Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

26 de maio de 2014

Bienal do Whitney Museum em Nova York reúne mais de 100 novos artistas


Whitney Museum NY

O evento é um dos maiores do segmento artístico e aponta novas tendências.

Esta é a 77ª e última bienal que ocupará o famoso prédio localizado na Madison Avenue, um monumento arquitetônico modernista projetado pelo arquiteto Marcel Breuer (o edifício é uma espécie de pirâmide invertida). A partir de 2014, a exposição passa a ser realizada na nova sede do museu, que está em construção do bairro de Greenwich Village (sudoeste da cidade).
 
A primeira Bienal do Whitney ocorreu em 1932. A atual exposição fica em cartaz até 25 de maio com uma programação que inclui também performances, projeções e debates.
 
Mais de 100 artistas participam da Bienal do Whitney Museum, em Nova York. As obras expostas mostram um amplo panorama do que há de novo na arte nos Estados Unidos. Este é um dos maiores eventos de arte em um dos museus mais importantes do mundo.

A Bienal do Whitney Museum é dedicada a artistas talentosos, mas não tão conhecidos do público. Nomes que estão construindo as tendências da arte contemporânea têm parada obrigatória nesse museu, que foi fundado em 1931.


Captura de tela - Bienal do Whitney Museum

Organizada por três curadores, no evento, estão expostas as obras de 103 artistas e as mulheres, que tem revitalizado a pintura abstrata, ganharam destaque neste ano.
 
A maioria dos participantes da exposição moram e trabalham nos Estados Unidos, mas há artistas nascidos no Japão (Ei Arakawa), Alemanha (Sterling Ruby), Austrália (Jeff Gibson), China (David Dao) e Suécia (Emily Sundblad), entre outros países. O coletivo HOWDOYOUSAYYAMINAFRICAN? é formado por pessoas de vários continentes.

O curador Stuart Comer, por exemplo, procurou artistas que representem novos conceitos do significado de "ser americano".
 

Bienal do Whitney Museum em Nova York
 
Os quadros da americana Louise Fishman alterna camadas de tinta grossa e fina em pinceladas marcantes. Uma das obras da artista foi inspirada nos encontros e desencontros dos canais de Veneza, na Itália.

No trabalho de Donna Nelson, a experimentação de cores e de texturas na obra lembra uma janela. Uma escultura monumental de cordas e fibras, que vai do teto ao chão, é da artista americana Sheila Hicks. Uma cascata de cores que se abre delicadamente até chegar ao piso.


Quadros abstratos dos artistas Elijah Burgher, Dona Nelson e Louise Fishman

A tela de malha modelada da californiana Lisa Auerbach traz vários conselhos. Um deles poético: “Let the dream write itself”, ou seja, “Deixe que o sonho dite o rumo”.
Uma das maiores peças da exposição é a de Gretchen Benders. Na placa de vinil amassado, estão títulos de filmes em neon.

No museu, o dia a dia ganha novos contornos. Uma briga foi a inspiração para a escultura de Shana Lutker. A arte aponta para diversas direções. "Não existe um único caminho. Podemos dizer que não há nada a ser dito que seja definitivo, a ideia da bienal é mostrar isso, que há visões diferentes. A arte contemporânea é inconstante, está sempre mudando e é muito subjetiva", diz Elisabeth Sherman, uma das curadoras do museu.
 
Alma Allen (b. 1970), Untitled, 2013. Marble sculpture on an oak pedestal, Courtesy the artist 

E é isso que torna um passeio pela bienal tão enriquecedor. Descobrir as surpresas que podem estar escondidas em uma obra.

Diversas gerações estão representadas. Há desde artistas nascidos na década de 1920, como o consagrado escultor John Mason e o libanês Etel Adnan, até revelações recentes, como Jacolby Satterwhite (1986), Dashiell Manley (1983), Kevin Beasley (1985) e Yve Laris Cohen (1985). A curadora Michelle Grabner reuniu, em uma das salas, pinturas abstratas feitas por mulheres atuantes em várias épocas.

Serviço

77ª Bienal Whitney Museu of American Art


Onde: Whitney Museu of American Art NY - 945 Madison Avenue at 75th Street - New York, NY 10021 - (212) 570-3600

 

Quando: Até 25 de maio

 
 
 
 
 
 
 
 

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