Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

16 de julho de 2012

Literatura

 Vamos falar um pouco sobre a importância da Literatura na Artes Plásticas e sobre um dos personagens mais importante do modernismo brasileiro. 



Mário de Andrade - 1893 - 1945


Escritor, musicólogo, poeta, romancista, historiador, crítico de arte e fotógrafo brasileiro. Um dos fundadores do modernismo brasileiro. Criou a poesia moderna brasileira com a publicação de seu livro Paulicéia Desvairada em 1922. Andrade foi a figura central do movimento de vanguarda de São Paulo por vinte anos.




Mario de Andrade, autor de Macunaíma, retratado por Lasar Segall.



Polêmico.

Junto com Oswald de Andrade e outros intelectuais, Mário ajudou a preparar a Semana de Arte Moderna de 1922. No segundo dia de espetáculos, durante o intervalo, em pé na escadaria do Teatro Municipal, leu algumas páginas de seu livro de ensaios "A Escrava Que Não É Isaura". O público, despreparado para a ousadia, reagiu com vaias.

"Amar, Verbo Intransitivo" (1927), o primeiro romance, desmascara a estrutura familiar paulistana. A história gira em torno de um rico industrial que contrata uma governanta para ensinar alemão aos filhos. Na verdade, tudo não passa de fachada para a iniciação sexual do filho mais velho.

Em "Clã do Jabuti" (também de 1927), Mário mostra a importância que dá à pesquisa do folclore brasileiro, tendência que atingirá seu ponto alto no romance "Macunaíma" (1928), no qual recria mitos e lendas indígenas para traçar um painel do processo civilizatório brasileiro.



Música.

Na musicologia, seu "Ensaio Sobre a Música Brasileira" (1928) influenciou nossos maiores compositores contemporâneos, como Heitor Villa Lobos, Francisco Mignone, Lorenzo Fernández, Camargo Guarnieri.



Artes Plásticas.

Sua relação com pintores modernistas é estreita, por vezes íntima. Pode-se dizer que ele é o maior responsável pela divulgação da produção artística do modernismo. Sua avaliação do movimento modernista, nas décadas de 1920 e 1930, é entusiasmada e, até exagerada, explicada, em parte, pelo objetivo de promover um movimento renovador das artes, de reforçar sua campanha em prol de uma arte nacional e moderna, bem como pela amizade, intimidade e admiração que nutria pelos artistas.




Mário de Andrade por Tarsila do Amaral


De todos os artistas brasileiros a respeito dos quais escreve, Candido Portinari (1903 - 1962) é sem dúvida o mais decisivo para o pensamento e sua atuação como crítico de arte.

Os modernistas protagonistas desse processo foram Anita Malfati (1889 - 1964), Victor Brecheret(1894 - 1955), entre outro.






Mário de Andrade era um grande colecionador, de pinturas, esculturas, gravuras, mas também de obras de arte popular, objetos de culto católico ou de rituais afro-brasileiros, artefatos indígenas. De sua coleção de artes visuais - hoje no Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo - IEB/USP, fazem parte, entre outras obras, vários retratos presenteados por nomes importantes do modernismo, como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Segall e Portinari.

Mário de Andrade morreu aos 51 anos. Sua obra poética foi reunida e publicada postumamente em "Poesias Completas".

Mais sobre Mário de Andrade.





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