Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

6 de fevereiro de 2013

Montevidéu a cidade dos museus e José Gurvich


Museu Gurvich: o mais moderno de Montevidéu

O Museu Gurvich, de ascendência lituana, é o mais moderno do centro cultural de Montevidéu. Fundado em 2005 para preservar e difundir a arte do artista lituano - uruguaio José Gurvich, de raízes judáicas.

Este museu, inteligentemente planejado, é uma biografia em um prédio. Nos seus três andares o visitante pode apreciar as pinturas, esculturas, colagens e murais  de José Gurvich.

O artista, falecido em 1974, que trabalhou intensamente com várias técnicas, materiais e suportes, é um dos mais importantes artistas uruguaios do sé 20.

Visitação: Ituzaingó 1377, Plaza Matriz.

Quando: De segunda a sexta das 10 às 18 horas e aos sábados das 11 às 15 h.

Quanto: 30 pesos uruguaios por pessoa. Crianças e idosos, grátis. Às terças a entrada é gratuíta.

www.museogurvich.org

Sobre José Gurvich


Puerto Construído

José Gurvich (1927-1974), uruguaio de ascendência lituana, foi uma das figuras-chave do movimento Construtivismo no seu país.

Zusmanas Gurvicius - seu nome de nascimento - nasceu em 5 de janeiro de 1927 em Jieznas,
Lituânia. Em 1931, seu pai Jacob, em busca de liberdade da perseguição religiosa e de um futuro melhor para sua família, emigrou para Montevidéu, Uruguai. Instalaram-se no Barrio Sur, um bairro habitado principalmente por imigrantes europeus.

Seu pai começou a trabalhar como barbeiro e cabeleireiro e matriculou seu filho na escola primária com o nome de José Gurvich. Logo no início ele mostrou seu amor pelas artes, sempre desenhando para sua irmã e amigos.

Ao terminar o ensino fundamental, começou a trabalhar em uma fábrica e em 1942 começou a estudar pintura na Escola Nacional de Belas Artes de Montevidéu sob a tutoria de José Cuneo. No ano seguinte, assumiu a música e o violino com o professor Julber. Conheceu Horacio Torres, que também estudava violino e foi então que sua vida tomou um rumo decisivo.

Em 1944, assistiu a uma entrevista com o famoso pintor, Joaquin Torres Garcia. A partir de então a sua verdadeira vocação surgiu e o seu mundo de formas e cores foi se formando. Juntou-se ao estúdio de Torres García e abraçou a sua polêmica. Trabalhou até o fechamento do estúdio.


Tam José

Nos anos seguintes, seu trabalho foi exibido em todo Uruguai e publicado no Removedor uma das mais importantes publicações que promovem arte na América Latina.

Após a morte de Torres Garcia, Gurvich viajou pela Europa e Israel. Ficou no Menashe Ramot kibutz, onde sua irmã Myriam e seus pais viveram.

No kibutz, trabalhou como pastor e foi convidado para pintar um mural para a sala de jantar pública. Pintou o mundo e a realidade que o cercava; tradições pastorais israelenses e religiosas.

Em 1956, realizou a primeira de três exposições na Galeria Katz em Tel Aviv.

El cerro desde El Puerto

Na Espanha, estudou os mestres espanhóis, Goya e Velázquez, mas foram os trabalhos de El Bosco e Brueghel Pieter que alimentaram sua sede de diversidade e aprendendo a transformar sua riqueza de imagens em uma visão própria e única.

Mudou-se para Nova York em 1970, com sua esposa e filho, onde morreu no auge de sua carreira aos 47 anos de idade. 

Dando continuidade a matéria Montevidéu a cidade dos museus, na próxima semana vamos mostrar um pouco do Museu Municipal de Belas Artes Juan Manuel Blanes, vida e obra do artísta.


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