Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

12 de março de 2013

Grupo Santa Helena e Manoel Martins



Casario - Manoel Martins

Manuel Joaquim Martins, conhecido como Manuel Martins, (1911-1979) foi um pintor, ilustrador, desenhista, gravador, escultor e ourives brasileiro.

Filho de
imigrantes portugueses, cresceu no Brás, bairro industrial da cidade de São Paulo. Em 1924 dedicou-se ao ofício da ourivesaria e, em 1931, seus estudos artísticos com o escultor Vicente Larocca. Frequentando em seguida a Escola de Belas Artes.

Em 1935 começou a fazer parte do Grupo Santa Helena, com Alfredo Volpi, Francisco Rebolo e Fulvio Pennacchi, Clovis Graciano, Alfredo Rizzotti, Humberto Rosa entre outros. Dividiu ateliê com Mario Zaninie e em 1937, participou de exposições da Família Artística Paulista (FAP).

Nos
anos 60, começou a trabalhar com gravura em metal. Paralelamente ao ofício de pintor, realizou ilustração em livros, como em O cortiço, de Aluísio de Azevedo, Bahia de Todos os Santos, de Jorge Amado, e em revistas.

Sua obra apresenta grande preocupação social, com temáticas ligadas ao cotidiano das classes mais pobres e à vida do trabalhador. Pintou paisagens do centro e arredores de São Paulo e é considerado pela crítica como um repórter da vida paulistana.

O crítico Mário Schenberg escreveu a seu respeito: "O grande encanto das paisagens de Manoel Martins resulta da sua capacidade de ter desenvolvido a sua arte sem haver perdido uma pureza de visão primitivista, que conservou mais do que os seus companheiros do Santa Helena, mesmo Rebolo. Na sua pintura vemos a transformação radical da paisagem paulistana, captada sempre pela mesma visão da década de 30. Há assim na paisagem de Martins um sutilíssimo efeito de coexistência do momento atual com uma visão subjetiva de outra época. (...) Paradoxalmente, essas paisagens evocadas pela memória do artista transmitem vigorosamente vivências de aqui-agora. A riqueza dos problemas da vivência do tempo é certamente o aspecto mais original e fascinante da pintura de Manoel Martins."

Algumas de suas obras



Cidade - óleo s. tela - 1971



Sem título - óleo s. tela - s/d



A Feira - óleo s. tela - s/d



Paisagem Urbana - óleo s. tela - s/d



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