Um museu para cada grande artista uruguaio
Poucas cidades latino-americanas homenageiam de forma tão intensa os seus artistas e os estrangeiros que por lá passaram como Montevidéu.
Os museus dedicados a Pedro Figari (1861-1938), Torres-García (1874-1949), José Gurvich (1927-74) e Juan Manuel Blanes (1830-1901) contam, cada um sob sua perspectiva, a história da cidade e do país.
Sobre Pedro Figari
Pedro Figari Solari nasceu em Montevidéu (1861-1938) pintor, advogado, político, escritor e jornalista uruguaio. Uma das principais figuras da pintura americana, caracterizada por seu estilo único e vontade americana.
Nas telas de Figari, a influência da arte acadêmica italiana se mistura aos elementos de arte naïf para retratar cenas do cotidiano local, como danças de candombe* e festas populares com grande presença negra.
*Candombe - Sm (quimbundo kandombe)1. Rede de pescar camarões, manejada ordinariamente por um só homem. Var: candobe. 2. Folc Dança frenética de negros, semelhante ao frevo, que não deve ser confundida com o candomblé, pois é profana, das ruas e praças públicas e acompanha os bailados dos congados, vindo atrás do séquito do rei do Congo, ao passo que o cando mblé é dança religiosa, de terreiro, praticada diante do altar.
Preparando Candombe
Candombe - 1921
Pintor de sua terra
Foi só depois de 1918, após o fracasso na área da educação e separado de sua esposa, que Figari decidiu dedicar-se à pintura. Estava com quase 60 anos e logo fortaleceu sua vocação artística. Em 1921, mudou-se com seus filhos para Buenos Aires dedicando-se exclusivamente à pintura.
Encontrou em Buenos Aires o ambiente e incentivo certo para desenvolver seus temas. Juntou-se ao círculo de intelectuais que trabalhavam na revista Martín Fierro de Buenos Aires, que lhe deram apoio incondicional.
Tornou-se amigo de personalidades como Jorge Luis Borges, Oliverio Girondo Raul Monsegur, Manuel e Ricardo Güiraldes. No mesmo ano realizou a sua primeira exposição na Galerie Müller com seu filho Juan Carlos Figari Castro.
Em 1925 mudou-se para Paris, expôs na Galeria Druet e logo consagrou-se como um dos pintores mais importantes do Rio de la Plata. Em Paris, visitou os mais famosos artistas e intelectuais da época, como os escritores Jules Supervielle, Paul Valéry, e os pintores Pablo Picasso, Joaquin Torres Garcia e Fernand Léger.
Figari pintou cenas que recriam o passado histórico e social, buscando resgatar a memória da pátria e para reforçar a identidade regional e americana. Seus desenhos foram preenchidos com preto candomberos, pericones, cielitos, gaúchos, pampas, umbuzeiros, pátios coloniais, dança de salão, funerais, touradas e jogadores de bocha.
Com sua pincelada resolvida, vibrante e com muita intuição, pegou algumas pinceladas do Impressionismo transformando-as em um estilo pessoal e único, que não reconhece outras influências.
O Pátio Unitário
Candombe 1
Conversa informal
A matéria Montevidéu a cidade dos museus, é bastante extensa e interessante. Para podermos conhecer um pouco mais sobre os museus e seus artistas, vou postá-la em capítulos abordando um assunto por semana sempre às quartas-feiras.
No próximo capítulo vamos mostrar Torres García e seu museu. Teremos muito o que falar.
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