Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

30 de abril de 2014

Burano a romântica ilha italiana


Em Burano, para manter o estilo arquitetônico único que a cidade possui, as casas são padronizadas e possuem somente dois ou três andares.

Conheça a romântica ilha italiana das casas multicolorida.

A apaixonante e pitoresca Burano é uma ilha de pescadores com dezenas de casinhas coloridas cortadas por estreitos canais. Pouco conhecida pelos turistas, a romântica cidade
é repleta de charme, história e cultura.

Localizada ao norte da Lagoa de Veneza, a cerca de 11 quilômetros da cidade, Burano chama a atenção por sua explosão de cores. Suas casas coloridas com portas e janelas abertas são protegidas apenas pelas cortinas que dão um charme ainda mais especial as residências. A pequena e aconchegante ilha possui uma população hospitaleira de aproximadamente 3 mil habitantes que é formada basicamente por pescadores, agricultores e rendeiras
 

Burano é uma cidade pacata e composta por pessoas simpáticas e canais encantadores.

O local é conhecido como a “Ilha colorida das rendeiras” devido aos belíssimos bordados artesanais que são produzidos na cidade desde o século XVI. Burano também é famosa por produzir as tradicionais máscaras do carnaval veneziano. Durante o dia, dezenas de mulheres ficam bordando na porta de suas casas dando um charme ainda mais especial a esta cidade que parece saída de um filme.


O local é conhecido como a “Ilha colorida das rendeiras” devido aos belíssimos bordados artesanais que são produzidos na cidade desde o século XVI.

Para manter o estilo arquitetônico único da cidade, as casas são padronizadas e possuem somente dois ou três andares. Na parte de baixo ficam a copa, a cozinha e o banheiro, enquanto no andar de cima estão situados os quartos. A única diferença entre elas são suas cores vibrantes que não podem ser repetidas na sequência. Burano é uma cidade pacata e composta por pessoas simpáticas e canais encantadores. Não há dúvidas que o grande diferencial da ilha são suas casinhas coloridas à margem do lago.

Uma antiga lenda tenta explicar o porquê de tantas cores. Segundo a história, no passado as casas eram pintadas de várias cores para que os pescadores pudessem avistá-las de longe e não se perdessem. Se esta história é verdadeira ou apenas uma lenda, ninguém sabe. A única certeza é que até os dias atuais os moradores de Burano mantêm a tradição de pintar cada casa de uma cor.

A gastronomia local também merece destaque. A dica é experimentar os tradicionais peixes e frutos do mar que estão sempre frescos e saborosos. Os restaurantes locais também mantêm o mesmo estilo romântico e único que faz de Burano um paraíso para os apaixonados.


Restaurantes locais de Burano, um paraíso para os apaixonados.

Burano parece saída de um filme. As crianças brincam livremente com suas bicicletas, a população é acolhedora e está sempre com as portas abertas. As casinhas coloridas à beira dos canais fazem da ilha um dos lugares mais coloridos e charmosos do mundo.


Burano parece saída de um cenário de filme

Como chegar

Há duas formas de se chegar à Burano. Quem optar ir de carro terá que cruzar a ponte de Mazzorbo e seguir a estrada até o centro da cidade. Já quem preferir pegar o tradicional Vaporetto (espécie de ferry boat local) terá uma viagem de 45 minutos partindo do centro de Veneza. O bilhete para o romântico passeio de barco custa US$ 6 por pessoa e é válido por 24h.

Quem quiser se hospedar na ilha de Burano não irão faltar opções para todos os gostos e bolsos. A encantadora cidade possui diversos hotéis e pousadas coloridos que colocam os turistas no clima da cidade. 

Sedução e encantos do vidro Murano 

Copiando as receitas do vidro oriental, tudo começou, ao que consta, na rica Veneza em 982 depois de Cristo. E desde o século XIII, antes mesmo que um decreto de 1291 proibisse a fabricação dos fornos na cidade, o artesanato do vidro foi deslocado para uma ilhota de nome Murano na laguna veneziana.

 

Fabricação artesanal de vidro em Murano, na Itália. O material é submetido a altas temperaturas e, em seguida, moldado ainda quente.

Material de antigas e incandescentes alquimias, o vidro Murano, duro e ao mesmo tempo frágil, com suas transparências, opacidades, craqueluras e diferentes coloridos, nunca deixou de seduzir e encantar as antigas cortes, a burguesia, os artistas plásticos e o olhar de qualquer comum mortal.

O vidro veneziano teve mecenas poderosos na Renascença, como as famílias Medicis, Gonzaga e Estes. E que o fato de grandes mestres da pintura como Caravaggio e Veronese terem, em suas obras, seguidamente mostrado vasos e outras peças de Murano, contribuiu para os ares de nobreza que ganharam esses objetos.
 
Natureza Morta - Caravaggio
 
É interessante descobrir logo em seguida que Vittorio Zecchin, diretor artístico da Cappellin-Venini& Cia., reproduziu, em 1921, os vasos ilustrados nesses quadros. Como os famosos Dodges venezianos, com mais que razão, tratavam de guardar a sete chaves o segredo das técnicas desenvolvidas na pequena ilha. De lá, peças das mais variadas formas, acabamentos e cores (o vermelho, por exemplo, era obtido com adição do cobre), partiam para as cortes imperiais europeias e para o mundo.
 

 
De Londres a Madri, de Istambul ao Cairo, não havia salão que se prezasse sem a presença imponente de um lustre de Murano. E muitas vezes, pérolas de Murano, as chamadas e coloridas murrine, foram trocadas pelo ouro. Na pequena ilha, apesar de um breve período de declínio quando a Republica Veneziana caiu em 1797, os fornos jamais se apagaram. Sua economia foi então salva pelas sucessivas Exposições Universais em que mestres vidreiros como Salviati, Barovier, Moretti e Seguso, ligados às famílias locais, se distinguiram e ganharam mercado.
 

 
Peggy Guggenheim, a americana que se apaixonou por Veneza e ali viveu, também cumpriu o seu papel. Convidava artistas de fora para explorar as possibilidades desse vidro tão especial. E mesmo hoje, após décadas do advento do plástico após a 2.ª Guerra, os fornos em Murano são desativados apenas em agosto, auge do calor na Itália.



Parte da sedução vinha do fato de o vidro Murano ser mais barato que o cristal de rocha e suas possibilidades de manejo e aparência, quase sem limites. A essa matéria composta de elementos pouco sedutores como o pó, a areia e os pigmentos que irão, por meio de uma operação química e de fusão, se transformar num material extremamente puro e atraente, basta, por exemplo, a adição de uma camada metálica para transformá-lo em espelho e, assim, termos replicadas, de forma movediça ou não, nossa imagem e fantasias.
 


Em Veneza, o Museu do Vidro de Murano é o segundo mais visitado pelos turistas, perdendo apenas para a Accademia. Dali e de outras muitas coleções públicas e privadas.
 
 
 
ASSISTA AO VÍDEO E VEJA O PROCESSO DE CRIAÇÂO DE UMA PEÇA DE VIDRO MURANO
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário