Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

15 de fevereiro de 2013

Montevidéu, a cidade dos museus e Juan Manuel Blanes



Fachada do Museu Blanes 

Museu Municipal de Belas Artes Juan Manuel Blanes, mais conhecido como Museu Blanes, está situado dentro do parque do Prado. O museu conta com obras dos principais artistas uruguaios e tem um lindo jardim japonês que encanta os visitantes.



Jardim Japonês

O verdadeiro mergulho no Uruguai histórico só é possível com a visita ao casarão no bairro do Prado que reúne os trabalhos de Blanes. Seus quadros mostram o processo de consolidação da nação, o estabelecimento das fronteiras e a definição da identidade "gaucha". Estão aí telas clássicas como El Juramento de los Treinta y Tres e Artigas en la Ciudadela.



El Juramento de los 33 - Orientales - 1877 - Juan Manuel Blanes



Artigas en la Ciudadela por Juan Manuel Blanes

Sobre Juan Manuel Blanes

Juan Manuel Blanes (1830-1901) nasceu em Montevidéu. É o pintor histórico mais conhecido do Rio de la Plata.
Em 1844 fez seu primeiro desenho conhecido, a partir de uma foto da escuna britânica Commodore Purvis na Baía de Montevidéu.

Em Montevidéu, começou a trabalhar como tipógrafo na impressão do jornal A Constituição, nessa mesma época começou com as pinturas a óleo com temas históricos, retratos e alegorias.

Em 1854, Blanes montou uma oficina na Reconquista Street, onde começou a ser conhecido na sociedade uruguaia, pintando retratos comissionados. Pintou a tela  Alegoria Argentina e presenteou o General Urquiza.
 



Alegoría argentina - 1854
Palacio San José. Provincia de Entre Ríos


Em 1860 Blanes pede sua pensão do governo para viajar para a Europa com a finalidade de estudar pintura por cinco anos e em troca ofereceu-se para enviar cópias dos trabalhos para eleger o seu governo e a promessa de fundar uma academia de pintura em seu retorno. O governo aceitou.

Em 1868, o presidente do Uruguai Lorenzo Batlle encomendou a Blanes um retrato oficial de seu antecessor Venâncio Flores, assassinado naquele mesmo ano. Em seguida, pintou o Assassinato de Florencio Varela, em 1870.


La muerte del General Venancio Flores - 1868

Em 1871, pintou Un episodio de la fiebre amarílla en Buenos Aires que foi apresentado na exposição do Teatro Colón. Dois anos mais tarde, sua obra foi selecionada para a Exposição Internacional de Viena. 



Un episodio de la fiebre amarílla en Buenos Aires

Em 1899, viajou para a cidade de Pisa, na esperança de encontrar o paradeiro de seu filho, e lá faleceu na casa de seu amigo Manetti, na Via di Mezzo em 15 de abril de 1901. Seus restos mortais foram posteriormente levados para Montevidéu.

Na próxima semana vamos concluir a matéria Montevidéu, a cidade dos museus, mostrando o museu mais recente, o Espacio de Arte Contemporáneo, aberto em julho de 2010 dentro de um presídio abandonado de 1888.  

www.museoblanes.org.uy/




2 comentários:

  1. É difícil termos notícias de artistas do século XIX que não sejam europeus. Adorei as obras de Blanes, principalmente o contraste entre o claro e o escuro,que dá destaque à mensagem da obra.

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