Detalhe em bronze da escultura em cerâmica "Palhaço Damião" - Aline Hannun
O bronze é o mais popular metal com que se fundem esculturas, a ponto de qualquer escultura de metal frequentemente ser chamada de bronze.
Trata-se de uma liga metálica constituída de aproximadamente 85% de cobre, 10% de estanho e o restante de chumbo, tem a propriedade de se expandir enquanto resfria, ressaltando todos os detalhes do molde. As grandes civilizações da antiguidade começaram a utilizar o bronze para a arte ao mesmo tempo que para a fabricação de armas como espadas e lanças.
Escultura cabeça de bronze Yoruba, Ife, Nigéria
Pequenas estátuas de bronze foram feitas em larga escala pelos egípcios, muitas delas sobrevivem nas coleções dos museus. Os gregos foram os primeiros a fundir estátuas de bronze de grande tamanho, existindo alguns poucos exemplares em bom estado. Os romanos nos deixaram uma quantidade maior, algumas obras admiráveis, como a Estátua equestre do Imperador Marco Aurélio, em Roma.
Estatua equestre do imperador Marco Aurélio
Foi a partir da Renascença, quando o uso da pólvora demandou que fundissem canhões cada vez maiores, que as estátuas de bronze começaram a ganhar refinamento e tamanho, seja com obras como o Perseu segurando a cabeça da Medusa, de Cellini, ou a estátua equestre do Gattamelata de Donatello.
Estátua equestre do Gattamelata de Donatello
Daí em diante, vencidas as limitações técnicas, apareceram obras cada vez mais refinadas ou maiores, como a Porta do Inferno de Rodin ou as milhares de estátuas de cidadãos ilustres que ornam a maioria das capitais do mundo todo.
Porta do Inferno - Musée Rodin.
Existem alguns processos de se fundir um bronze, mas certamente o mais utilizado sempre foi o método da cera perdida, onde o artista começa fazendo um modelo da obra em tamanho real, em argila.
A partir desse modelo, confecciona-se um molde com material próprio. Desse molde primeiro tira-se uma cópia em material vulgar, como gesso ou outro material plástico, que será a primeira visão da obra e muitas vezes é utilizado para convencer patrocinadores a financiar a produção da peça em bronze.
Algumas peças que não chegaram a ser fundidas ficaram famosas, como o Cavalo de Leonardo, usado como alvo de flechas dos soldados franceses.
O Cavalo de Leonardo, usado como alvo de flechas dos soldados franceses.
É aplicada uma camada interna de cera no molde, como se fosse a casca de uma laranja, que será substituída pelo metal, na hora da fundição, daí o nome do processo. Reforços estruturais são adicionados aumentando a camada de cera em alguns pontos ou colocando-se pedaços do mesmo material. Preenchem então o espaço interior restante no molde para não gastar muito bronze e deixar a peça mais leve.
O conjunto do molde é então reforçado externamente para que não se rompa durante a fundição. Verte-se então o metal fundido, cuidando de deixar um caminho por onde saia a cera derretida.
Após um período de resfriamento, é feita desmoldagem e correção de pequenos defeitos de fundição e a peça vai ao acabamento final.
Após o polimento aplicam materiais corrosivos para oxidar a peça e formar uma pátina que protege e da a cor final da obra, ao gosto do artista.
Aproveito a matéria que esclarece o processo da fundição do bronze para mostrar algumas peças de escultura que produzi utilizando somente o bronze e o bronze associado a cerâmica.
Escultura "Ciclista Amadeu" - cerâmica, madeira e bronze - Aline Hannun
Detalhe em bronze da escultura "Ciclista Amadeu"
Escultura "Palhaço Damião" em cerâmica e bronze - Aline Hannun
Detalhe em bronze da escultura "Palhaço Damião".
Escultura "Malabarista Bárbara" em bronze - Aline Hannun
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