Chiclete com Banana", em que a artista incorpora ilusões de ótica e o repertório do movimento cinético à tela. 
 
 
Tudo isso ficará registrado em filme no ano que vem, quando será lançado um documentário sobre a artista. 

Saiba um pouco mais da artista e de seu trabalho.


 
 
 
 

27 de agosto de 2013

Yoko Ono publica novo livro de arte conceitual

 
Yoko Ono publica novo livro de arte conceitual

Quase 50 anos depois de escrever o livro de arte conceitual Grapefruit, a escritora, artista e ativista pela paz Yoko Ono publicou uma continuação que espera inspirar as pessoas a pensar e ler.
 
 
Acorn, um livro com cem poemas educativos e desenhos, lançado em 15 de julho, retrocede no tempo, segundo a viúva de John Lennon (1940-1980), porque escreveu a obra originalmente para a internet na década de 1990.

Cada dia, durante cem dias, ela comunicou uma ideia diferente a seus leitores para que explorassem. Agora, compilou tudo em um livro.

 
 Yoko Ono 

"Gosto da ideia porque muita gente deixou de ler livros. Apenas usam o computador", disse Ono, que fez 80 anos neste ano.

"Faço essa retrospectiva porque realmente acho que ler um livro é uma experiência totalmente diferente do que simplesmente acessar a Internet; a forma em que te chega a informação, a comunicação."
 
Como em Grapefruit, publicado em 1964, o novo livro de Ono é dividido em seções e cada ensinamento é descrito como poesia em ação.
 
 
 
 



26 de agosto de 2013

Maior exposição do mundo no Reino Unido.


"Ophelia", de John Everett Millais (1851-52)

'Maior exposição do mundo' reproduz obras de arte em 22 mil painéis no Reino Unido
 
Duas áreas nas quais a Inglaterra se destacou muito nas últimas décadas foram a publicidade e as artes plásticas. Não seria demais acrescentar uma terceira: publicidade das artes plásticas.
 
Durante duas semanas, todos estes universos se combinaram à perfeição. Todo o Reino Unido, mostrou "Art Everywhere", mostra que pode gabar-se, sem riscos de ter sido "a maior exposição do mundo".
 
A exposição "Art Everywhere" (Arte em Todos os Lugares) esteve em cartaz simultaneamente em mais de 22 mil lugares. Apenas 57 obras de arte foram expostas: de Falmouth, no sul da Inglaterra, a Thurso, no norte da Escócia.
 
O milagre da multiplicação das obras foi simples: foram apenas reproduções, exibidas em espaços como outdoors, pontos de ônibus, displays eletrônicos e cartazes de todos os tipos e tamanhos.
 
A seleção dos trabalhos reproduzidos (também em 2.000 ônibus e em mil táxis de Londres) foi escolhida pelo próprio público, pela internet.
 
Em junho, uma lista de cem obras feitas por britânicos ou realizadas no Reino Unido (e todas elas parte de coleções públicas do país), foram apresentadas no site arteverywhere.org.uk.
 
A relação foi elaborada por um comitê de críticos, historiadores e pelo idealizador do projeto, o empresário Richard Reed, co-fundador de uma marca de bebidas chamada Innocent Drinks.
 
A lista original continha desde um vitral que representava a Virgem Maria, feito há 673 anos, até uma pintura com bolinhas coloridas de Damien Hirst.
 
A Virgem ficou de fora da lista final, mas o trabalho do "enfant terrible" da arte contemporânea inglesa foi selecionado pelo público.
 


SENSAÇÃO
 
Hirst não foi o único representante dos chamados "Young British Artists" na mostra. Outros quatro "jovens artistas britânicos" entraram em "Art Everywhere": Gary Hume, Tracey Emin, Sarah Lucas e Chris Ofili.
 


Os cinco estiveram presentes numa das mostras mais barulhentas das últimas décadas, a "Sensation", que reuniu destaques da coleção do publicitário e galerista Charles Saatchi na Royal Academy of Art, em 1997.
 

Tracey Emin 
 
Nenhum dos cinco jovens artistas ficou entre os dez mais votados.
 
O "top tem" teve obras de glórias da arte britânica do século 19, como Joseph Turner, e do século 20, como Francis Bacon e Lucian Freud, e apenas uma artista viva.
 
A obra selecionada de Cornelia Parker, foi uma foto de sua instalação "Dark Cold Matter", de 1991, que reproduz uma barraca de madeira no momento em que foi explodida. A peça foi exibida na Bienal de São Paulo de 1994. 
 


Ao seu lado, estava Sir Peter Blake, que teve dois trabalhos entre os 57 da mostra: uma pintura dos anos 1980 e uma capa de disco que ele ajudou a conceber, a de "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", dos Beatles.
 

 
 
IMPORTÂNCIA
 
Numa entrevista ao jornal londrino "Telegraph", Sir Blake comentou sua surpresa com a pintura mais votada: a tela "The Lady of Shalott" (1888), de John William Waterhouse, inspirada em poema do inglês Alfred Tennyson.
 


Sentado num banquinho e apoiado na bengala, o veterano artista também disse o que achava da tal "maior exposição do mundo": "Não devemos fazer dela algo tão importante. Mas, se um sujeito sai para fazer compras e, no caminho, vê uma bela obra de arte, isso vai somar algo em sua vida".
 






5 de agosto de 2013

Metropolitan de NY recebe doação de obras-primas cubistas



Metropolitan recebe doação de obras-primas cubistas avaliadas em US$ 1 bilhão

Numa das maiores doações da história, o museu Metropolitan em Nova York recebeu 78 obras-primas cubistas da coleção do magnata da indústria cosmética Leonard A. Lauder.

Avaliado em cerca de US$ 1 bilhão (R$ 2 bilhões), o conjunto tem peças chave dos maiores artistas do movimento, entre elas 33 obras de Pablo Picasso, 17 de Georges Braque e 14 de Fernand Léger.


Nosso Futuro está no Ar - Pablo Picasso

Segundo especialistas, essas são algumas das telas mais emblemáticas da vanguarda europeia do início do século 20.

 
Le Fumeur - Fernand Léger

Com a doação, o Metropolitan se equipara a museus que já tinham uma forte presença de obras do período em seus acervos, como o MoMA, também em Nova York, o Hermitage, em São Petersburgo, e o Pompidou, em Paris.
 


As casas nas árvores - Georges Braques

Em uma declaração divulgada após a doação, Lauder, de 80 anos, afirmou que a doação é um presente para "as pessoas que vivem e trabalham em Nova York e aqueles do mundo todo que vêm visitar nossa grande instituição de artes".

O Metropolitan, ou Met, como é conhecido, afirmou que antes da doação, não tinha muitas obras de arte do começo do século 20. Mas, com estes novos quadros, o museu agora está na vanguarda das coleções do mundo todo.


"Há tempos sentíamos falta desta dimensão crítica da história do modernismo. Agora, o cubismo será representado com algumas de suas maiores obras-primas" afirmou o diretor do museu, Thomas Campbell.

Campbell disse ainda que a coleção é "notável por sua qualidade (...) e profundidade".


Quatro décadas

Lauder reuniu este acervo durante quase quatro décadas com o objetivo de contar a história de um movimento que revolucionou a arte moderna e abriu caminho para os trabalhos mais abstratos no século 20.
 


Vive la France - Pablo Picasso

"Escolhi o Met como uma forma de dividir esta coleção pois senti que (o acervo) é essencial para o cubismo - e a arte que surgiu depois disso - ser visto e estudado dentro das coleções de um dos maiores museus enciclopédicos do mundo", afirmou Lauder.

Acredita-se que o valor da coleção alcance cerca de 13% do total da fortuna pessoal do herdeiro, de acordo com a revista Forbes. A revista destaca que a doação de Lauder ao Met "o consagra no panteão dos filantropistas mais generosos de todos os tempos".
 


Composition - Fernand Léger

O editor de artes da BBC Will Gompertz lembra que, como muitos dos maiores museus do mundo, o Met foi fundado graças a doações de grandes filantropistas. Gompertz afirma que talvez a mais famosa doação veio do patrimônio de J. Pierpont Morgan, um dos primeiros presidentes do banco JP Morgan.


Bottle of rum - Georges Braques

"Ele era um colecionador de arte entusiasmado e conhecedor, que adquiria obras de artes baseado (na afirmação de que) 'nenhum preço é alto demais para um objeto de beleza inquestionável e autenticidade conhecida'", afirmou.

"Julgando pela qualidade dos trabalhos cubistas doados por Leonard Lauder, ele colecionava com um espírito parecido. Não é a maior doação, mas é uma das mais significativas", acrescentou.

2 de agosto de 2013

Grupo Santa Helena e Alfredo Volpi



Nascido em Lucca, na Itália, Alfredo Volpi chega ao Brasil em 1897, com apenas 2 anos, e passa a viver com a família no bairro do Cambuci, em São Paulo.

Na infância, estudou na Escola Profissional Masculina do Brás, e trabalhou como marceneiro, entalhador e encadernador.

Aos 16 anos, tornou-se aprendiz de decorador de paredes. Pintou frisos, florões e painéis comuns nos palacetes da época e ao mesmo tempo começou a pintar sobre telas e madeira.

Em 1917, Volpi visitou a exposição de Anita Malfatti, marco do modernismo brasileiro. Porém, mesmo sendo da mesma geração dos modernistas, não participou do movimento modernista dos anos 20. Como imigrante humilde, simples operário, pintor e decorador de paredes, Volpi diferenciava-se da maioria dos modernistas, oriundos da elite paulistana.



Feira do Cambuci - década de 40

Em 1925, expos numa coletiva, no Palácio das Indústrias de São Paulo, retratos e paisagens com composições românticas e características de luz e cor impressionistas. Apesar destas características, seu acesso aos mestres europeus era ainda muito restrito.

Ao contrário da arte de Tarsila, Di Cavalcanti e Portinari, claramente influenciada pelos europeus Léger e Picasso, a arte de Volpi seguiu, desde o início, trajetória independente de movimentos, tendências ou ideologias.

Nos anos 30, Volpi participou de reuniões promovidas pelo pintor Rebolo Gonçalves na sala 231 do Palacete Santa Helena, na Praça da Sé. Onde surgiu o Grupo Santa Helena, formado por pintores que começaram como artesãos, decoradores e operários da arte, e ganharam reconhecimento crítico a partir do final dos anos 30.



Rua de Ouro Preto - 1935

Em 1936, Volpi participou da formação do Sindicato dos Artistas Plásticos de S.P. e, em 1937, integrou a Família Artística Paulista.

De sua produção inicial, destacam-se as chamadas marinhas de Itanhaém. Cidade onde conheceu o pintor Emídio de Souza, artista primitivo de quem adquiriu telas, tornou-se amigo, e que o influenciou no uso das cores, no abandono da perspectiva tradicional e no início do processo de simplificação da realidade em formas geométricas.

Em 1940, enquanto mantinha a atividade de artesão trabalhando para a azulejaria Osirarte, de seu colega italiano Rossi Osir, Volpi avançou a passos lentos para o reconhecimento artístico. Voltando-se para temas populares e religiosos, ganhou o concurso do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.



Vista de Itanhaém, Marinha de Itanhaém - década 40

Em 1942, casou-se com Benedita da Conceição, apelidada Judith, e em 1944 fez a primeira individual, na Galeria Itá, em São Paulo.

A partir de 45, em intenso contato com os artistas italianos Rossi Osir e Ernesto de Fiore, familiarizou-se com a tradição pictórica italiana e evoluiu tecnicamente. Seu desenho ganhou mais importância, e sua pintura, cores mais claras e vibrantes, transparências brancas, amplitude de atmosfera, riqueza temática, liberdade gestual, dinâmica e expressividade.

 

Cidade de Criança, Brinquedo de Armar - década de 50

Em 1950, viajou à Europa com Rossi Osir e Mario Zanini, e pela primeira vez teve acesso ao trabalho de mestres europeus, impressionando-se especialmente com obras pré-renascentistas italianas.



Capela Cristo Operário - Escola Dominicana de Teologia, Alto do Ipiranga - década de 50

Nessa mesma época, surgiu na pintura de Volpi o motivo das bandeirinhas de festas juninas, inserido em fachadas e paisagens. Posteriormente, enquanto sua arte caminhava gradualmente rumo à abstração, as bandeirinhas se destacaram de seu contexto original e tornaram-se sua marca registrada.

Ganhando admiração de artistas e poetas concretistas, em 1956 e 1957, Volpi participou das exposições nacionais de Arte Concreta.



Barca com Bandeirinhas - 1955 - Alfredo Volpi

Em 1958, recebe o Prêmio Guggenheim. Em 1962 e 1966, o de melhor pintor brasileiro pela crítica de arte do Rio de Janeiro.

A partir dos anos 60, a arte de Volpi abandonou as temáticas narrativas e figurativas, e as bandeirinhas foram adotadas como signo componente de imagens abstratas, com ritmo e cores iluminadas. Sua arte chegou à abstração por caminhos próprios, como conseqüência de sua própria evolução.


Fachada - década de 60

Mesmo nascido na Itália, é um dos maiores artistas brasileiros. Sua obra funde cores e formas geométricas, ingênuas e essenciais, ao imaginário popular nacional.



Bandeirinhas - 1970

Volpi morreu em São Paulo, em 1988, aos 92 anos de idade.


Curiosidades

Além de autodidata, Volpi construía as próprias telas, e fazia as próprias tintas.

Os quadros de Volpi são perfumados, porque ele fazia suas tintas usando uma fórmula especialmente elaborada com este objetivo.

Em 1953, durante a II Bienal de São Paulo, Volpi ganhou papel central numa polêmica entre defensores das artes abstrata e figurativa. Na ocasião, a instituição dividiu o prêmio de melhor Pintor Nacional entre Volpi e Di Cavalcanti, oficializando a abertura do meio artístico brasileiro para a arte abstrata, ou de caráter abstrato.

Na época, Volpi já era razoavelmente conhecido, mas não tinha a consagração do pintor carioca, que a alguns anos vinha usando seu prestígio para combater o abstracionismo em artigos, como o transcrito a seguir:

“O que acho vital, porém, é fugir do Abstracionismo. A obra de arte dos abstracionistas, tipo Kandinsky, Klee, Mondrian, Arp, Calder é uma especialização estéril. Esses artistas constroem um mundozinho ampliado, perdido em cada fragmento das coisas reais: são visões monstruosas de resíduos amebianos ou atômicos revelados por microscópios de cérebros doentios”.

Os figurativos acusavam os abstratos de praticarem uma arte alienada de questões sociais, que deveriam ser seu motivo principal, enquanto os abstratos defendiam seu projeto e politizavam o caráter renovador de suas idéias, alimentadas pelas conquistas da Arte Abstrata internacional.

Em depoimento Volpi explicou: "(…) A questão é que sempre pintei as minhas pinturas que 'saem', nunca fui atrás de corrente alguma. Os concretistas me convidaram, fui expor com eles… mas nunca pensei em seguir alguém ou qualquer corrente… (…) Sempre pintei o que senti, a minha pintura aos poucos foi se transformando, começa com a natureza, depois aos poucos vai saindo fora, às vezes, continua, eu nunca penso no que estou fazendo. Penso só no problema da linha, da forma, da cor. Nada mais… Meus quadros têm uma construção, o problema é só de pintura, não representam nada. Isso vem aos poucos, é uma coisa lenta, é um problema, toda a vida foi assim".


1 de agosto de 2013

"Felicidade" Fernando Pessoa


Flores de Connecticut  I - Aline Hannun


Flores de Connecticut  I I - Aline Hannun
 
Felicidade
 
Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!

Fernando Pessoa