O artista precisou de ajuda médica para voltar à atividade, mas foi o impulso necessário para largar tudo aquilo que lhe retirava o prazer de viver e entrar de vez para as artes.
Apesar de ser reconhecido como pintor, Miró também se dedicou à obras em cerâmica e teve influência do dadaísmo, fauvismo e cubismo durante sua vida artística.
"Mulher" - Joan Miró
De 1915 até 1919, trabalhou em Montroig, cidade próxima a Barcelona, pintando paisagens, retratos e nus, mas foi em 1919 que sua vida mudou, quando se transferiu para Paris e dividiu sua vida entre Espanha e França.
"Retrato de V. Nubiola" - 1917
Joan Miró: vida do artista
Joan Miró, na França, foi amigo de Picasso, que o ajudou em suas pinturas, mas na época Miró não conseguia vender suas obras e estava sempre com suas economias no limite. Seus pais enviavam poucos recursos, para reafirmar a pouca vontade de incentivar sua vida artística. Miró passou fome por muitos dias e tentava aproveitar as alucinações que a falta de comida lhe dava pintando novos quadros e sentindo o mundo de um jeito diferente.
"The Farmer's Wife" - 1922-23 - óleo s. tela
O surrealismo de Miró não era parecido com os traços perfeitos de Dalí e Magritte, mas sim focado no simbolismo e no minimalismo que conseguia aplicar em seus desenhos de formas inusitadas. Segundo o pintor, quando foi apresentado por André Masson ao círculo surrealista, ninguém reparou em suas obras – provavelmente ninguém as tinha entendido.
Mesmo assim, o movimento surrealista lhe foi muito importante. Miró relata. “Pintar com todas essas regras (do cubismo) me estressava um pouco. Eu queria ir além disso. O cubismo abriu muitas portas, mas depois dele a pintura se tornou algo muito estático, estava somente preocupada com o plasticismo e eu queria dar um salto sobre isso, que me parecia muito limitado. Então, com os surrealistas eu encontrei o que estava procurando. Eu pude deixar o plasticismo estrito para trás e ir além”.
"Nord - Sud" - 1917 - óleo s. tela
A Guerra Civil Espanhola e a Segunda Guerra Mundial deixaram marcas no artista. Nesta época, ele estava vivendo na Espanha e lá produziu suas “pinturas selvagens”. Apesar disso, antes da eclosão da Segunda Guerra, Miró estava na França realizando novos trabalhos em tapeçaria e produzindo cenários de balés.
UNESCO - dezembro 1957
Reza a lenda que enquanto estudava na Escola de Belas Artes de Barcelona, Miró vendava os olhos e tentava pintar objetos sem nenhuma experiência visual. Utilizava o tato para se livrar das formas reais dos objetos escolhidos e dava liberdade para sua imaginação, se abstendo de regras para suas pinturas. Sua simbologia também é bem pessoal, com diversos personagens sendo representados por objetos característicos, como a representação do camponês catalão por um cachimbo, uma arma ou um boné.
"Interior holandês" - 1928
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