Obra de Angelo Venosa, que está na mostra na Pinacoteca
A exposição conta com 35 obras do artista que em seus mais de 30 anos de carreira, consolidou-se no circuito nacional e internacional, incluindo passagens pelas bienais de Veneza (1993), São Paulo (1987) e do Mercosul (2005).
A exposição, aberta até 30 de junho, resume o trajeto que se desenvolve desde os anos 1980 aos dias de hoje. Sem configurar-se como uma retrospectiva, nos moldes exaustivos tradicionais, a mostra parte de um repertório seleto de obras que expõem o percurso do método e suas questões fundamentais, com as formulações primordiais e os saltos poéticos operados ao longo do tempo. "A exposição não se orienta pela cronologia dos trabalhos, ao contrário, mescla peças de diferentes datas e técnicas, procurando fomentar a compreensão de uma linguagem global, onde os processos e os conceitos se unem e se reclamam necessária e mutuamente", explica a curadora Ligia Canongia.
"Entre o expressionismo e a geometria, o artesanato e a máquina, entre razão e delírio, Angelo Venosa cria situações fronteiriças, que se alternam do fragmento ao todo, do linear ao informe, do lírico ao fantasmático. Obra singular no panorama mundial da escultura contemporânea, seu trabalho tem a capacidade paradoxal de mover-se no terreno da história, mas sob a perspectiva da crítica e da transformação, de alternar o mundo dos sólidos com os vazios e, sobretudo, de expressar simultaneamente a intensidade das paixões e o recolhimento do silêncio", diz a curadora.
"Começou sua experiência artística com a pintura, inicialmente aguada e delicada, mas logo percebeu o ímpeto pela quebra da tela e a busca da tridimensionalidade, quando rasgou o linho e introduziu um volume no rasgo. Detonava-se ali o interesse pelos estados transitivos, pela passagem entre as coisas e por processos ambíguos de construção, que passariam a vigorar no conjunto das esculturas futuras. A quebra da linearidade da superfície, com o ganho simultâneo de um elemento concreto e corpóreo, não apenas atestava sua inclinação escultural, como introduzia novas motivações para explorar a dinâmica do espaço e do tempo, diretamente vinculada ao real", conta Ligia Canongia.
Sobre o artista
Angelo Venosa (S.P., 1954. Vive e trabalha no Rio de Janeiro) surgiu na cena artística brasileira na década de 1980, tornando-se um dos expoentes dessa geração. Desde esse período, Venosa lançou as bases de uma trajetória que se consolidou no circuito nacional e internacional, incluindo passagens por algumas Bienais. Hoje, o artista tem esculturas públicas instaladas no Museu de Arte Moderna de São Paulo (Jardim do Ibirapuera); na Pinacoteca de São Paulo (Jardim da Luz); na praia de Copacabana/ Leme e no Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro; em Santana do Livramento, Rio Grande do Sul e no Parque José Ermírio de Moraes, em Curitiba. Possui trabalhos em importantes coleções brasileiras e estrangeiras, além de um livro panorâmico da obra, publicado pela Cosac Naify, em 2008.
Sem Título - Escultura em aço - 2.000 - Pinacoteca de S.P., Estação da Luz
Serviços
Angelo Venosa
Onde: Estação Pinacoteca - Largo General Osório, 66
Quando: Até 30 de junho. De terça a domingo das 10h às 17h30
Quanto: Ingresso combinado (Pinacoteca e Estação Pinacoteca): R$ 6 e R$ 3
Grátis aos sábados. Estudantes com carteirinha pagam meia-entrada.
Crianças com até 10 anos e idosos maiores de 60 anos não pagam.
Mais informações: (11) 3335 4990
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