Mosaicos e a Arte Bizantina

Arte Bizantina

O termo arte bizantina refere-se à expressão artística de caráter religioso do Império Bizantino. No entanto, deve-se lembrar que esta tendência artística, por meio de influência político-religiosa, expandiu-se para regiões fora das fronteiras imperiais.

O crescente problema nas fronteiras causado pelos bárbaros fez com que os imperadores optassem por outras cidades para serem sedes do império. O imperador Constantino I transferiu a capital do império para Bizâncio, mais tarde Constantinópla. Neste local concentra-se uma série de fatores que impulsionam a ascensão da nova expressão artística.

No século V, em Bizâncio, emergiu um novo império cristão que duraria mil anos, criando uma nova forma de arte, nascida do Cristianismo. Em Roma, nas antigas catacumbas cristãs, há uma série de murais que são os primeiros exemplos de pintura bizantina.

Nos séculos VIII e IX, a arte bizantina foi dilacerada. Toda representação humana que fosse realista poderia ser considerada uma violação ao mandamento de não adorar imagens esculpidas. O imperador proibiu qualquer imagem em forma humana de Cristo, da Virgem, santos ou anjos. Como resultado, vários artistas bizantinos migraram para o Ocidente.

 

O mosaico foi a característica principal do período e sua criação influenciaram mais tarde a arte gótica. Foi a expressão máxima da arte bizantina, não se destinando somente a decorar as paredes e abóbadas, serviu também de fonte de instrução e guia espiritual aos fiéis, mostrando-lhes cenas da vida de Cristo e dos profetas.

Cabeça de  Soldado - Mosaico

Plasticamente, o mosaico bizantino não se assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes assim como os afrescos. Neles, as pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é utilizado em abundância, pela sua associação a um dos maiores bens materiais: o ouro.

A arte bizantina está diretamente relacionada com a religião, obedecendo a um clero fortalecido que possui, além das suas funções naturais, as funções de organizar também as
artes; consequentemente aos artistas cabia apenas o papel de meros executores.

Conversa Informal

Viajando pela Sicília tive a oportunidade de conhecer um sítio arqueológico na comuna de Piazza Armerina. Chama-se Villa Romana de Casale e está localizada a cerca de cinco quilômetros fora da cidade de Piazza Armerina. É a mais completa e rica coleção de mosaicos romanos do mundo.

Confesso que fiquei surpresa, entre uma cidadezinha e outra, em uma estrada tranquila, com uma linda vegetação e vez por outra um rebanho de ovelhas pastando, aparecem no horizonte algumas ruinas que cresceram à medida que nos aproximamos: é a Villa Romana de Casale - Patrimônio Mundial da UNESCO.

Deslumbrada, pude apreciar os mosáicos e afrescos da arte bizantina, alguns restaurados outros ainda em reparo ao meio das ruínas. Foi uma experiência incrível.

Deslumbrada, lá puder apreciar os mosáicos e afrescos da arte bizantina, alguns ,outros ainda em reparo em meio às ruínas. Foi uma experiência incrível que recomendo a quem pretende realmente conhecer mais sobre mosaicos e a arte bizantina.

Entrada do sítio arqueológico Villa Romana de Casale

Ruínas

Bikini meninas famosas - Mosaico

Painel com soldados e animais - Mosaico

Sobre: Villa Romana de Casale

A Villa Romana de Casale foi construída sobre as ruínas de uma antiga casa de campo do século IV e manteve-se intacta por cerca de 150 anos. Uma aldeia cresceu ao seu redor chamada de Platia (derivado de palatium). Foi destruída durante a dominação dos vândalos e visigodos, mas os prédios permaneceram em uso, pelo menos em parte, durante o período bizantino. O sitio foi abandonado para sempre quando um deslizamento de terra cobriu a aldeia no século XII, nessa ocasião os habitantes mudaram-se para o que é atualmente a Piazza Armerina .

A existência da Villa foi quase totalmente esquecida. Peças de mosaicos e algumas colunas foram encontrados no início do século XIX e algumas escavações foram realizadas no final do século XX. As escavações mais importantes foram no período 1950-1960 feitas por Gino Vinicio Gentile e  as mais recentes datam de 1970.

Piazza Armerina - Sicília