Biblioteca Pública de Birmingham é a maior biblioteca pública da Europa, tem 10 andares, jardim suspenso e wi-fi.
Localizada a cerca de 2 horas de Londres, a nova biblioteca de Birmingham deve atrair 3,5 milhões de frequentadores por ano, de acordo com as expectativas da organização. Com wi-fi gratuito em seus 10 andares e jardins suspensos, o prédio faz parte do plano de renovação da segunda maior cidade inglesa, mas já serve como referência a outras grandes bibliotecas no velho continente.
Em um momento em que o governo britânico tem fechado bibliotecas públicas pelo país, abatidas pela recessão, os números estimados para o espaço surpreendem.
A nova Biblioteca de Birmingham impressiona pela fachada, que contrasta com os edifícios históricos da região, e também pelos números. São 31 mil m2 de área e 400 mil títulos à disposição dos visitantes. É um centro de aprendizado, cultura e informação que convida o público a participar de cursos e assistir a peças de teatro, palestras e concertos. Projetado pela arquiteta Francine Houben, do escritório holandês Mecanoo, o edifício tem jardins suspensos e fachada de vidro envolvida por círculos de metal, que remetem à tradição artesanal desse município, berço da Revolução Industrial.
O interior é repleto de atrativos visuais, como volumes circulares, claraboias e escadas escultóricas. Admiradores de William Shakespeare encontram o Memorial Room, onde fica a extensa coleção de trabalhos do gênio inglês. O dramaturgo – nascido em Stratford-Upon-Avon, cidade na mesma região inglesa – é homenageado em um espaço histórico, remontado no topo do moderno edifício.
O ambiente intimista tem estilo vitoriano, com móveis e objetos de uma biblioteca de 1882 que foi realocada ali. É uma bela surpresa no topo do edifício.
A sala fazia parte originalmente da segunda biblioteca da cidade, inaugurada em 1882 (após um incêndio ter destruído o primeiro prédio), foi removida inteiramente e restaurada.
Apesar de a coleção shakespeariana ter se tornado maior do que a capacidade da sala já no início do século 20, ela ainda está abrigada no prédio. São 43 mil livros, incluindo as quatro primeiras coleções publicadas das peças teatrais do autor (conhecidos como "Folios") e edições raras de obras individuais impressas antes de 1709.
As prateleiras do espaço também dispõem de outros importantes acervos, que passam por digitalização para serem colocados à disposição do público. Alguns podem ser conferidos em mesas com touch screen, desenvolvidas especialmente para a biblioteca.
Uma das preciosidades é o arquivo da empresa Boulton & Watt, o mais importante da Revolução Industrial, com cerca de 29 mil desenhos industriais da época. No catálogo online, há menção da venda de uma máquina a vapor para a cunhagem de moedas para o Brasil, em 1811.
A biblioteca pública de Birmingham é a única no Reino Unido a ter uma das coleções nacionais de fotografias, com mais de 3,5 milhões de imagens.
Em outubro, o espaço deverá receber escritores renomados como Lionel Shriver (autora de "Precisamos Falar sobre Kevin" e "O Mundo Pós-Aniversário") e Carol Ann Duffy (escritora e poetisa escocesa, primeira mulher a ser indicada como "Poeta Laureado" do Reino Unido) durante o festival de literatura de Birmingham.
A expectativa é que a biblioteca se torne um novo destino turístico na região central da Inglaterra.
Conforme o diretor, Brian Gambles, o projeto totalizou £ 188,8 milhões (cerca de R$ 680,95 milhões) – £ 4,2 milhões (R$ 15,15 milhões) a menos do que o orçado. "É sobretudo um local de transformação: sobre como temos transformado a vida das pessoas, com educação, e sobre como tornar uma biblioteca para a era digital", ressalta.
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