Quadro de Van Dyck é descoberto em depósito
Fotografado para fazer parte de um projeto que tem como objetivo disponibilizar as pinturas a óleo que estão no Reino Unido em um site da BBC, o quadro foi visto por um historiador da arte, que descobriu que ele era autêntico.
O retrato de Olivia Boteler Porter, dama de companhia da mulher de Carlos I, a rainha Henrietta Maria, é um original de Anthony* Van Dyck (1599-1641), mestre do barroco flamengo que viria a ser pintor da corte inglesa a partir de 1632.
O retrato da dama de companhia da rainha
“É bastante evidente que se trata de um Van Dyck tardio, do período inglês”, disse à BBC News Christopher Brown, director do Museu Ashmoelan, em Oxford, e especialista na obra do pintor nascido em Antuérpia. “Não creio que haja qualquer dúvida [de que se trata de um original do artista flamengo]. Isto é Van Dyck no seu melhor”, acrescentou Brown, dizendo que este retrato reencontrado é uma “descoberta substancial”.
O museu virtual Your Paintings, que recebe as obras reunidas pela Public Catalogue Foundation, associação que tem vindo a fazer o levantamento de todas as obras de arte das colecções públicas britânicas, reúne já 210 mil pinturas.
Discípulo de Rubens, ele influenciou vários artistas contemporâneos.
Na Inglaterra, ficou conhecido como Sir Anthony van Dyck.
Antoon van Dyck era o filho mais jovem de Frans van Dyck, um próspero comerciante de sedas e de especiarias. Sua mãe faleceu quando ele tinha apenas oito anos.
Aos dez anos, Anton tornou-se aprendiz do pintor de figuras Hendrik van Balen, que só lhe deixara uma pálida impressão. Aos quinze anos, depois de pintar quadros admiráveis, ele já era um artista altamente aperfeiçoado.
Autoretrato - 1613
Em 1618, Van Dyck registrou-se como mestre na Guilda dos Pintores de Antuérpia.
Ambicioso, Van Dyck tornou-se discípulo de Rubens, cujo estilo ele assimilou com uma facilidade espantosa. Rubens predominava o cenário artístico da Antuérpia, e Van Dyck, a exemplo desse, se dispôs a adotar maneiras aristocráticas e a cultivar a imagem de homem refinado. Rubens referiu-se ao jovem pintor, então com dezenove anos, como "o melhor de seus discípulos".
Aparentemente, Rubens não se sentiu ameaçado por Van Dyck, Rubens o encorajo a especializar-se em retratos, campo que Van Dyck demonstrava pouco interesse. Rubens elogiava-o abertamente, tendo inclusive adquirido alguns trabalhos seus.
Por volta de 1620, a reputação de Van Dyck estava firmemente estabelecida na Antuérpia. Em julho, de passagem pela cidade à caminho da Itália, a Condessa de Arundel posou para Rubens.
O Conde de Arundel mostrou-se bastante interessado em Van Dyck. Tentado pela perspectiva de visitar a Inglaterra, o pintor chegou em Londres em novembro, onde ficou por apenas três meses. Nessa curta temporada, Van Dyck pôde estabelecer contato com dois dos maiores colecionadores de arte ingleses: o próprio Conde de Arundel e o Duque de Buckingham. Apesar da rivalidade entre os nobres, o pintor flamengo realizou pinturas para ambos e teve acesso às notáveis coleções de artes deles.
Van Dyck era um viajante seletivo da Itália. Foi em Gênova que ele se definiu como retratista da aristocracia. Sob a influência renovadora da arte italiana e tendo diante de si o exemplo dos retratos genoveses executados por Rubens, seu estilo expandiu-se intensamente.
As genovesas, mais que outras mulheres italianas, eram devotadas ao lar e à reclusão, sendo recatadas e tímidas por temperamento. Tais características Van Dyck captou e registrou magistralmente em seus retratos. Nos retratos que pintara em Antuérpia, Van Dyck já estava distanciado da rígida formalidade do tradicional retratismo flamengo.
Em 1627, com a morte da irmã, Cornelia. Van Dyck retorna a Antuérpia trabalhando continuamente para a Igreja e era sempre muito solicitado como retratista. Também executou obras mitológicas, tais como Rinaldo e Armida.
Em 1632, Carlos I, encorajado pelo Conde de Arundel, convidou Van Dyck para sua corte. Carlos I, que se tornou rei em 1625, tinha a reputação de generoso patrono das artes. Van Dyck, que sentia uma atração pela vida na corte, aceitou. Passou a viver em uma casa de Blackfriars, com as despesas pagas por Carlos I, e a ter acesso a uma residência de verão em Eltham, recebendo uma pensão anual de duzentas libras esterlinas
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