Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

8 de julho de 2013

Munch e O Grito



Auto retrato - 1940/42 - Edvard Munch

Edvard Munch

O pintor Edvard Munch nasceu em 1863, na cidade de Löten, na Noruega. A sua carreira artística começou aos 17 anos, fazendo retratos. É considerado um dos fundadores do expressionismo, corrente artística que buscava expressar os sentimentos humanos.

Embora tenha passado algum tempo em Paris, onde teve contato com o impressionismo e pós-impressionismo, o período mais produtivo de Munch foi entre 1892-1908, em Berlim produzindo pinturas, litogravuras e xilogravuras que expressavam a angústia moderna.
O artista sempre deixou transparecer a melancolia e chamava seus quadros de filhos. Teve uma infância traumática, sua mãe e a irmã mais velha morreram de tubercolose. Foi criado pelo pai que era um fanático religioso, mas tinha tanto medo do pai que exigiu que Puberdade, o seu primeiro nu, permanecesse coberto numa exposição em Oslo, a que seu pai compareceu.



Puberdade - 1894-95 - Edvard Munck - Galeria Nacional, Oslo

Internado por depressão num sanatório, descobriu que seus problemas eram catalisadores de sua arte. O artista se especializou em pintar emoções extremas tais como o ciume e desejo.

A primeira grande exposição, realizada em 1893 em Berlim, provocou grande choque no mundo da arte. Considerada escandalosa, teve que ser fechada.
O seu quadro mais famoso, O Grito, foi pintado em 1893 e atualmente está na Nasjonalgalleriet de Oslo. A obra se caracteriza por linhas que oscilam e se agitam evidenciando o medo e a solidão do Homem num cenário natural. Munch foi um precursor do Ex-expressionismo.

Em 1937, os nazistas mandaram confiscar 82 telas do pintor por considerá-las exemplos de arte degenerada.

Edvard Munck era alcólatra e paranóico, morreu em sua casa em Ekely, na Noruega, no dia 23 de janeiro de 1944 e, apenas como curiosidade, o pintor surrealista Salvador Dalí morreu no mesmo dia, 45 anos depois.




O entardecer em Karl Johan - 1892 - Edvard Munck

Sobre o Grito

Cientistas da Universidade do Texas (EUA) descobriram, com a ajuda de computadores e muita pesquisa histórica, o motivo do "grito" no quadro de Munch.

Segundo os pesquisadores, o pânico, que fica bem claro na pintura, foi sentido pelo artista em 26 de agosto de 1883. Naquele dia, um grande tsunami tirou do mapa a ilha vulcânica de Krakatoa, em Java, na Indonésia. De acordo com relatos da época, a explosão de lava vulcânica colidindo com imensas ondas puderam ser vista em várias partes do mundo. O pintor, que passeava com amigos na zona portuária de Oslo, afirmou nunca ter visto um crepúsculo como aquele. "De repente, tudo ficou vermelho e uma profunda melancolia e tensão se apossou de mim. Meus amigos foram embora e eu fiquei só, trêmulo e ansioso, como se tivesse ouvido um grito cortante e interminável atravessando a natureza", anotou Edward em seu diário.

 
O Grito só seria pintado dez anos depois. Munch costumava pintar a mesma obra várias vezes. Ele fez 50 versões do quadro O Grito. A mais célebre é a que foi roubada da Galeria Nacional de Oslo, em fevereiro de 1994, e recuperada, com apenas um pequeno arranhão, 3 meses depois.


NOTA:

N.Y., 3 de maio de 2012 – A obra-prima de Edvard Munch, “O Grito”, uma das obras de arte mais conhecidas no mundo, foi vendida por 120 milhões de dólares na Sotheby’s na quarta-feira, estabelecendo um novo recorde como a peça de arte mais cara a ser vendida em um leilão.

O pastel vibrante teve seu valor de venda estimado conservadoramente em torno de 80 milhões de dólares, porém dois arrematantes determinados que competiam via telefone se sobressaíram, em um grupo inicial de sete pessoas, levando o preço final a 107 milhões de dólares ou mais exatamente a U$ 119,922,500.00 incluindo a comissão, durante uma batalha de lances que durou quase 15 minutos.



Uma das versões de O Grito leiloada pela Sotheby's - pastel - 1895 - Edvard Munck

Outras versões de O Grito



Angústia (1894)



Manhã (1894)



O Grito (1895) - Gravura



Versões O Grito

Análise:
A imagem se dá de forma a interagir com quem a observa, impossível não reagir à figura em seu momento de dor. A imagem em primeiro plano, sem traços definidos de raça ou sexo, sugere uma neutralidade, figura andrôgina, imagem contorcida, segue com um fundo de cores quentes no céu como lavas de um vulcão como uma lingua e o rio em azul, ampliam a dramaticidade do quadro. A ponte continua intacta assim como os seus amigos, indiferente ao que ele estava passando, todo o desespero interno e angustia de vida.

pt.wikipedia.org/wiki/Edvard_Munch



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