Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

9 de abril de 2014

Grupo doa R$ 780 milhões para salvar acervo de museu em Detroit



Fachada do Instituto de Artes de Detroit, que tem o acervo classificado entre os seis melhores dos Estados Unidos e é um dos locais que resiste à crise em que a cidade se encontra.

 
O juiz Gerald Rosen, encarregado de supervisar o processo de falência de Detroit, em Michigan, EUA, divulgou recentemente que um grupo de fundações e milionários entraram em acordo para doar US$ 330 milhões (cerca de R$ 780 milhões) para salvar a coleção do Instituto de Arte da cidade.

Desde que a cidade pediu falência no ano passado (aceita em dezembro pela Justiça), credores têm olhado para o acervo. Apesar de apenas 5% do seu conjunto pertencer à municipalidade, é forte a pressão para que todas as obras sejam vendidas para ajudar a reerguer a cidade.

Uma equipe da casa de leilões nova-iorquina Christie's avaliou 2.773 das 66 mil peças da coleção. A soma ficou em US$ 867 milhões (mais de R$ 2 bilhões). As dívidas de Detroit somam cerca de US$ 25 bilhões (cerca de R$ 59 bilhões).


À esq., autorretrato de Van Gogh (1887); funcionária aponta para 'Retrato do Carteiro Roulin' (1888), também do pintor, no Instituto de Artes de Detroit.


Matisse


Picasso


Cézanne


O Gado, Candido Portinari 


Como consequência, artistas ocupam quarteirões abandonados em Detroit 

A primeira impressão que o visitante tem de Detroit é de desolação. Quarteirões inteiros de casas abandonadas, semidestruídas, incendiadas.

Há, porém, os que reagem, como o artista Tyree Guyton, 58, fundador do Heidelberg Project, um espaço de dois quarteirões devastados pela crise e por incêndios provocados por vândalos. Guyton e seus seguidores começaram, nos anos 80, quando a cidade já enfrentava dificuldades, a ocupar o local com instalações artísticas.

São cenas montadas a partir de sapatos, roupas, material de escritórios e consultórios, bonecos, brinquedos e até automóveis. Tudo tirado das próprias ruas de Detroit.

"A ideia é fazer as pessoas pensarem sobre esse fim do ciclo industrial. E para que possamos refletir sobre as alternativas para o futuro", diz a artista Jenenne Whitfield.

O projeto faz intercâmbio com outros relacionados à "street art" no Reino Unido, na Espanha e na Alemanha.

"Não vamos trazer o passado de volta, por isso fazer arte num momento como esse da cidade é tão importante", diz Whitfield.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário