Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

9 de agosto de 2012






Tate Modern revela Munch em diferentes épocas


É inevitável: ao visitar a exposição "Edvard Munch: The Modern Eye", em cartaz na Tate Modern, em Londres, sala após sala, os olhos percorrem as paredes em busca de sua icônica pintura "O Grito" - um dos quadros mais caros da história da arte - vendido neste ano por US$ 120 milhões, o máximo valor alcançado por uma pintura em leilão.

Mas, a não ser por uma reprodução em pôster, à venda na loja do museu, "O Grito" não está entre as mais de 60 peças de Edvard Munch (1863-1944) reunidas no último andar do prédio.

Na mostra, no entanto, sobram trabalhos surpreendentes que revelam diversas fases e interesses do artista norueguês.

Há quadros que exemplificam a maneira como ele revisitava suas pinturas em diferentes épocas, Exemplo disso são as
duas versões feitas para "Vampira" da qual aparecem, frente a frente, duas das dez versões feitas.

 
 

Vampira, Edvard Munch de 1893, o cabelo da mulher envolve um homem num ambiente lúgubre.




Vampira, Edvard Munch de 1916, os personagens estão num cenário tropical, cercado por árvores, em fundo claros.

A intenção dos curadores, Angela Lampe e Clément Chéroux, foi divulgar a relevância de Munch para o século 20. No catálogo da exibição, eles destacam que é comum o artista ser apresentado como um simbolista ou pré-expressionista do século 19.
Por isso, Lampe e Chéroux escolheram principalmente obras feitas a partir de 1900, que demonstram as experimentações de Munch com fotografia e vídeo, seu interesse pelo teatro e a maneira como os registros fotográficos influenciaram suas pinturas.
The Modern Eye - nome dado à exposição - refere-se a um problema ocular que Munch teve em 1930, e o levou a pintar como estava enxergando, ou seja, reproduzindo efeitos provocados por sua degeneração visual.
A exibição passou pelo Centro Pompidou, em 2011, onde foi vista por cerca de 500 mil pessoas, maior número de visitantes da história do museu parisiense.

EDVARD MUNCH: THE MODERN EYE
Quando: Até 14/10
Onde: Tate Modern www.tate.org.uk/
 



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