Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

6 de janeiro de 2014

CCBB de S. P. apresenta exposição de Art Pop

 
 
Aos leitores do blog, obrigada pelo prestigio em 2013, pelo interesse sobre as matérias, pelas dicas, críticas e principalmente pelo respeito ao meu trabalho.
2014 chegou e com ele muita fé e esperança em dias melhores, que mais crianças possam frequentar e aprender nas escolas e que tenhamos um tratamento de saúde digno para a população.
A criança respeitada hoje será um adulto mais consciente amanhã.
 
  
Falando em 2014, para começar bem o ano, nada como uma boa programação cultural.

 
MESTRES DA ART POP SERÃO EXPOSTOS EM S.P.
 
Depois dos impressionistas e renascentistas, que levaram filas imensas às portas do Centro Cultural Banco do Brasil, no centro de São Paulo, a próxima mostra do endereço pode ser pensada como um desfile das maiores estrelas da arte do século 20.
 
No fim de janeiro, o CCBB vai ser tomado por uma avalanche de arte pop, com obras dos americanos Andy Warhol, Jean-Michel Basquiat, Jasper Johns, Roy Lichtenstein e Robert Rauschenberg, os líderes do movimento que estourou nos anos 1960, e estrelas contemporâneas, como o alemão Gerhard Richter.

 
Robert Rauschenberg 
 
Querubins ensaiam um flerte angelical, brincando com um ursinho de pelúcia. Uma vitrine exibe esculturas de bolas de sorvete que nunca derretem --a banana split vista como Pietà. É como se os anjinhos de Jeff Koons e a sorveteria de Claes Oldenburg retratassem os vícios e virtudes da vida contemporânea.
 


Tela sem título pintada em 1984 pelos americanos Andy Warhol e Jean-Michel Basquiat

É um recorte de 74 obras da coleção do casal alemão Peter e Irene Ludwig, que juntos acumularam por volta de 20 mil peças hoje espalhadas por 12 museus mundo afora.

Só a seleção que vem a São Paulo está avaliada em cerca de R$ 500 milhões, e a mostra, orçada em R$ 4 milhões, vai exigir malabarismo logístico semelhante às últimas megaexposições no CCBB.

Mas em vez de Roma, como no caso dos renascentistas, ou Paris, com os impressionistas, as peças vêm de São Petersburgo, onde um museu recebeu uma doação de 300 obras dos Ludwig.



Peter e Irene Ludwig
 
Também nos mesmos moldes das mostras passadas, já está confirmada uma virada madrugada adentro na noite do vernissage, em 25 de janeiro, quando o museu ficará aberto sem interrupções desde a manhã de sábado até o fim da noite do domingo.

Isso porque leva tempo para ver as "maiores tendências" da arte do século passado, nas palavras de um dos curadores, Rodolfo Athayde.

Como o cubista Pablo Picasso nunca saiu da moda, a mostra inclui uma tela dele de 1969, feita quatro anos antes de sua morte. Exemplo tardio de sua produção, a peça não destoa do conjunto de obras pop e contemporâneas na exposição.
 

 
Le baiser - outono de 1969

Na tela, Picasso suaviza o cubismo que o consagrou ao mesmo tempo em que faz uma síntese nervosa entre estados de consciência, ou o retrato de um "mundo aos farrapos", nas palavras da curadora Evgenia Petrova, também à frente da mostra.

Gravitam em torno de Picasso uma série de peças que formam o "núcleo duro" da arte pop na exposição, entre elas um retrato de Peter Ludwig feito por Andy Warhol e uma enorme tela de Roy Lichtenstein, que retrata ruínas gregas e romanas no registro das histórias em quadrinhos.
 


Peter Ludwig por Andy Warhol

Famoso por replicar na pintura o pontilhado frágil da impressão dos gibis, Lichtenstein era obcecado por esses ícones da antiguidade e lastreava seu pensamento nesse rebaixamento da alta cultura para o universo pop.

Nessa mesma pegada, Rauschenberg misturou numa colagem signos do romantismo francês, como fragmentos de pinturas de Jean-Auguste Dominique Ingres, do século 19, com cadeiras e objetos banais do cotidiano.

 

The Turkish Bath of Ingres - 1967 de Rauschenberg

HOMENS E MULHERES

Mais adiante, uma tela de Warhol feita com seu discípulo, o grafiteiro Jean-Michel Basquiat, faz a ponte entre os pop norte-americanos e os neoexpressionistas alemães por sua rapidez e certa cacofonia intencional nos traços.

Na ala alemã está uma das obras mais poderosas da mostra --o painel de 48 retratos dos maiores pensadores da história do século 20 que Gerhard Richter construiu para a Bienal de Veneza em 1972.
 

 
48 Retratos de Gerhard Richter, óleo s/.papel  - 16X24 cm cada - 2011

Em chave hiper-realista, como se fossem fotografias, esses retratos de Richter, hoje o artista vivo mais caro do mundo, abriram a fase mais poderosa de sua obra que pensa a relação entre a técnica da pintura e a fotografia.

Também causaram polêmica por excluir as mulheres. Em contraponto, o austríaco Gottfried Helnwein, também na mostra, criou um painel com 48 retratos só de mulheres. Sua pintura monumental de uma menina, tela de seis metros de altura, ficará exposta no átrio do museu, como peça central da mostra.
 






 

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