Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

14 de dezembro de 2012

A arte como narrativa: um concurso uma história.




São Paulo-Brasil: Criação, Expansão e Desenvolvimento - Antônio Henrique Amaral.

A Curadoria do Acervo dos Palácios - órgão ligado à Casa Civil - apresenta a Mostra "A arte como narrativa: um concurso uma história".

A exposição pretende além de apresentar a história do concurso Painel dos Bandeirantes, realizado em 1989, mostrar a trajetória, o desenvolvimento artístico e a atual produção dos seis artistas convidados: Antônio Henrique Amaral, Claudio Tozzi, Emanoel Araújo, José Roberto Aguilar, Sérgio Ferro e Valdir Sarubi.
A exposição reúne 62 obras, entre pinturas, esculturas e desenhos, provenientes do Acervo dos Palácios e de coleções particulares dos artistas que participaram do concurso de 1989.

A Comissão de Críticos e Historiadores de Arte integrada por Carlos Alberto Cerqueira Lemos, José Roberto Teixeira Leite, Jacob Klintowitz, Ernestina Karman, Casimiro Xavier de Mendonça, escolheu a obra São Paulo-Brasil: Criação, Expansão e Desenvolvimento de Antônio Henrique Amaral. O Painel substituiu no saguão de entrada do Palácio dos Bandeirantes o Mural Tiradentes, de Cândido Portinari, transferido para o Memorial da América Latina.


Tiradentes - Candido Portinari

O Painel Tiradentes, 1948-1949, de autoria do artista Cândido Portinari, é uma pintura a tempera composta por três telas justapostas, com dimensão total de 17,70 X 3,09m. A obra foi comprada pelo Governo do Estado em 1975 e permaneceu no Salão Nobre do Palácio dos Bandeirantes até 1989, quando foi transferida para o Memorial da América Latina, em sua inauguração. Criado originalmente para o colégio de Cataguases, escola projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer em Minas Gerais, no ano de 1946, e instalado no Palácio dos Bandeirantes em 1977, o mural encontra-se em exposição permanente no Memorial da América Latina
.

A curadora Ana Cristina Carvalho destaca que a exposição pretende evidenciar as associações, relações, semelhanças e diferenças da produção desses artistas, em especial a participação ativa como representantes de uma geração contestadora nos movimentos das décadas de 1960 e 1970.

Segundo a Curadora, trata-se de uma exposição há muito esperada pelo enfoque para a história do Painel dos Bandeirantes. A idéia para o primeiro módulo é contextualizar o momento do concurso de 1989, e os porquês da aquisição do Painel (abordando a transferência do Painel Tiradentes para o Memorial da América Latina) e dos convites realizados a tais artistas.

O painel de Antonio Henrique Amaral, vencedor do concurso, fará parte da exposição sendo destacado de forma a não sair do lugar. O Acervo dos Palácios possui uma quantidade reduzida de obras de alguns desses artistas, a Curadora está estudando a possibilidade de incluí-las na exposição, mas não há definição neste sentido.

O segundo módulo da exposição trará a produção contemporânea dos mencionados artistas. A intenção é que esse módulo conte com 30 obras emprestadas, sendo 5 de cada artista. Para tal a Curadora está visitando os ateliês e selecionando esses trabalhos.


Serviço

Onde: Avenida Morumbi, 4.500 - Portão 2, São Paulo/SP 

Quando: Até 21/03/2013

Horário: De terça a domingo das 10 às 17 h

Entrada: grátis

Informações: (11) 2193-8282



Sobre Antonio Henrique Amaral

Antonio Henrique Amaral (1935) .É formado em Direito pela Universidade de São Paulo.

Nos anos 50 estudou desenho com Roberto Sambonet e gravura com Livio Abramo, nesta mesma época fez sua primeira exposição individual de gravuras, no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Em 1959 vai para o Pratt Graphic Institute, em Nova York, onde estuda gravura com Shiko Munakata  W. Rogalsky.

Em 1967 publica o álbum de xilogravuras O meu e o seu iniciando o seu trabalho em pintura. No mesmo ano faz sua primeira individual, a série Bocas, na galeria Astréia, em
São Paulo.

 
Entre 1968 e 1975 elabora a série Bananas, composta de litografias e pinturas. É nesta fase que troca gradativamente a gravura pela pintura. Em 1971, com o prêmio de viagem ao exterior recebido no Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro, vai para Nova York e retorna ao Brasil em 1975. Nesse período realiza exposições nos Estados Unidos e em outros países. Quando volta ao Brasil revitaliza sua pintura e chega gradativamente à pintura abstrata.




Bananas - 1970


Bananas - 1972


Ao longo dos últimos 40 anos vem realizando diversas exposições individuais e tem participado de exposições coletivas no Brasil e no exterior. Sua obra está representada em coleções particulares, públicas brasileiras e estrangeiras..

Vive e trabalha em São Paulo.



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