Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

30 de janeiro de 2013

Montevidéu a cidade dos museus e Joaquín Torres García



 
O Museu Torres García localizado na Cidade Velha, em Montevidéu, Uruguai.

Foi nomeado em homenagem ao famoso pintor uruguaio Joaquín Torres García e fundado em 1949, logo após a sua morte.

 
O museu apresenta uma extensa obra do artista que ocupa dois dos andares do prédio, os quadros que ele pintou representando pessoas famosas como Velasquez, Bach, Mozart, Cristóvão Colombo entre outros, surpreendem os visitantes que na maioria das vezes assossiam o seu nome a uma imagem mais contrustivista.

Torres García foi um dos mais importantes expoentes do Movimento de Vanguarda do século XX. Fundou A Escola do Sul, que tornou-se importante no cenário sul-americano e mundial.

Serviço:

Museu Torres García

Onde: Peatonal Sarandí, 683 - Montevideo, Uruguai - Telefone (598) 2916 2663 - (598) 2915 6544

Quando: De segunda a sexta das 10h às 19h. Sábado das 10h às 18h. Fechado aos domingos.
 

Sobre o artista
 
Joaquín Torres García (1874-1949) é considerado o pintor Uruguaio mais importante do século XX, ele pertenceu à corrente construtivista e ao longo de sua vida teve a possibilidade de expor suas obras nos palcos mais importantes do mundo. A maior parte delas se encontra no museu que leva seu nome, localizado na rua de pedestres mais badalada de Montevidéu, a Peatonal Sarandí.

Muitas são as palavras que descrevem suas diferentes obras. As cores vivas como o vermelho, azul, amarelo, branco e preto. Círculos, quadrados, triângulos e peixes, todos eles delineados nas bordas com a cor preta. A Magnífica América do Sul invertida, por exemplo, nos mostra como são simples e extraordinárias as suas obras.



América do Sul invertida 
 
A partir de 1920, ele viajou para Nova York, Itália e Paris, onde finalmente se estabeleceu em 1928. Em Paris, ele interagiu com os principais expoentes do movimento avant-garde, a criação do grupo e da revista chamada Cercle et Carré, juntamente com Michel Seuphor e outros artistas.


Capa do Álbum de aquarelas de Nova York, 1920

A influência das relações artísticas em Paris permitiu-lhe criar o Universalismo Construtivo, um sistema estético-filosófico que combina símbolos do Património Mundial para organizá-los com base em uma teoria mística de ordem. Uma arte construída sobre os princípios de unidade, proporção e estrutura.
 

Constructivo con campana - 1932
 
Em 1934 ele voltou ao Uruguai para impulsionar a arte pessoal e sem precedentes no continente americano, com base na teoria construtiva.

Em 1942, Torres García criou um lugar de trabalho e ensino coletivo, uma escola de pintura uruguaia e americana com a sua própria identidade. A Escola do Sul, que permanece como um dos movimentos artísticos mais consistentes do século 20.


Constructivo de cinco colores con locomotora azul - 1943
 
"Tenho dito Escola do Sul porque, na realidade, nosso norte é o Sul. Não deve haver norte, para nós, senão por oposição ao nosso Sul. Por isso agora colocamos o mapa ao contrário, e então já temos uma justa ideia de nossa posição, e não como querem no resto do mundo. A ponta da América, desde já, prolongando-se, aponta insistentemente para o Sul, nosso norte.”

Joaquín Torres García morreu em Montevidéu, em 8 de agosto de 1949.

 
Conversa informal

Dando continuidade à matéria Montevidéu a cidade dos museus, na próxima quarta-feira vamos mostrar um pouco do artista lituano José Gurvich e seu museu.

 


 

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