
Modigliani passou sua juventude na Itália, onde estudou a arte da antiguidade e da Renascença. Nascido em próspera família judaica, estudou em Veneza e Florença, antes de se fixar em Paris, em 1906. Por causa da similaridade de traço, ele é frequentemente comparado a Botticelli.

Ainda em Paris, instalou-se inicialmente em Montmartre, mudando-se depois para Montparnasse, onde retratou algumas de suas figuras mais conhecidas. Casou-se com uma pintora de 17 anos, Jeanne Hébuterne, que, grávida, se matou no dia em que Modigliani foi sepultado.
Modigliani pode ser considerado um autodidata, apesar dos estudos feitos na mocidade. As maiores influências, que persistem ao longo de toda a sua obra, são a pintura renascentista de Siena e as esculturas africanas.
Ao fixar-se em Montmartre, Modigliani não travou relações com os principais artistas que ali viviam, nem mesmo com Picasso que, na ocasião, já havia se tornado famoso. A companhia frequente de Modigliani, nessa fase, foi Maurice Utrillo, que o iniciou no hábito das bebidas e das drogas, que lhe arruinariam a saúde.

"Woman in Yellow Jacket" - 1909
Só ao final desse período é que Modigliani faz uma obra considerada uma das mais importantes: "O Violoncelista", exposto no Salão dos Independentes de 1909.

"O Violoncelista" - 1909


"A Mulher Com Leque"- 1919
Em 1914, por razões financeiras, o artista retorna definitivamente à pintura. A fase final da carreira de Modigliani é considerada a mais importante. Desde o princípio seus trabalhos possuem um estilo inconfundível: figuras alongadas, de pescoço comprido, rosto oval ligeiramente inclinado e olhos marcados por dois pequenos pontos, mas com a leve alusão de um sorriso.
Nos últimos anos da sua vida, Modigliani pinta quase que somente retratos e nus femininos. A sensualidade de suas figuras não está na exposição de seus corpos, mas no movimento e no alongamento que o pintor lhes dá. Modigliani tem o raro dom de conseguir uma empatia entre o espectador e os seus retratos.

"Nude Sitting on a Divan" - 1917
Nos retratos de crianças, em particular, o artista apresenta uma emocionante simplicidade. Entretanto, a graça às vezes pode se converter em maneirismo, e a monumentalidade em rigidez. Alguns estudiosos já observaram que algumas das deformações elegantes de Modigliani produzem uma impressão de gratuidade, senão de monotonia.

"Little Girl In Blue" - 1918
Além disso, a "expressão de muda aceitação da vida", que define, segundo o próprio Modigliani, a alma de seus modelos, pode não satisfazer a quem aprecia emoções mais fortes. Mas essas mesmas características fazem a singularidade e o encanto de sua obra.
Durante sua vida, Amadeo Modigliani teve pouco sucesso, só depois de sua morte que o artista alcançou maior popularidade e suas obras alcançaram preços elevados.
Modigliani morreu aos trinta e cinco anos em Paris, em condições de extrema pobreza material, vítima de meningite tuberculosa, agravada pelo excesso de trabalho, álcool e drogas.
CURIOSIDADES
Modigliani foi um dos chamados "artistas malditos" da Escola de Paris. Tinha temperamento desregrado e tendendo à auto-destruição. Foi uma figura carismática de grande beleza física e de prodigiosa memória, como um "show-man", marcava presença nos cafés de Montparnasse, recitando com brilho e expressão versos de Dante Alighieri e D'Annunzio, depois fazia rápidos desenhos do ambiente e pessoas, em troca de pequenas quantias ou copos de vinho.

Modigliani teve por dois anos, uma complicada relação com a jornalista e poetisa inglesa Beatrice Hastings, de quem dependeria para o seu sustento e que se tornaria sua modelo e musa durante esse período.

"Seated, Beatrice Hastings" - 1915
No dia seguinte à morte do seu companheiro Amadeo Modigliani, Jeanne Hébuterne, aos 21 anos e grávida de nove meses, suicidou-se, atirando-se do quinto andar do prédio onde viviam seus pais. Enquanto o sepultamento de Modigliani foi um estrondoso acontecimento público, o corpo de Jeanne foi sepultado no mesmo dia às escondidas pelos pais, no cemitério de Bagneux. Sua filha foi criada pelas irmãs de Modigliani, e cresceu sem saber o que ocorrera com os pais.

"Jeanne Hébuterne"
Menos de um século após a morte de Amadeo e Jeanne, a obra de Modigliani é uma das mais valorizadas do mercado de arte. Em novembro de 2015, a obra “Nu couché“, foi arrematada em leilão, por US$ 170,4 milhões de dólares. É a segunda obra mais valorizada em leilões internacionais, enquanto que a obra de Jeanne Hébuterne é praticamente desconhecida.

“Nu couché“ - 1917
A escultura "Tetê" - 1910/12 - Foi leiloada em 2010 por U$ 59.5 milhões de dólares ou 43.2 milhões de euros, pela Christie's Paris. Tetê faz parte das 27 esculturas criadas por Amadeo Modigliani e uma das poucas que permanecem em coleção privada.
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