Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

9 de setembro de 2015

Paisagem na Arte: 1690-1998 na Pinacoteca de S.P.



"A paisagem na arte: 1690-1998" - Artistas britânicos da coleção da Tate na Pinacoteca de São Paulo


A Pinacoteca do Estado de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, apresenta "A paisagem na arte: 1690-1998", uma exposição organizada pela Tate em associação com a Pinacoteca do Estado, trazendo obras de artistas britânicos da coleção da Tate. A chegada desta importante e especial exposição internacional celebra a parceria entre Tate e Pinacoteca, em ano de comemoração dos 110 anos deste que é o museu de arte mais antigo de São Paulo. 

Com curadoria de Richard Humphreys, a mostra apresenta mais de 100 obras de grandes artistas topográficos e clássicos do século XVIII, dos românticos, pré-rafaelitas e dos impressionistas do século XIX até os pioneiros modernistas do século XX e contemporâneos das últimas décadas - uma visão fascinante do desenvolvimento histórico e cultural da Grã-Bretanha, no contexto das forças literárias, filosóficas, políticas e sociais que moldaram o crescimento do país ao longo de quase três séculos. 
 
 
"A kill at ashdown park" - 1743 - James Seymour
 
A exposição traça o notável desenvolvimento de uma das maiores contribuições da Grã-Bretanha para a arte europeia – a pintura de paisagem – a partir de um recorte sem paralelos de arte britânica da Tate. Entre os destaques estão obras de William Turner (1775-1851), John Constable (1776-1837), Ben Nicholson (1894-1982) e Richard Long (1945). 

 
“Dido e Enéias” - óleo sobre tela - 1814 - Joseph Mallord William Turner

“Grande parte dos paisagistas britânicos influenciaram direta ou indiretamente a representação da paisagem de outros países, até aqueles mais distantes, como poderá ser observado pelo visitante ao percorrer o acervo permanente da Pinacoteca, no 2º andar do edifício da Luz“ diz Tadeu Chiarelli, Diretor Geral da Pinacoteca. 

 
"Chain Pier, Brighton" - 1826/7 - John Constable 

Um catálogo amplamente ilustrado da exposição inclui ensaios sobre o contexto histórico e cultural da arte da paisagem, o desenvolvimento da pintura de paisagem e informações sobre as obras. A exposição tem patrocínio da AMBEV, Brasilprev Seguros e Previdência S.A. A entrada na Pinacoteca é gratuita durante todo o período da exposição. 
 
 
"Arenig, north wales" - 1913 - James Dickson Innes

A paisagem na arte: 1690-1998. Artistas britânicos na coleção da Tate, está dividida em partes:

Descobrindo a Grã-Bretanha:
Nesta sessão, é possível observar o crescimento do interesse pela paisagem natural da Grã-Bretanha durante o século XVIII, em um momento em que o fascínio e o orgulho pelo país natal andavam de mãos dadas com o entusiasmo pelas descobertas de exploradores, naturalistas, comerciantes e imperialistas à medida que o Império Britânico se expandia pelo mundo. As Ilhas Britânicas eram “descobertas” da mesma maneira que as distantes terras exóticas.
 

"The vale of rest" - 1858/9 - Sir John Everett Millais

Sonhos pastorais: O termo “pastoral” define uma gama complexa de formas artísticas e literárias que surgiram a partir do período clássico. Duas obras de Thomas Gainsborough (1727-1788) poderão ser vistas nesta sessão: em uma delas, um cavalheiro toca um instrumento em um mundo ideal, na outra, um paraíso completamente imaginário de pastores de vacas com seus satisfeitos rebanhos. 
 

"The violoncello in a landscape" - Thomas Gainsborough - 1750/2

A visão clássica:
Nesta sessão, é possível conferir obra de Joseph Mallord William Turner (1775-1851), talvez o maior paisagista britânico de todos os tempos, que também aplicava princípios clássicos tanto em cenas italianas quanto em panoramas nativos. Nesta época, as paisagens clássicas eram tão celebradas pela aristocracia britânica que muitas propriedades foram reformadas com o objetivo de incorporar nelas as suas características visuais e arquitetônicas. 
 
 
William Turner
 
Romantismo:
O romantismo compreende um vasto leque de formas culturais que surgiram em toda a Europa entre os anos 1770 e 1830. As grandes mudanças históricas do período, tais como a Revolução Francesa, a Revolução Industrial e a ascensão do nacionalismo, constituem o contexto turbulento em que o romantismo se desenvolveu. As artes topográfica, clássica e pastoral influenciaram a pintura romântica inglesa, mas no começo do século XIX ela encontrou uma forma própria de expressão.

Fidelidade à natureza: As pinturas desta seção têm relação com a ideia de fidelidade à natureza e representam uma rejeição de muitos aspectos do romantismo. A prática de fazer desenhos de observação da natureza ao ar livre popularizou-se entre os artistas profissionais e amadores no final do século XVIII e foi um dos pilares daquilo que se tornou conhecido como “pitoresco”.
 
 
William Turner

Impressionismo: O impressionismo foi um movimento radical da arte francesa nas décadas de 1860 e 1870. A arte experimental francesa do século XIX nasceu de um debate sobre o valor do esboço em relação à pintura terminada e acerca do poder das instituições acadêmicas sobre a formação artística e as exposições de arte. Desde o começo daquele século, muitos artistas franceses haviam admirado a pintura de paisagem britânica em razão de seu frescor antiacadêmico. Os vínculos entre a arte britânica e a francesa eram variados e complexos, e artistas de ambos os países cruzavam com frequência o Canal da Mancha.

Redescobrindo a Grã-Bretanha: No começo do século XX a pintura britânica englobava um leque diversificado de abordagens. O impressionismo, outrora ridicularizado, tornara-se um estilo estabelecido e dono de um mercado forte, enquanto outros artistas continuavam pintando nos estilos pré-rafaelita, simbolista e social-realista. Nesta sessão, é possível conferir John Dickson Innes e seu o desejo de fazer experimentações mais radicais de forma e cor em suas paisagens.

 
"Arenig Montanha" - John Dickson Innes

Um novo romantismo: Muitos artistas neoromânticos foram empregados como artistas oficiais de guerra no front interno durante a Segunda Guerra Mundial. Em suas pinturas de paisagem, figurando edifícios antigos e cidades arruinadas, eles criaram imagens que refletiam as emoções complexas que caracterizaram o período de guerra, como o terror, a euforia, a nostalgia e o escapismo.

Novas paisagens, velhas paisagens:
O neoromantismo foi sucedido por uma retomada da arte realista no começo da década de 1950. Já em 1960, no entanto, os artistas britânicos haviam começado a responder à arte e à cultura norte-americanas. A arte conceitual britânica das décadas de 1960 e 1970 também se interessava pela “noção de lugar”. Richard Long é um dos artistas desta sessão, criando uma arte paisagística híbrida e poética a partir da associação de mapas, textos e fotografias.

 
Richard Long
 
 
SERVIÇO:
 
Paisagem na Arte: 1690-1998

Onde: Pinacoteca do Estado de São Paulo - Praça da Luz, 2 - Fone: (11) 3324-1000
 
Quando: Até 18/10 de terça a domingo das 10h às 17h30 com permanência até as 18h.
 
Quanto: Entrada gratuita


 
 
 
 
 
 
 
 

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