Livro e exposição reúnem gravuras de Gilvan Samico
Samico, 84, apresenta gravuras recentes na galeria Estação, em São Paulo.
Sua obra mescla enredos de mitos e lendas a alegorias que "vêm de dentro", amortecendo a estridência tropical de sua Olinda natal em composições fechadas, ícones em estruturas talhadas com minúcia na madeira.
Gilvan Samico conta. "Minha gravura, quando tinha uma ligação com a literatura de cordel, era muito aberta, solar. Depois foi perdendo essa qualidade. Hoje não é mais solar nem noturna, é tardia, uma coisa de clima ameno."
"A Conquista do Fogo e do Grão", de Samico
"O diálogo" - SAMICO. "Chatham" USA 2006
Agreste ou rude são palavras que podem mesmo descrever a natureza desses desenhos esculpidos, traços parcos e precisos, sublinhados por lampejos de cor.
Samico explica. "Comecei a tentar conter a imagem toda dentro do espaço, que ela ficasse toda ali. Então a fusão da minha produção branca com outra mais negra levou a esse resultado que sigo."
Samico trilhou uma rota mais primitiva, de figuras humanas delicadas envoltas em turbilhões de frisos, padrões e estampas ricas e complexas.
Num livro lançado agora, que revê toda a obra de Samico, Ariano Suassuna escreve sobre seu "tino para distinguir as vozes legítimas de sua família espiritual" e sobre como abre "veredas no terreno áspero e tirano da beleza".
Vale conferir!
Gilvan Samico
Quando: de seg. a sex., das 11h às 19h; sáb., 11h às 15h.
Até 31/8
Onde: Galeria Estação (r. Ferreira de Araújo, 625, Pinheiros, tel. 0/xx/11/3813-7253)
Grátis
Mais informações.
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