Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

6 de novembro de 2012

Claudia Andujar e os índios Yanomami



  
Instalação de Claudia Andujar colore fachada de prédio histórico em SP 

Um painel gigante da artista plástica Claudia Andujar está dando uma nova cara ao prédio dos Correios, na região central de São Paulo.

Instalada na empena de um prédio vizinho, que dá para o Vale do Anhangabaú, a imagem faz parte da instalação Sonho Verde Azulado, do projeto Cidade Galeria.

Com 270 metros quadrados, ela mostra um índio Yanomami -- a tribo permeia o trabalho da artista há 40 anos -- e usa uma técnica chamada de refotografia.

A instalação, que tem curadoria de Eduardo Brandão, conta ainda com quatro imagens inéditas que, juntas, somam 1.200 metros quadrados e que serão expostas no mezanino do edifício.

As imagens originais foram feitas entre 1974 a 1976 em preto e branco.

Sobre Claudia Andujar

Claudia Andujar (
Neuchâtel, Suíça, 1931) é uma fotógrafa brasileira.

Viveu na
Hungria e nos Estados Unidos no início dos anos 50, transferindo-se para São Paulo em 1957, naturalizando-se brasileira.

Atuou como repórter fotográfica de
1960 a 1975, desenvolveu o Workshop de Fotografia no Museu de Arte de São Paulo, trabalho que acabou por influenciar dezenas de fotógrafos paulistas em atividade nestas duas últimas décadas. No final da década de 70 passou a se dedicar exclusivamente à luta pela preservação do povo Yanomami, tendo sido uma das fundadoras da Comissão pela Criação do Parque Yanomami.

Em meio a uma carreira em fotojornalismo, especialmente no período histórico da revista Realidade, estabeleceu contato com os índios Yanomami do estado de Roraima. Com bolsas de estudos brasileiras e internacionais, passou períodos extensos na companhia desses índios, realizando ensaios fotográficos que constituem, por si, um capítulo na história da fotografia brasileira. Após seu retorno ao sul do país, engajou-se nas lutas da nação Yanomami pela demarcação de sua reserva, que aconteceu finalmente em 1992.

Tem dois livros publicados sobre os Yanomami (DBA, 1998; Olivetti, 1979). Trabalhos seus integram acervos de instituições museológicas como o MoMA. Reelabora continuamente, em novas séries, seus registros na Amazônia e com frequência é convidada a compor mostras coletivas nas principais capitais do mundo.

Algumas de suas obras







Livros editados 

Yanomami (Práxis, 1988)

Marcados (Cosac Naify, 2009)





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