Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

27 de março de 2013

Grupo Santa Helena e Clovis Graciano


Clovis Graciano

Clóvis Graciano (1907 - 1988) natural de Araras São Paulo, foi um pintor, desenhista, cenógrafo, figurinista, gravador e ilustrador brasileiro.

Em 1927 empregou-se na Estrada de Ferro Sorocabana, no interior do estado de São Paulo, passando a pintar postes, tabuletas, letreiros e avisos para as estações ferroviárias.

Em 1934 transferiu-se para São Paulo, passando, a partir daí, a dividir seu tempo entre o emprego e a arte, com evidentes vantagens para a última, tanto que dez anos depois foi demitido por abandono de emprego.

Em 1937, já tendo travado contato com a arte de Alfredo Volpi, Clóvis Graciano instala-se no Palacete Santa Helena e integra, então, o Grupo Santa Helena, com os artistas Francisco Rebolo, Mario Zanini, Aldo Bonadei, Fulvio Pennacchi, Alfredo Rizzotti, Humberto Rosa e outros, além do próprio Volpi.


Autoretrato - Clovis Graciano

Fez amizade com Portinari e, ao final da década de 1940, foi estudar em Paris, onde aprendeu técnicas de produção de murais, inclusive com mosaicos. Ao retornar ao país, realizou diversos painéis: o mural Armistício de Iperoig, na FAAP; o painel Operário, na Av. Moreira Guimarães, murais na Av. Paulista e no edifício do Diário Popular, entre outros.


Detalhe do mural Armistício de Iperoig - Faap - 1962


Painel Operário - Av. Moreira Guimarães


Mural de Clóvis Graciano na fachada do Edifício Nações Unidas, Av. Paulista

Em 1971, exerceu a função de diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo, e presidente da Comissão Estadual de Artes Plásticas e do Conselho Estadual de Cultura.


A Colheita

Além da pintura, Graciano dedicou-se a diversas atividades paralelas, lecionando cenografia na Escola de Arte Dramática de São Paulo (EAD), e ilustrando jornais, revistas e livros.

No decurso de toda a sua carreira, Graciano permaneceu fiel ao figurativismo, jamais tendo, sequer de leve, sentido a sedução pelo abstracionismo. Tratou constantemente de temas sociais, como o dos retirantes, além de temas de músicos e de dança.
Suas obras figuram em museus e coleções particulares do Brasil e do exterior.

Conversa informal

Dando continuidade a matéria Grupo Santa Helena, na próxima semana vamos contar um pouco da vida e apresentar algumas das obras do artista Alfredo Volpi

Ouçam Manezinho da Flauta tocando Carinhoso, de Pixinguinha, com ilustração de Clovis Graciano.



Um comentário:

  1. CLÓVIS GRACIANO DESPERTA EM BRASILIA
    Num mix de técnicas, fases, paletas, períodos e materiais, este artista tão completo, que passou de pintura de carroças à grandes Murais, tem sua obra mostrada na CAIXA Cultural Brasilia, a partir de 13 de agosto até 20 de outubro.
    A mostra é de obras de cavalete, o que Graciano considerava o “recreio do artista”, dai o nome Arte de Cavalete, apresentando 40 obras entre pequenas e médias de acervos particulares e familiares.
    Além disto, o espaço permite mostrar as mais variadas participações do artista, importante membro do famoso Grupo Santo Helena, nas mais diversas manifestações artísticas.
    A coletânea de livros ilustrados por Clóvis Graciano entre 1943 a 1973 impressiona, de Jorge Amado a Dorival Caymmi, de Carlos Soulié a Raul Pompéia, de O Armorial de Paulo Bonfim à Castro Alves além de livros infantis de Mauricio Goulart e Nelson Palma.
    A coleção de 14 desenhos que formou, em 1966,o Álbum, para poucos, de Rubem Braga “Mestres do Desenho” é de excepcional qualidade.
    E assim, de participações em pequenas tiragens de grandes literatos, a exposição disponibiliza ao olhar e conhecimento, outros méritos deste historiador e artista paulista, que reuniu e harmonizou grandes figuras da história tanto da cidade como da arte.
    Seu currículo é romanceado através de um vídeo que conta as etapas mais importantes de sua vida e trajetória, enriquecido por depoimentos de velhos amigos e companheiros.
    Intimista mas completa é um programa imperdível.

    Serviço:
    Abertura: 13/08/13 às 19h.
    Visitação: de 14/08/13 a 20/10/13
    Terça a domingo, das 9h às 21h
    CAIXA Cultural Brasília – Galeria Vitrine
    61 3206-9448 / 61 3206-9449
    www.caixa.gov.br/caixacultural

    Curadoria: Enock Sacramento


    Mais informações e fotos – Carla Mourão – sobrinha do artista e coordenadora do Projeto – Cel. 11 9 9188.3333 e cmourao@pobox.com

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