Painel luminoso mostra o trabalho de VJs na avenida Paulista
São Paulo na vanguarda das grandes cidades do mundo que integram arte ao seu tecido urbano.
Fiquem atentos, à tela que está sendo inaugurada hoje na fachada do edifício da Fiesp. Ela não tem nada a ver com os adornos das comemorações de fim de ano em São Paulo.
O que brilha ali --sob o nome de Galeria de Arte Digital Sesi-SP-- é um painel luminoso moldado à face frontal do prédio. Formada por 26.241 "clusters", cada um deles com quatro lâmpadas LED, sua superfície tem área de 3.700 m².
A inauguração da imensa tela digital é com imagens criadas por artistas nacionais e estrangeiros. São, em sua maioria, VJs veteranos já conhecidos entre artistas que se dedicam a pesquisar o uso de tecnologia na arte.
Motoristas e pedestres poderão ver no telão o trabalho do VJ Spetto, artista habituado a projetar vídeos na arquitetura da cidade. Uma de suas últimas apresentações foi na Bienal de São Paulo.
O trabalho que Spetto exibe agora representa "frequências magnéticas e interferências de sinais de antenas da região". São imagens abstratas criadas em estúdio pelo próprio artista.
No time de VJs estrangeiros escalados pelas curadoras Marília Pasculli, de São Paulo, e Susa Pop, da Alemanha, estão Esteban Gutierrez, da Colômbia, Antoine Schmitt, da França, e a dupla Mar Carnet & Varvara Guljajeva, o primeiro da Espanha e o outro da Estônia.
Destaques para obra de Schmitt com o título de Luz do Sono da Cidade, o projeto utiliza um software para traduzir, em imagens, estatísticas sobre a vida na cidade.
O software, criado pelo próprio artista, coleta códigos que se referem, por exemplo, ao fluxo de automóveis nas ruas da capital ou ao volume de transações bancárias. No fim do dia, após a consolidação dos dados, esses códigos são convertidos em pulsações de luz branca.
Todos os pontos luminosos piscam juntos, e a intensidade é determinada pela composição das informações colhidas. "Será como observar os batimentos cardíacos da capital a cada noite", diz a curadora Pasculli.
À partir de então, todos os dias de Dezembro, das 20h às 6h, o prédio acenderá. Cada artista terá cinco dias do festival dedicados exclusivamente à transmissão de sua obra, das 20h à 23h. De 23h às 01h, inicia-se a concepção do francês Antoine Schmitt, chamada “City Sleep Light”. Depois a programação é mista e randômica, como será no dia da estreia e de encerramento (31/12).
Um outro software, criado pela dupla Carnet & Guljajeva, faz a conversão de dados relativos ao uso do Facebook e do Twitter em toda a cidade. A variação dos números dita o ritmo de um metrônomo digital.
Paralelamente com a exposição, o SP_Urban Digital Festival desenvolveu um plano pedagógico que realizará oficinas com questões conceituais e estéticas do projeto. “O link entre arquitetura e arte digital”, “experimentações no cenário urbano”, “arquiteturas mutantes”, “interação do cidadão com a cidade” e “a criação de um canal de difusão de arte visual” serão alguns do temas a serem abordados.
Susa Pop: Diretora e fundadora do Public Art Lab e responsável pela criação de renomados festivais de arte de novas mídias na Alemanha.
Palestra: Fachadas multimídia: desafios e potencialidades.
Palestra: Arte nos espaços públicos.
Workshop: Material digital na criação artística.
Centro Cultural FIESP – Ruth Cardoso
Informações e reservas para as palestras e workshop: (11) 3146-7383
Espaço Mezanino – Av. Paulista, 1313 – Metrô Trianon/Masp
Gratuito
Serviço:
Inauguração do SP_Urban Digital Festival – 1a edição
Quando: 03/12/12, às 20h
Onde: Prédio da FIESP/ SESI-SP - Av. Paulista, 1313.
Programação: diariamente das 20h às 06h, até 31/12/12
Quanto: grátis
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