Casario - Manoel Martins
Filho de imigrantes portugueses, cresceu no Brás, bairro industrial da cidade de São Paulo. Em 1924 dedicou-se ao ofício da ourivesaria e, em 1931, seus estudos artísticos com o escultor Vicente Larocca. Frequentando em seguida a Escola de Belas Artes.
Nos anos 60, começou a trabalhar com gravura em metal. Paralelamente ao ofício de pintor, realizou ilustração em livros, como em O cortiço, de Aluísio de Azevedo, Bahia de Todos os Santos, de Jorge Amado, e em revistas.
Sua obra apresenta grande preocupação social, com temáticas ligadas ao cotidiano das classes mais pobres e à vida do trabalhador. Pintou paisagens do centro e arredores de São Paulo e é considerado pela crítica como um repórter da vida paulistana.
O crítico Mário Schenberg escreveu a seu respeito: "O grande encanto das paisagens de Manoel Martins resulta da sua capacidade de ter desenvolvido a sua arte sem haver perdido uma pureza de visão primitivista, que conservou mais do que os seus companheiros do Santa Helena, mesmo Rebolo. Na sua pintura vemos a transformação radical da paisagem paulistana, captada sempre pela mesma visão da década de 30. Há assim na paisagem de Martins um sutilíssimo efeito de coexistência do momento atual com uma visão subjetiva de outra época. (...) Paradoxalmente, essas paisagens evocadas pela memória do artista transmitem vigorosamente vivências de aqui-agora. A riqueza dos problemas da vivência do tempo é certamente o aspecto mais original e fascinante da pintura de Manoel Martins."
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