Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

24 de março de 2014

O movimento Concretista nas artes plásticas



Theo van Doesburg

O Concretismo (décadas de 1950 e 1960)

Movimento de
arte abstrata marcado pelo uso de figuras geométricas e pela elaboração baseada no raciocínio. Esse movimento artístico foi criado pelo grupo paulista Ruptura, formado pelos artistas Haroldo de Campos, Geraldo de Barros e Valdemar Cordeiro.

No Rio de Janeiro, surge o grupo Frente que contesta a arte concreta e inicia o neoconcretismo. Aproximando-se da
pop art e da arte cinética, elaboram obras de arte valorizando a luz, o espaço e os símbolos.

Surgiu como uma evolução do Abstracionismo e não como uma oposição a esse movimento e deve ser compreendida como parte do movimento abstracionista moderno, com raízes em experiências como a do grupo De Stijl (O Estilo), criado em 1917, na Holanda por Piet Mondrian (1872 – 1944), Theo van Doesburg (1883 – 1931), entre outros.



Composition I (Still Life). 1916. oil on canvas. 67 × 64 cm. Otterlo, Kröller-Müller Museum.




Piet Mondrian, Quadro II, 1921, óleo sobre tela, 90X60cm
 
Segundo Van Doesburg, qualquer ser da natureza, quando pintados, passa a ser uma abstração. Dentro dessa perspectiva, não tem sentido chamar de arte abstrata, obras que não são figurativas. O quadro, construído exclusivamente com elementos plásticos – planos e cores -, não tem outra significação senão ele próprio.
 
Max Bill explora essa concepção de arte concreta defendendo a incorporação de processos matemáticos à composição artística e a autonomia da arte em relação ao mundo natural. A obra de arte não representa a realidade, mas evidencia estruturas, planos e conjuntos relacionados, que falam por si mesmos. Assim faz a distinção entre o Abstracionismo e o Concretismo. Apesar disso, a expressão “arte abstrata” prevaleceu na terminologia de muitos artistas e críticos para indicar as obras não figurativas.



Bill é o principal responsável pela entrada desse ideário plástico na América Latina, sobretudo na Argentina e no Brasil. A exposição do artista em 1951 no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – Masp, bem como a presença da delegação suíça na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no mesmo ano, abrem as portas do país para as novas tendências.

Na dinâmica desse contexto, o movimento concretista que começa a surgir no Brasil, tenta superar a arte ainda prestigiada de Portinari, Di Cavalcanti e Segall.

Depois da 1ª Bienal, os concretistas brasileiros estavam concentrados em dois grupos: o Grupo do Rio de Janeiro ( menos rígido quanto às formas geométricas): Lygia Clark (1920-1988), Hélio Oiticica (1937-1980), entre outros e o Grupo de São Paulo (mais rígido quanto aos princípios matemáticos da arte concreta e às possibilidades do movimento como efeito ótico de linhas e cores): Waldemar Cordeiro (1925-1973), Luiz Sacilotto (1924 – 2003) entre outros exponenciais da época.
 

 
Hélio Oiticica - R.J.
 
 

 
Lygia Clarck - R.J.
 
 

 
Waldemar Cordeiro - Broadway - S.P.
 
 

 
Luiz Sacilotto - S.P.











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