Natureza Morta - Humberto Rosa
Humberto Rosa - pintor e desenhista brasileiro - nasceu em Santa Cruz das Posses (1908 - 1948).
Participou do Grupo Santa Helena e da Família Artística Paulista. Foi um dos integrantes menos conhecidos destes dois movimentos. No entanto, suas obras, especialmente as paisagens, registram a origem interiorana e a vida na São Paulo em expansão, relacionando estas duas experiências. Um olhar retrospectivo da obra do artista estabelece um panorama da realidade paulista na década de 30 e 40, unindo com sutileza a tradição do Estado com as novas problemáticas surgidas com a industrialização.
Oriundo de família italiana, começou a trabalhar cedo, em Santa Cruz das Posses, ajudando o pai em seu armazém. Sua primeira pintura de visibilidade ocorreu na juventude, ainda como autodidata, quando decorou a sacristia da Igreja da Sagrada Família, em sua cidade natal.
Em 1927, passou a residir em São Paulo, ingressando na Escola de Belas Artes, onde permaneceu até 1932. Na capital, conheceu Rebolo Gonsales, que o levou a freqüentar os ateliês do Palacete Santa Helena. Ao contrário de alguns integrantes do grupo, não exerceu atividades ligadas ao meio operário, se sustentando com o salário de professor de desenho, profissão que exerceu até o final da vida.
São Luiz de Paraitinga - 1939
Certa vez Mário de Andrade, referindo-se as obras de Rosa, citou a frase de Sérgio Milliet sobre o Santa Helena: "Mesmo pintando Itanhaém ou uma natureza-morta, estes artistas tudo enxergam através da miragem de subúrbio paulistano". Retratando paisagens interioranas, especialmente de regiões do Vale do Paraíba, figuras humanas ou naturezas mortas, com clara influência de Cézanne, mostra afinidades com os artistas da época e um lado primitivista peculiar.
Natureza Morta -
Humberto Rosa participou da mostra da Família Artística Paulista, nas edições de 1937 e de 1940, do Salão de Belas Artes de São Paulo, em 1940, e do Salão de Belas Artes do Rio Grande do Sul, no mesmo ano. Apesar da presença neste eventos importantes, sua obra é pouco conhecida.
Com a saúde fragilizada e a morte precoce, acabou não produzindo tanto como os outros santelenistas. Também não realizou a mostra individual que planejava no ano de 1946. Postumamente, suas obras acabaram se perdendo e se dispersando, de forma que seus trabalhos se tornaram artigos raros e preciosos para a compreensão dos movimentos artísticos das décadas de 30 e 40.
Paisagem - 1942
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