Reprodução do quadro O Grito - Edvard Munch
Oslo chega a acordo para construir novo museu de Edvard Munch, autor de O Grito
O município de Oslo, na Noruega, anunciou um acordo, após anos de divergências, para a construção de um novo museu destinado a receber a maior coleção de obras do pioneiro norueguês do expressionismo, Edvard Munch (1863-1944).
De acordo com um compromisso político que lhe garante uma maioria, três formações de direita e de centro-direita e um partido de esquerda se reuniram ao redor do projeto chamado Lambda, um edifício futurista situado nas margens do fiorde de Oslo, perto da nova ópera.
A cidade discutia há vários anos sobre o local, o aspecto, o custo e inclusive sobre a necessidade de construir um novo museu para abrigar as obras de Munch, em especial dois exemplares da obra-prima O Grito.
A coleção, que inclui 1.100 pinturas, 3.000 desenhos e 18 mil gravuras, encontra-se por enquanto em um velho edifício dos arredores, onde em 2004 ocorreu um roubo espetacular de O Grito e Madonna, encontrados dois anos mais tarde.
Depois de ter optado por uma transferência em 2008, e um ano depois pelo projeto Lambda, a maioria em torno do projeto seguiu bloqueada.
O bloqueio era tão incômodo que a Noruega celebra neste ano o 150º aniversário do nascimento de seu pintor mais famoso, enquanto o atual museu Munch vive graves dificuldades orçamentárias.
Para sair do impasse, o governo norueguês mostrou-se disposto a participar do financiamento de um novo museu cujo custo é calculado em € 215 milhões (R$ 570 milhões).
Segundo o compromisso, os responsáveis políticos colocaram em andamento o Lambda por meio de uma reabilitação cultural e social do bairro relativamente pobre de Toeyen, onde o atual museu está situado.
Raparigas numa ponte - o/s/t - Edvard Munch - Galeria Nacional de Oslo
Sobre Edvard Munch
Edvard Munch (1963-1944) – sem dúvida uma das referências das vanguardas artísticas, cuja obra se destaca pelas suas intensas e torturadas imagens, de grande carga psicológica, que refletem ou encarnam a mentalidade depressiva e angustiada da cultura nórdica do fim do século. Estes sentimentos estão subjacentes no quadro mais famoso de Edvard Munch, O Grito que mostra a ansiedade e o medo, que reinava em finais do séc. XIX. A personagem representada, simboliza o desespero humano que marcava essa época de transição num contexto cromático em que o ritmo das linhas longas e sinuosas parece fazer com que o eco provocado pelo grito transborda por todos os cantos do quadro, transformando o céu e a terra em uma grande cena de horror. A sua obra de um modo geral foi influenciada pela paleta cromática dos pintores do impressionismo francês.
Nas suas obras em relação à representação feminina, a mesma surge vitimizada e ameaçadora e na linha dos seus quadros de um simbolismo subjetivo está patente a sua própria luta interna com as relações sociais e com a sexualidade. Na obra Puberdade Edvard Munch, evoca simultaneamente a atração e repulsa do inconsciente explorado por Sigmund Freud. Mas é evidente, que o pintor nórdico, não estava interessado em revelar a vulnerabilidade da rapariga, mas sim em mostrar compreensão e empatia. Apesar da perturbação interior, o retrato possui uma austeridade formal e solenidade reminiscente de retratos de Cristo em sofrimento.
Puberdade - o/s/t - 1895 - Edvard Munch - Galeria Nacional de Oslo
Tanto no seu estilo como na sua temática, as suas representações foram importantes para a afirmação e consolidação do expressionismo alemão.
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