Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

22 de maio de 2014

Mostra de Frida Kahlo no México



Mostra no México exibe vestido, espartilho e prótese de Frida Kahlo

Por 50 anos, o banheiro do quarto de Frida Kahlo permaneceu trancado após sua morte, na casa onde hoje funciona um popular museu na Cidade do México. O espaço só foi aberto há dez anos, revelando diversos baús de objetos íntimos, como cartas, fotografias e vestidos coloridos.

Enquanto as correspondências viraram livros sobre a artista mexicana, seu guarda-roupa e suas fotos vão aos poucos chegando ao público. É o caso de duas mostras em cartaz na capital mexicana e na Califórnia (EUA).

Mais de 300 peças de vestuário são exibidas até setembro na residência de Kahlo, apelidada de Casa Azul, em salas que mudam os figurinos a cada três meses. 

As roupas exibidas na exposição na casa de Frida
 
"Ela usava estes vestidos tradicionais para fortalecer sua identidade, reafirmar suas crenças políticas e para esconder suas imperfeições", diz a curadora Circe Henestrosa. "Seus amigos mais íntimos contam como Kahlo tinha um cuidado especial ao escolher o que vestir, dos pés à cabeça, com as mais lindas sedas, laços, xales e saias."
 
A exposição traz também aparatos médicos que a artista precisava usar por conta de suas doenças (primeiro pólio e depois um acidente num ônibus). Há uma prótese de perna com uma bota de cano alto vermelha e um espartilho feito de gesso, decorado com uma foice e um martelo.


Prótese da perna direita; a bota tem fita de seda, dois sinos pequenos e estampa com motivos chineses.


Numa das salas da exposição há objetos curiosos como um vidro de esmalte pink e adereços de cabeça. Outros espaços exibem vestidos de alta costura, como Gautier e Givenchy, inspirados na pintora.
 

Campanha da coleção de 1998 de Jean Paul Gaultier inspirada em Frida Kahlo

Em 1937, seu estilo a colocou nas páginas da "Vogue". A revista ajudou na organização da mostra e anunciou um livro em parceria com o museu, a ser lançado na América Latina neste semestre.
 

Capa da Vogue México em novembro de 2012

PINTURAS E FOTOS

Foi o muralista Diego Rivera (1886-1957), marido de Kahlo (1907-1954), que havia dado as ordens para manter o banheiro fechado por 15 anos após a morte da artista, mas a mecenas Dolores Olmedo (1908-2002), amiga íntima de Rivera que tinha ciúmes de Kahlo, conseguiu manter o lugar lacrado por mais 35 anos.

"O que vi na água"
 
Olmedo, maior detentora de obras dos dois artistas, tem um museu próprio na periferia da Cidade do México. Em março, abriu uma exposição com centenas de pinturas da dupla que estavam em itinerância havia dois anos.

Detalhe do mural "Arsenal Ministério da Educação Pública", Cidade do México. Frida foi representada distribuindo armas. Diego Rivera (1923-1928)
 
Outro lugar para ver as raridades do banheiro da Casa Azul é o Museu de Arte Latino-Americana de Long Beach (Califórnia), que exibe mais de 200 fotografias tiradas por Kahlo e de Kahlo. Há lembranças de família, como retratos da artista aos seis anos, e imagens de amigos famosos como Man Ray (1890-1976).
 


"É como sentar em sua sala de estar e folhear seu álbum de fotos. É muito pessoal", disse o presidente do museu, Stuart Ashman. A mostra abriu com um concurso de sósias e tem programação extensa com palestras e atividades até junho.
 
Conversa Informal

Participei da exposição "Recuerdame- Vida e Obra de Frida Kahlo" , foi um trabalho intenso com muitas pesquisas e uma boa diversidade de suportes, como telas, cerâmica. papeis, colagens e até um poema que deixo no final desta edição, para apreciação dos leitores do Blog.
 
"Casa Azul", hoje Museu Frida Kahlo - Aline Hannun

"Casa Azul com Flores" - Aline Hannun
 
"Diário de Frida Kahlo" - Aline Hannun
 
Interior do "Diário de Frida Kahlo" - Aline Hannun
 
Abatjour "Sedução", representando a saia e as pernas de Frida Kahlo - base em cerâmica, cúpula em tecido - Aline Hannun
 
 
POEMA


“Diário da Frida Kahlo”

Diário da vida. Diário da Frida.

Frida que não se Kahla.

Fala, grita, exala sentimento, cor e dor.

Dor de Amor. Amor Paixão. Paixão Diego.

Viril, egoísta, vaidoso, comunista.

Artista de valor. Pinzón Amor de Frida.

Dor da vida maior que a dor da morte.

Dor do corte, da falta de sorte.

Trincada, fadada à dor da alma, do ventre, do coração.

Em busca de uma razão?

Para que viver então...


Aline Hannun







  

 



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