Hansen também criou o vídeo “Gestos Vazios” que traz todo o processo de criação de suas obras em andamento. Segundo a artista, o vídeo é um experiência com desenhos cinéticos. Muito bom!
Sobre a artista
Artista americana Heather Hansen, combina performance e desenho usando o corpo como ferramenta de impressão sobre o papel. Hansen substitui os tradicionais pincéis pelo seu próprio corpo, descendo ao chão e fazendo o trabalho sujo conforme manipula o carvão e pastéis.
A obra multi-facetada, Emptied Gestures, é documentada passo-a-passo pelo fotógrafo Bryan Tarnowski, que captura a dança da artista sobre o papel, além do seu corpo escurecido pelo material que é arrastado e borrado. A artista literalmente esvazia seus gestos, deixando uma espécie de diagrama de uma dança no papel.
Heather Hansen após a conclusão de mais uma peça.
Hansen visa aprofundar o desenvolvimento da técnica da action painting, fundada por Jackson Pollock e proliferada por todo o século XX; a artista busca maneiras de carregar diretamente seus movimentos para o papel, organicamente e sem usar nada mais além de si mesma para obter o resultado desejado.
Hansen e Pollock
No que diz respeito a Pollock, ao pintar a tela, ele pintava-se a si mesmo e a seus sentimentos. Deixava impressa uma marca que apenas ele poderia deixar e, em seguida, distanciava-se da tela e podia observar o homem que lá ficou impresso.
Heather Hansen
No entanto, o número crescente de artistas que existe atualmente gera, por vezes, obras de arte de caráter questionável. Além disso, seguindo a libertação da técnica desencadeada pelos primeiros ready-made de Marcel Duchamp, é cada vez mais comum a figura do biólogo-artista, do designer-artista e, entre tantos outros, o caso de Heather Hansen, a dançarina-escultora-artista.
Esta diversificação é muito positiva por um lado, como parece provar ser o caso de Heather Hansen. No entanto, a quantidade acaba por não refletir qualidade, ocasionando uma perda de credibilidade generalizada, talvez pelo fato de algumas obras estarem tão fechadas em seus próprios conceitos e ideias que tornam-se praticamente impenetráveis pelo espectador comum.
Antes da modernidade, a Verdade da arte estava na Natureza, e talvez nos dias de hoje ainda esteja, no entanto, algumas mensagens artísticas podem acabar por materializar-se de maneira demasiado confusa. E enquanto um olhar mais crítico possa acabar por considerar esta arte uma falsa arte, para o público em geral, a arte simplesmente perde seu valor.
Na arte, é comum a necessidade do artista expor-se, assim como Hansen em seus gestos no papel, inspirando-se ou não naqueles que os precederam, mas sem perder o traçado próprio no seu caminhar e deixar marcas suficiente para que possam entender a arte genuína e inovadora.
Nossa... tão expressivo, eu não conhecia o trabalho dessa artista, artista de uma sensibilidade tremenda, senti um turbilhão de emoções
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