Di Cavalcanti, o pintor carioca do bairro do Catete, amou como poucos o Rio de Janeiro e incontáveis mulheres passaram por sua vida, muitas delas foram registradas em imagens para o deleite das gerações futuras. Artista, poeta escritor e boêmio entendia que da vida só se poderia levar os prazeres. O crítico Jaime Maurício disse certa vez: "... fez da boêmia uma bandeira romântica". E foi dessa maneira que o gigante da cultura brasileira levou a vida: em constante alegria e celebração.
Vinicius de Moraes em 1963, cantou o amigo pintor em seus versos.
"...Que bom existas, pintor
Enamorado das ruas. Que bom vivas, que bom sejas..."
Na ocasião o artista procurou refúgio em Paris, lá conheceu Picasso, Matisse e Jean Cocteau, declarou-se um admirador da mulher brasileira, sempre "soube revelar o rosado recôndito das mulatas" e mais que tudo: "é sempre o mais exato pintor das coisas nacionais" , segundo o escritor Mário de Andrade.
"Falar da pintura de Di Cavalcanti é falar da cara e do povo brasileiro, da exuberância tropical do país, de sua sensualidade sem folclore". Renato Rosa.
Entre 11 e 18 de fevereiro de 1922 idealiza e organiza a Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo, criando para a ocasião do evento, o catálogo e programa.
Em 1923 fez sua primeira viagem a Paris permanecendo até 1925. Freqüentou a Academia Ranson. Expos em diversas cidades como Londres, Berlim, Bruxelas, Amsterdan e Paris. Conheceu Picasso, Léger, Matisse, Eric Satie, Jean Cocteau e outros intelectuais franceses.
Curiosidades
Militante do Partido Comunista nos anos 20 e 30, aceitou ser adido cultural brasileiro em Paris. Viajaram no dia 30 de março. No dia 31 jantaram com Vinícius de Moraes e no dia seguinte ele soube do golpe militar. Di pensou que fosse trote do dia 1º de abril.
A modelo Marina Montini foi a musa inspiradora do pintor por mais de dez anos. Di Cavalcanti procurou a morena depois de vê-la em um outdoor que anunciava pneus. A modelo enriqueceu como musa do pintor, mas se afundou em dívidas e no alcoolismo. Faleceu em 2006 de insuficiência hepática.
Di Cavalcanti pintou o Brasil das rodas de samba, das gafieiras, das mulatas e do carnaval, numa produção que chegou perto de 5 mil obras, incluindo desenhos e esboços.
nada mais ambiciono."
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