Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

29 de outubro de 2012

Oswaldo Goeldi



Tom sombrio e ausência de luz - Oswaldo Goeldi

Pinacoteca de São Paulo apresenta: Oswaldo Goeldi, expoente do modernismo brasileiro

A Pinacoteca do Estado de São Paulo, instituição da Secretaria da Cultura, apresenta a exposição Goeldi na coleção da Pinacoteca de São Paulo, com 56 gravuras realizadas pelo carioca Oswaldo Goeldi (1895-1961), um dos mais destacados artistas do modernismo brasileiro.

Goeldi é também considerado o mais influente gravador da história da arte brasileira e não costuma ficar muito tempo fora de cartaz na cidade. O MAM, por exemplo, encerrou em agosto (2012) uma ampla retrospectiva de sua obra, intitulada Sombria Luz e composta de cerca de 200 trabalhos. Agora, a Estação Pinacoteca amealha um conjunto de 56 peças todas pertencentes ao acervo da instituição.

Os trabalhos de inflexão expressionista que fizeram a fama do artista, influenciado pelo austríaco Alfred Kubin, que o tornaram respeitado na genealogia gráfica do país fazem parte da montagem, organizada de maneira cronológica. Estão lá os jogos de sombras, as temáticas sociais, a visão profundamente pessimista do mundo e personagens como pescadores, ladrões, prostitutas e urubus, sempre em ruas vazias do subúrbio ou em frente a casarões abandonados.




Dança do Guarda-Chuva e do Cachorro - Oswaldo Goeldi

A exposição apresenta trabalhos realizados a partir de 1924, ano em que o artista começou a preparar madeira como matriz de gravuras. A partir de então trabalha incessantemente, e seu legado é um número incontável de desenhos e xilogravuras, sendo que muitos deles foram usados como ilustração de livros e periódicos.




Tarde - 1954 - Oswaldo Goeldi

As xilogravuras nas quais ele experimentou cores fortes e intensas, são surpreendentes e pouco exibidas em mostras, como a quase idílica Jardineiro, o amarelo bem claro de Areia do Mar e, sobretudo, o vermelho berrante de Eclipse. Também integram a montagem ilustrações para reportagens de jornais, contos e romances. Nesses últimos, constam os desenhos criados para ilustrar, por encomenda do editor José Olympio, livros do escritor russo Fiódor Dostoiévski, com quem Goeldi guardava semelhanças estéticas.




Jardineiro - 1950 - Oswaldo Goeldi




Três mulheres - 1945 - Oswaldo Goeldi


SERVIÇOGoeldi na coleção da Pinacoteca de São Paulo

Quando: até 24/02/2013

Onde: Estação Pinacoteca (Lgo. General Osório, 66 – São Paulo)

Tel: (11) 3335 4990

Aberta de terça a domingo, das 10h às 18h

Entrada: R$ 6,00 e R$ 3,00 (meia). Grátis às quintas das 18h as 22h e aos sábados




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