Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

4 de abril de 2013

Galeria White Cube destaca nova pintura abstrata




Mostra na White Cube destaca nova pintura abstrata

Segunda mostra da filial paulistana da White Cube, O Gesto e o Signo faz um compêndio da pintura abstrata atual, reunindo nomes como os norte-americanos Mark Bradford e Julie Mehretu, o britânico Damien Hirst e o brasileiro Daniel Senise.

Bradford, numa grande série de pinturas-colagem que ocupa uma parede inteira do galpão da galeria na Vila Mariana, usa fragmentos de outdoors e lambe-lambes para criar o que a curadora britânica Susan May chama de arqueologia da imagem.

"Ele consegue juntar o social com o abstrato nesses trabalhos, já que a origem desses fragmentos são anúncios da periferia de Los Angeles", diz May. "É a publicidade reduzida a grossas camadas de resquícios de imagem."
 
 


Mark Bradford
 
Uma das pintoras mais fortes da cena americana atual, Julie Mehretu, que esteve na última Documenta, em Kassel, na Alemanha, tem na mostra uma pintura que também segue preceitos arqueológicos, a meio caminho entre o figurativo e a abstração.

São estruturas arquitetônicas e detalhes anatômicos submersos num volume estonteante de formas geométricas, tarjas e campos cromáticos.
 
 
Julie Mehretu
 
Na linha mais minimalista, Jacob Kassay, jovem artista que ficou conhecido por sua série de pinturas-espelho, em que uma mancha prateada domina quase toda a tela, está na mostra com um pequeno quadro. Seus tons de prata são resultado de um processo químico em que tinta branca é queimada e se revela, tal qual um negativo fotográfico, virando uma superfície homogênea e reflexiva.
 
 

Jacob Kassay
 
Daniel Senise, único brasileiro na mostra, também revisita os monocromos de minimalistas como Robert Ryman em duas obras. Ele pintou retângulos brancos em tampos de mesa marcados por anos de uso que estavam em seu ateliê.
 
 
Daniel Senise
 
No campo da mostra dedicado à gestualidade, Damien Hirst domina com sua famosa série de "Spin Paintings", em que joga tinta sobre a tela e espalha as cores girando o quadro em alta velocidade, criando um turbilhão de cores.
 
 
Damien Hirst
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 


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