Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

22 de março de 2013

Museu Afro Brasil



História e Conceito

O Museu Afro Brasil é uma instituição pública, subordinada à Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e administrada pela Associação Museu Afro Brasil - Organização Social de Cultura.

O Museu conserva um acervo com mais de 5 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XV e os dias de hoje.



O acervo abarca diversas facetas dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a diáspora africana e a escravidão, e registrando a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira.

Localizado no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, o Museu oferece diversas atividades culturais, didáticas, exposições temporárias e ainda conta com um teatro e uma biblioteca especializada.



Inaugurado em 2004, o Museu Afro Brasil nasceu por iniciativa de Emanoel Araujo, artista plástico baiano, ex-curador da Pinacoteca do Estado de São Paulo e atual curador do museu. Em 2004, Araújo, após algumas tentativas anteriores, apresentou a proposta museológica à então prefeita de São Paulo, Marta Suplicy. Encampada a ideia pelo poder público municipal, iniciou-se o projeto de implementação do museu. Foram utilizados recursos advindos de patrocínio da Petrobrás e do Ministério da Cultura (Lei Rouanet).

Ficou decidido que o museu seria instalado no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega. Em 2004, o Museu Afro Brasil foi inaugurado e em 2009, à época da criação da Organização Social, Emanoel Araujo doou 2.163 obras para o acervo do museu.



O Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega


O Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, originalmente denominado Palácio das Nações, é um dos edifícios integrantes do conjunto arquitetônico do Parque do Ibirapuera, projetado por Oscar Niemeyer para as comemorações oficiais do IV Centenário da Cidade de São Paulo. O projeto, encomendado ao arquiteto por Ciccillo Matarazzo, pretendia transformar o novo parque da cidade em um centro irradiador de arte e cultura. O edifício, pertencente à prefeitura, encontrava-se cedido ao Governo do Estado desde 1992 e abrigou por um tempo uma extensão da Pinacoteca do Estado. Em 2004, retornou à administração municipal e passou por adaptações para receber o museu. O edifício possui 11 mil metros quadrados de área construída, divididos em três pavimentos. Além dos espaços expositivos, áreas de atuação didática, reserva técnica e escritórios administrativos, abriga a Biblioteca Carolina Maria de Jesus e o Teatro Ruth de Souza.

Acervo Permanente

“A exposição do acervo do Museu Afro Brasil pretende contar uma outra história brasileira. (...) tem a intenção de desconstruir um imaginário da população negra, construído fundamentalmente pela ótica da inferioridade ao longa da nossa história e transformá-lo em um imaginário estabelecido no prestígio, na igualdade e no pertencimento, reafirmando assim o respeito por uma população matriz de nossa brasilidade.”
 

O acervo do Museu Afro Brasil está divido em 06 núcleos: África: Diversidade e Permanência, Trabalho e Escravidão, As Religiões Afro-Brasileiras, O Sagrado e o Profano, História e Memória e Artes Plásticas: a Mão Afro Brasileira.
 
África: Diversidade e Permanência

O núcleo do acervo dedicado à história, cultura e arte da África conserva um grande número de peças das mais diversas concepções estéticas e funcionalidades que mostram a imensa diversidade das culturas africanas e da arte por elas produzidas, além de uma série de obras produzidas por artistas europeus que abordam aspectos importantes da historiografia africana. Gravuras e fotografias retratam poderosas figuras de reinos africanos do passado. Diversos grupos culturais e países estão representados aqui: Attie (Costa do Marfim), Bamileque (Camarões), Yombe, Luba (Rep. Democrática do Congo), Iorubás (Nigéria). 
 

Monica Stewart

Este núcleo apresenta o papel dos africanos escravizados e seus descendentes na construção da sociedade brasileira, como mão-de-obra fundamental em todos os ciclos de desenvolvimento econômico do país. Conserva documentos iconográficos que atestam tanto a brutalidade desse processo quanto a assimilação gradual e silenciosa por parte da sociedade dos valores e costumes africanos advindos com a diáspora.

As Religiões Afro-Brasileiras


O acervo apresenta elementos das divindades, dos ritos e dos cultos de origens distintas em uma amálgama comum que resultou nas religiões afro-brasileiras. Seus personagens e ritos - compreendendo desde esculturas e fotografias até vestimentas e altares, datados do período colonial aos dias de hoje - estão em exposição para mostrar a apropriação e a reinterpretação de elementos presentes nas festividades católicas, com os quais a escravidão forçou o contato e a convivência entre religiões de distintos povos africanos.

Sagrado e Profano


As obras em exposição neste núcleo documentam amplamente o subseqüente sincretismo religioso que marca a sociedade brasileira e a apropriação pelos escravos e os descendentes dessas celebrações a partir das referências de suas culturas e ritos.

História e Memória


No núcleo dedicado à história e à memória, a preocupação maior encontra-se em resgatar e recordar os grandes expoentes negros e mulatos que se destacaram em diversas áreas, desde o período colonial até os dias de hoje.

Artes Plásticas: a Mão Afro-Brasileira
 

Este núcleo conserva importantes exemplares da presença negra ao longo de toda a evolução das artes no Brasil, desde o Barroco e o Rococó, passando pelo século XIX, a Academia e os acadêmicos, pelas artes de origem popular para chegar à arte Contemporânea. Aqui o acervo apresenta obras de arte, sob a perspectiva de uma mão afro-brasileira na origem de sua criação, executadas por artistas negros e mulatos que possuem o universo negro como tema.


Série Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte - Fotografia colorida - Adenor Gondin - Década 1990.

Serviço

Mudeu Afro Brasil

Onde: Av. Pedro Alvares Cabral, s/n - Parque Ibirapuera Portão 10 São Paulo/SP Telefone: (11) 3320-8900

Quando: de terça a domingo das 10h as 17h.

www.museuafrobrasil.org.br

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