Tela de Rothko é arrematada por US$ 67 milhões em Nova York
O quadro de Mark Rothko No.1 (Royal Red and Blue) foi arrematado por US$ 67 milhões em um leilão da casa Sotheby's em Nova York, no qual também foram vendidas obras de Jackson Pollock, Francis Bacon e Andy Warho.
"O tamanho, a qualidade, o estado de conservação e as cores tão comerciais faziam deste quadro um candidato ideal para alcançar um preço recorde", explicou Augusto Uribe, porta-voz da Sotheby's.
No.1 (Royal Red and Blue) faz parte de uma série de oito trabalhos que foram selecionados pelo próprio autor para integrar uma exibição individual realizada em 1954 no Instituto de Arte de Chicago, a qual representou um marco na trajetória do artista.
A obra permaneceu na mesma coleção durante os últimos 30 anos, e sua venda constitui "um grande acontecimento", segundo Uribe, já que as pinturas de Rothko não costumam aparecer em leilões.
No segundo trimestre deste ano, uma tela do artista intitulada Laranja, Vermelho, Amarelo foi vendida pela casa Christie's por US$ 86,8 milhões.
Markus Rotkovičs, (1903-1970) foi um pintor expressionista abstrato (embora ele rejeitasse tal classificação), nascido na Rússia (Letónia) e naturalizado estadunidense.
De origem judaica, Rothko emigrou com a mãe e a irmã para Portland (Oregon), em 1913, para se reunir ao pai e irmãos. Fez seus estudos no Lincoln High School de Portland, depois na Universidade Yale.
Em 1929, tornou-se professor de desenho para crianças. Em 1932 casou-se com Edith Sacharem e em 1934, fundou a Artist Union de Nova York.
Em 1940, adotou o nome anglicizado Mark Rothko, dois anos após ter conseguido a nacionalidade americana.
De acordo com seus amigos, tinha uma natureza difícil. Profundamente ansioso e irascível, podia ser também extrememente afetuoso. É nos anos 1950 que sua carreira verdadeiramente deslancha, graças sobretudo ao colecionador Duncan Philips que lhe comprou vários quadros e, após uma longa viagem do pintor à Europa, consagrou uma sala inteira à sua coleção (um sonho de Rothko, que desejava que os visitantes não fossem perturbados por outras obras).
Os anos 1960 foram para ele um período de grandes encomendas públicas - da Universidade Harvard, da Marlborought Gallery, de Londres, a Capela em Houston) - e de desenvolvimento das suas idéias sobre a pintura. Mas este impulso criador e de reconhecimento foi interrompido por um aneurisma de aorta - doença incapacitante que o impediu de pintar em grandes formatos.
Reconhecido na Europa e na América pelo seu papel no desenvolvimento da arte não-representacional, Rothko cometeu suicídio em 25/2/1970 em meio à depressão e à doença.
Rothko era um intelectual, um homem extremamente culto que amava a música e a literatura e era muito interessado pela filosofia. Influenciado pela obra de Henri Matisse – a quem ele homenageou em uma de suas telas.
Rothko ocupou um lugar singular na Escola de Nova York.
Após ter experimentado o expressionismo abstrato e o surrealismo, ele desenvolveu, no final dos anos 1940, uma nova forma de pintar. Hostil ao expressionismo da Action Painting, Mark Rothko (assim como Barnett Newman e Clyfford Still) inventa uma forma meditativa de pintar, que o crítico Clement Greenberg definiu como Colorfield Painting (pintura do campo de cor).
Em suas telas, ele se exprime exclusivamente por meio da cor em tons indecisos, em superfícies moventes, às vezes monocromáticas e às vezes compostas por partes diversamente coloridas. Ele atinge assim uma dimensão espiritual particularmente sensível.
Mark Rothko no teatro
“Vermelho é uma obra exigente que, como Rothko, nos leva a criar um clima de luzes delicadas, um ambiente suave para valorizar as obras e deixá-las pulsantes e vivas. Aliás, a luz foi um dos desafios da montagem, pois Rothko dizia que uma obra vive por simbiose, precisa do olhar empático do observador e, por isso, ele tinha que protegê-la, controlando a luz, a altura em que ela está exposta, a distância do observador; senão a obra poderia morrer desprotegida”, conta o diretor.
Bruno Fagundes, pela primeira vez contracenando com o pai no palco, é outra grande surpresa: traz os holofotes para si na composição do jovem pintor que sai de uma postura ingênua para se mostrar ao final um promissor artista plástico. Nos diálogos finais, vemos dois atores de extrema grandeza e talento.
Vermelho - Cena 2
Serviço
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