Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

30 de novembro de 2012

Exposição de fotos da revista O Cruzeiro



 


Exposição sobre a revista 'O Cruzeiro' resgata origens do fotojornalismo no Brasil

Em uma época em que o casamento interétnico com índios era proibido, a união entre a índia Diacuí e o sertanista Ayres da Cunha tornou-se a novela da vida real da década de 1950. A população indígena era impedida de se casar com pessoas de fora das aldeias. O enredo, que teve final trágico com a morte de Diacuí durante o parto, foi acompanhado vigorosamente durante um ano pela revista "O Cruzeiro".

"Os Diários Associados patrocinaram o casamento. E a revista vai acompanhar os preparativos, ela [Diacuí] sendo preparada no salão de beleza, o casamento, a lua de mel, o retorno para a aldeia", disse a curadora da exposição .

A mostra As Origens do Fotojornalismo no Brasil: Um Olhar sobre O Cruzeiro (1940-1960), com curadoria de Helouise Costa, reuni na capital paulista, mais de 200 imagens da história de uma de publicação que foi precursora do fotojornalismo no país.

Fundada em 1928 e considerada a principal revista ilustrada brasileira do século 20, “a fotografia de O Cruzeiro ainda carrega o frescor do ineditismo”, ressalta Helouise.



Durante a fase de maior difusão social da publicação, entre 1940 e 1950, o colecionismo era estimulado a partir das série de reportagens, contos e novelas lançados. Um dos assuntos abordados foi a questão do índio, por significar um empecilho para a expansão territorial do interior do Brasil. "A temática indígena estava muito em voga no período e a revista percebe o assunto como atrativo para o público, porque, até então, eram só os antropólogos e etnólogos que tinham acesso às imagens de índios", explica a curadora.

Assim, nomes de fotógrafos como Henri Ballot e José Medeiros começaram a se destacar. "Eles (fotógrafos) vão para as aldeias e fazem fotos absolutamente espetaculares", conta Helouise.

Junto com a inauguração do Museu de Arte de São Paulo (Masp), outro fotógrafo de O Cruzeiro, Peter Scheier, que fazia a cobertura das exposições no museu, teve importante papel na composição de um acervo sobre o local. "Através dessa documentação dá para a gente entender um pouco melhor as atividades desses museus modernos no Brasil", disse.

Além do estudo aprofundado sobre os profissionais da fotografia já muito explorados, a mostra buscou trazer abordagens inéditas, como no caso de Luciano Carneiro. Ele trabalhou na revista como correspondente estrangeiro. Morreu em um acidente de avião aos 33 anos. "Ele teve um papel muito importante, embora ainda hoje desconhecido: ele foi correspondente na Guerra da Coreia", ressaltou Helouise.

Serviço

As Origens do Fotojornalismo no Brasil: Um Olhar sobre O Cruzeiro (1940-1960)

Quando: até 31 de março de 2013

Onde: Instituo Moreira Salles, Rua Piauí, número 844, São Paulo.

Horário: de terça a sexta das13h às 19h, sábados, domingos e feriados das 13h às 18h aos sábados, domingos e feriados.

Entrada Gratuíta






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