Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

8 de dezembro de 2012

Exposição de Giorgio Morandi no Brasil




A Fundação Iberê Camargo, com o apoio do Museo Morandi, apresenta a exposição Giorgio Morandi no Brasil. Com curadoria de Alessia Masi e Lorenza Selleri, a exposição traz para o espaço expositivo da Fundação cerca de 40 pinturas e 15 gravuras organizadas cronologicamente. O conjunto permite a aproximação do público com o processo criativo e produtivo do artista italiano, calcado em questões como a forma, a significação dos objetos, o ritmo das pinturas e a influência da luz na representação pictórica – esta ultima a grande guia da obra morandiana. Quatro obras nunca antes apresentadas em solo brasileiro também compõem a seleção, além do documentário "La polvere di Morandi", de Mario Chemello, sobre a vida do artista.

As obras presentes nesta mostra representam a melhor síntese de todo o percurso artístico de Morandi, desde o vigoroso início da metafísica até a dissolução da pintura em seus anos finais, configurando-se vistas em sua totalidade numa espécie de landscape de uma cidade mental bem delineada (naturezas mortas, flores, conchas e paisagens) e construída segundo uma puríssima invenção arquitetônica que obedece às regras férreas do rigor moral que Morandi traduz com felicidade em sua linguagem de pintor e gravurista.

SERVIÇO

GIORGIO MORANDI NO BRASIL

Quando: De 30/11 de 2012 a 24/02 de 2013

Horário: terça a domingo das 12 às 19h e quinta das 12 às 21h

Onde: Fundação Iberê Camargo - Av. Padre Cacique, 2000 - Praia de Belas - Porto Alegre





SOBRE GIORGIO MORANDI 

Giorgio Morandi (1890 -
1964) foi um importante pintor italiano. Ficou conhecido por sua precisão na pintura de natureza morta.

 Filho de uma família da classe média com cinco filhos, Morandi começou a trabalhar aos dezesseis anos no escritório de uma sociedade comercial dirigida por seu pai.

Começou as suas experiências artísticas com
desenhos e pequenas figuras para o presépio de família, feitas em terracota. No período compreendido entre 1907 e 1913, estudou na Academia das Belas Artes em Bolonha.

 


Natureza Morta

Entre 1913 e 1929 foi professor em algumas escolas primárias, ensinando desenho geométrico. Giorgio Morandi, juntamente com Giorgio de Chirico e Carlo Carrà foram os fundadores da chamada Pintura Metafísica.




Natureza Morta

As naturezas mortas de Paul Cézanne tiveram uma grande influência na sua obra, assim como Picasso e Braque (Cubismo).

Morandi, em
1914, apresentou em Roma duas das suas obras na Primeira Exposição Futurista Livre. Em 1915, durante a Primeira Guerra Mundial, Morandi que tinha sido incorporado no exército, adoeceu gravemente, tendo mesmo sido internado num hospital militar.Com a ajuda de Mario Broglio, editor da revista Valori Plastici, teve a oportunidade de expor, em 1921, as suas obras em diversas cidades alemãs.

Em
1930 foi-lhe oferecido o cargo professor de gravura na Academia de Belas Artes de Bolonha, atividade que manteve até 1956.

Durante a Segunda Guerra Mundial foi preso e acusado de pertencer à Resistência.

Em 1957, a Bienal de São Paulo conferiu a Morandi o Grande Prêmio de Pintura, tendo concorrido com Marc Chagall.

Na última década, chegou a uma pintura cada vez mais rarefeita. giorgio Morandi morreu em Bolonha, em 18 de junho de 1964.















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