A brasileira Moema se recolheu para seis meses de tratamento, dos quais voltará mais viçosa do que nunca.
Com quase 150 anos de idade. Moema é o nome do quadro de Vitor Meirelles de Lima (1832-1903), primeira obra do Masp a passar por um restauro patrocinado.
O processo - que está sendo feito nos fundos do museu - começou em junho e segue até a virada do ano.
Antes de iniciar o trabalho a obra foi analisada por um físico que foi ao local e fez várias versões da obra em ultravioleta, infravermelho e raio-X, para descobrir o tipo de pigmento usado e até os traços encobertos atrás da pintura que retrata a lenda de Moema morrendo afogada ao nadar atrás do português por quem se apaixonara.
Na análise, descobriu-se que o quadro já tinha sido restaurado outras duas vezes. Os remendos, feitos há décadas, começaram a saltar para a frente da tela. "Faremos tudo reversível, para facilitar os próximos reparos", diz a restauradora Karen Cristine Barbosa, do museu. A parceria com o setor privado permitiu que Karen contratasse uma assistente e comprasse uma câmera para documentar detalhes da pintura e do processo de restauração.
A patrocinadora da empreitada (e quem escolheu a obra a ser salva) é o Bank of America Merrill Lynch, fusão do maior banco de varejo dos EUA com a gestora de patrimônio que se envolveu num escândalo financeiro em 2007, fazendo arte com o dinheiro alheio.
O moldurista polonês Andrej Kosierkiewicz, 46, foi escalado para refazer a estrutura que abraça a obra. Esculpiu com as mãos a estrutura de madeira cheia de rococós que vai receber 500 folhas de ouro 22 quilates (praticamente puro) que dourarão a moldura, num processo que mais parece receita de bruxaria.
A água para a lavagem da madeira é misturada com pele de coelho. A bandeja do ouro é feita de pele de cordeiro. O pincel para levar as folhas de metal, de pelo de marta. "Usa-se também pele de tubarão para lixar a madeira, mas não tem por aqui", diz Kosierkiewicz.
Moema voltará do retiro em março. Ao redor dela, serão dispostas outras das dez telas que, combalidas, precisam passar pelo mesmo processo, mas ainda não tem ninguém interessado em pagar a conta.
"Vamos ver se mostrando o que podemos fazer, outros se animam", declara Karen.
Algumas ressalvas:
ResponderExcluirA Documentação Científica por Imagem da Obra "MOEMA" de Victor Meirelles foi feita pelo Professor Doutor Alexandre Leão, da Escola de Belas Artes da UFMG e não por um físico.
Das duas imagens acima:
A primeira é uma Fluorescência ao Ultravioleta (colorida) e não um Xaio-x.
A segunda é uma Falsa Cor de Infravermelho.
Sugiro uma pesquisa mais aprofundada antes de postar informações tão relevantes como a documentação e restauro de uma obra tão importante como esta.
Obrigada
Danielle.
ResponderExcluirA pesquisa foi feita com base no jornal O Estado de São Paulo e na Wikipedia. Talvez eles não estejam tão bem informados.
Obrigada pelo contato e informação.