Fachada do Instituto de Artes de Detroit, que tem o acervo classificado entre os seis melhores dos Estados Unidos e é um dos locais que resiste à crise em que a cidade se encontra.
Desde que a cidade pediu falência no ano passado (aceita em dezembro pela Justiça), credores têm olhado para o acervo. Apesar de apenas 5% do seu conjunto pertencer à municipalidade, é forte a pressão para que todas as obras sejam vendidas para ajudar a reerguer a cidade.
Uma equipe da casa de leilões nova-iorquina Christie's avaliou 2.773 das 66 mil peças da coleção. A soma ficou em US$ 867 milhões (mais de R$ 2 bilhões). As dívidas de Detroit somam cerca de US$ 25 bilhões (cerca de R$ 59 bilhões).
Matisse
Picasso
Cézanne
O Gado, Candido Portinari
A primeira impressão que o visitante tem de Detroit é de desolação. Quarteirões inteiros de casas abandonadas, semidestruídas, incendiadas.
Há, porém, os que reagem, como o artista Tyree Guyton, 58, fundador do Heidelberg Project, um espaço de dois quarteirões devastados pela crise e por incêndios provocados por vândalos. Guyton e seus seguidores começaram, nos anos 80, quando a cidade já enfrentava dificuldades, a ocupar o local com instalações artísticas.
São cenas montadas a partir de sapatos, roupas, material de escritórios e consultórios, bonecos, brinquedos e até automóveis. Tudo tirado das próprias ruas de Detroit.
"A ideia é fazer as pessoas pensarem sobre esse fim do ciclo industrial. E para que possamos refletir sobre as alternativas para o futuro", diz a artista Jenenne Whitfield.
O projeto faz intercâmbio com outros relacionados à "street art" no Reino Unido, na Espanha e na Alemanha.
"Não vamos trazer o passado de volta, por isso fazer arte num momento como esse da cidade é tão importante", diz Whitfield.
Nenhum comentário:
Postar um comentário