Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

23 de novembro de 2012

Tracey Emin - Londres, Buenos Aires, Brasil





Artista Tracey Emin abre seu ateliê em Londres e fala sobre sua 1ª mostra no Brasil

Na porta do ateliê, um retrato de Tracey Emin recebe quem entra com a careta que virou marca registrada da artista britânica. "Esse quadro nós chamamos de 'a chefe'", diz ela. "No Natal, a gente acende umas luzinhas coloridas em volta dele."

Não há dúvida sobre quem manda no pedaço, e não existe parede de seu ateliê no East End londrino, a quadras do mercado de Spitalfields, sem o seu rosto ou seu corpo nu estampado em fotografias.

Emin, como ela mesma se classifica, é "imensa". Nome que despontou junto de Damien Hirst e os chamados jovens artistas britânicos na década de 1990, a artista é hoje uma das mais poderosas no circuito global --pelo preço das obras e prestígio entre críticos-- e fará em dezembro a primeira individual no Brasil, abrindo o endereço paulistano da galeria White Cube.

"Tem artistas com personalidades gigantes, que engolem o trabalho, e tem aqueles medianos, irreconhecíveis", define Emin. "Eu faço parte do primeiro time, sou reconhecível, com uma personalidade enorme. As pessoas me veem na rua e sabem que eu sou 'aquela artista'".



Tracey Emin, em seu ateliê no East End de Londres

Sobre Tracey Emin


A artista, fez fama e fortuna expondo a própria miséria. Sua obra se funde à história pessoal -Emin, 49, retrata em desenhos, instalações em neon, esculturas, bordados, fotografias e vídeos as desventuras de ter sido estuprada aos 13  anos e os abortos que fez.

Sua infância e adolescência em Margate, "uma cidadezinha litorânea abandonada na costa da Inglaterra, onde não havia nada para fazer a não ser se misturar à decadência generalizada, trepar, brigar e gastar a vida", contrasta agora com sua posição de celebridade milionária.

Numa rara entrevista, Emin recebeu jornalistas em seu ateliê, cercada por seus oito assistentes -entre arquivistas, assessores de imprensa, costureiros e montadores- ocupam um prédio inteiro. Por trás da fachada vitoriana, são três andares e o subsolo, onde Emin mandou construir uma piscina.

Mesmo imersa no luxo, ela mantém a casca grossa de quando vivia num quartinho em cima de um KFC com todos os pertences amontoados -uma cafeteira elétrica e saquinhos de sopa instantânea.
 

Obra em neon de Tracey Emin que estará em mostra na galeria White Cube, em S.P.


Ateliê da artista britânica Tracey Emin no East End de Londres

Tracey Emin em Buenos Aires

Emin esteve na Argentina para inaugurar a mostra How it Feels, que o museu recebe até 25 de fevereiro.

A exposição apresenta, num conjunto de pequenas salas sem cortinas ou portas, simultaneamente, cinco vídeos.
Produzidos entre 1995 e 2000, Why I Never Became a Dancer, How it Feels, Homage to Edvard Munch and All My Dead Children, Riding for a Fall e Love Is a Strange Thing, mostram Emin tratando de temas como sexo, aborto, questões de gênero e a vida em Margate, cidade onde cresceu, no litoral inglês.

Curada pelo canadense Phillip Larratt-Smith, a mostra é a primeira de Tracey Emin num museu latino-americano.
A artista se mostrou à vontade no meio da maior coleção de arte do continente. Elogiou a mexicana Frida Kahlo e disse "não entender" a disputa entre brasileiros e argentinos pelo "Abaporu", de Tarsila do Amaral. "Não é uma obra pela qual eu lutaria". Emin afirmou que os paralelos mais interessantes entre a produção do continente não têm a ver com a nacionalidade.
"Não reparo se tal artista é brasileiro, uruguaio ou mexicano. As comparações mais relevantes são por temas, por gênero. As artes da América do Sul estão num momento muito vibrante", disse.

Sobre a Galeria White Cube em S.P.

A White Cube, segunda maior galeria de arte do mundo (atrás apenas da Gagosian, em Nova York), anunciou a abertura de seu primeiro espaço no Brasil, mais especificamente no bairro da Vila Mariana, em São Paulo.
A inauguração do local acontece no início de dezembro com uma exposição inédita da artista plástica britânica Tracey Emin, intitulada You Don’t Believe in Love But I Believe in You.

O novo endereço da White Cube, sua porta de entrada no continente americano, é o quinto espaço da galeria, que já tem três em sua cidade natal, Londres, e uma base em Hong Kong. Em São Paulo, a proposta da White Cube não é exatamente somente lucrar, ao menos de acordo com Tim Marlow, diretor da galeria, que, em conversa afirmou “Se dependêssemos das vendas no Brasil, seríamos loucos. Nosso objetivo é construir uma reputação e gerar interesse. Sabemos do sistema tributário do país, que dificulta muito os nossos negócios”.

O primeiro “contato” da White Cube com o Brasil foi em maio deste ano, quando a galeria organizou a mostra Fatos e Sistemas do escultor britânico Antony Gormley no espaço que que passará a ocupar a partir de dezembro. Tal exposição aconteceu em paralelo com
Corpos Presentes, uma retrospectiva de Gormley sediada no CCBB, no centro de São Paulo. Em parceria com o British Council, a White Cube trouxe o artista ao país para uma palestra especial para convidados.


www.whitecube.com

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