Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

3 de dezembro de 2012

SP Urban Digital Festival transforma o Edifício FIESP-SESI numa galeria virtual a céu aberto

 
Obra de VJ Spetto - Galeria de Arte Digital Sesi - S.P.

Painel luminoso mostra o trabalho de VJs na avenida Paulista


São Paulo na vanguarda das grandes cidades do mundo que integram arte ao seu tecido urbano.

 
Um projeto artístico ancorado em luzes pode ser confundido com a decoração natalina da avenida Paulista.

Fiquem atentos, à tela que está sendo inaugurada hoje na fachada do edifício da Fiesp. Ela não tem nada a ver com os adornos das comemorações de fim de ano em São Paulo.

O que brilha ali --sob o nome de Galeria de Arte Digital Sesi-SP-- é um painel luminoso moldado à face frontal do prédio. Formada por 26.241 "clusters", cada um deles com quatro lâmpadas LED, sua superfície tem área de 3.700 m².

A inauguração da imensa tela digital é com imagens criadas por artistas nacionais e estrangeiros. São, em sua maioria, VJs veteranos já conhecidos entre artistas que se dedicam a pesquisar o uso de tecnologia na arte.


Motoristas e pedestres poderão ver no telão o trabalho do VJ Spetto, artista habituado a projetar vídeos na arquitetura da cidade. Uma de suas últimas apresentações foi na Bienal de São Paulo.

O trabalho que Spetto exibe agora representa "frequências magnéticas e interferências de sinais de antenas da região". São imagens abstratas criadas em estúdio pelo próprio artista.

No time de VJs estrangeiros escalados pelas curadoras Marília Pasculli, de São Paulo, e Susa Pop, da Alemanha, estão Esteban Gutierrez, da Colômbia, Antoine Schmitt, da França, e a dupla Mar Carnet & Varvara Guljajeva, o primeiro da Espanha e o outro da Estônia.

Destaques para obra de Schmitt com o título de Luz do Sono da Cidade, o projeto utiliza um software para traduzir, em imagens, estatísticas sobre a vida na cidade.

O software, criado pelo próprio artista, coleta códigos que se referem, por exemplo, ao fluxo de automóveis nas ruas da capital ou ao volume de transações bancárias. No fim do dia, após a consolidação dos dados, esses códigos são convertidos em pulsações de luz branca.

Todos os pontos luminosos piscam juntos, e a intensidade é determinada pela composição das informações colhidas. "Será como observar os batimentos cardíacos da capital a cada noite", diz a curadora Pasculli.

À partir de então, todos os dias de Dezembro, das 20h às 6h, o prédio acenderá. Cada artista terá cinco dias do festival dedicados exclusivamente à transmissão de sua obra, das 20h à 23h. De 23h às 01h, inicia-se a concepção do francês Antoine Schmitt, chamada “City Sleep Light”. Depois a programação é mista e randômica, como será no dia da estreia e de encerramento (31/12).

Um outro software, criado pela dupla Carnet & Guljajeva, faz a conversão de dados relativos ao uso do Facebook e do Twitter em toda a cidade. A variação dos números dita o ritmo de um metrônomo digital.
 
A transformação de um edifício icônico num novo canal de divulgação cultural consegue expandir o conceito de arte, e chama a atenção para as novas tecnologias e formas de expressão. Além de colocar São Paulo no mapa dos eventos e projetos de Media Facade mundiais. Esta tela urbana de enormes proporções é um presente para São Paulo e promete evocar sensações, interações entre as pessoas na Avenida Paulista e gerar diversas interpretações. Qual será a sua?
 
 
SP_URBAN DIGITAL FESTIVAL – Side Events

Paralelamente com a exposição, o SP_Urban Digital Festival desenvolveu um plano pedagógico que realizará oficinas com questões conceituais e estéticas do projeto. “O link entre arquitetura e arte digital”, “experimentações no cenário urbano”, “arquiteturas mutantes”, “interação do cidadão com a cidade” e “a criação de um canal de difusão de arte visual” serão alguns do temas a serem abordados.
 
Algumas das oficinas

Susa Pop: Diretora e fundadora do Public Art Lab e responsável pela criação de renomados festivais de arte de novas mídias na Alemanha.
Palestra: Fachadas multimídia: desafios e potencialidades.
05/12, das 20h às 21h30 – Espaço Mezanino / 50 pessoas.
 
VJ Spetto
Palestra:
Arte nos espaços públicos.
Apresentação de projetos realizados pelo próprio artista no espaço público.
05/12, das 16h às 19h – 06/12 e 07/12, das 18h30 às 21h30 – Espaço Mezanino / 15 pessoas.
 
Esteban Gutierrez
Workshop:
Material digital na criação artística.
Abordagem do uso de tecnologias emergentes na criação de instalações artísticas.
Aula prática: Criação de conteúdo digital a ser transmitido na plataforma.
 
Palestras e Workshops:
Centro Cultural FIESP – Ruth Cardoso
Informações e reservas para as palestras e workshop: (11) 3146-7383
Espaço Mezanino – Av. Paulista, 1313 – Metrô Trianon/Masp
Gratuito

Serviço:

Inauguração do SP_Urban Digital Festival – 1a edição

Quando: 03/12/12, às 20h

Onde: Prédio da FIESP/ SESI-SP - Av. Paulista, 1313.

Programação: diariamente das 20h às 06h, até 31/12/12

Quanto: grátis

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