Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

26 de julho de 2012




Irmãos Campana fundem barroco e rococó em exposição em Paris  


Na "terra do luxo", os irmãos designers Fernando e Humberto Campana vão tentar reinventar a noção de chique juntando o barroco mineiro ao rococó francês. 


Essa fusão que cria móveis palacianos a partir de jacarés de plástico, fragmentos de bonecos e até escovas de dentes fundidos em bronze e depois pintados de ouro é o mote da coleção que a dupla mostra numa individual marcada para setembro no Les Arts Décoratifs, em Paris.
"Quero criar esse cruzamento entre os movimentos, tentando entender o que seria o barroco hoje", diz Humberto Campana. "Fui refazendo e fundindo novas peças para agregar esses ornamentos, ter o passado e o presente num diálogo."
Não é a primeira vez que os Campana, designers que vendem sua obra como símbolo máximo de brasilidade, visitam o barroco mineiro como referência, mas o período agora é revisto à luz dos frisos, excessos e ornamentos do rococó que decoraram palácios da monarquia francesa. 
Isso porque o comitê Colbert, um conglomerado francês que reúne 75 marcas, entre elas Louis Vuitton, Hermès e Chanel, está premiando os Campana por seguirem no Brasil aquilo que ele entende por luxo. 





Objetos desenhados pelos irmãos Fernando e Umberto Campana, que farão individual em Paris



"Fernando e Humberto são exemplos da cultura brasileira em que podemos reconhecer nossos ideais", diz Elisabeth Ponsolles des Portes, diretora do grupo. "Eles usam o artesanato tradicional e a carpintaria para criar modernidade e um discurso poético em torno desses objetos." 
Mas os Campana reconhecem que essa poesia, quando transformada em objetos, nem sempre agrada, sentindo que muitos ainda "duvidam" de sua obra no país. 

Enquanto isso, Veuve Clicquot, Lacoste e outras já firmaram parcerias com os irmãos para abocanhar essa brasilidade para exportação. E a Paris do rococó se rende ao neobarroco dos Campana.

Mais informações.

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